"[Foi em] legítima defesa. Eles entraram na casa sem se identificar como oficial de Justiça, entraram como serviço de manutenção e agrediram a Silvia, que é a pessoa que estava na casa”, contou à equipe de reportagem Bom Dia São Paulo desta sexta-feira (19).
Segundo o advogado do admnistrador, Ricardo Martins Júnior, Gouveia não quis ferir ninguém. “O que ele diz é que não quis efetivamente atingir ninguém”. O administrador irá responder por seis tentativas de homicídio, já que atirou contra o oficial de Justiça, contra um enfermeiro e contra três policiais militares, além de atingir a psicóloga Silvia Helena Gondim, de 45 anos, com quem tem um relacionamento há dois anos.
Segundo o delegado titular da 6º DP, José Gonzaga Pereira da Silva Marques, Gouveia "tem a noção do que ele fez". "Há declarações médicas particulares, não públicas, de que ele é portador de quadro de esquizofrenia", disse o delegado. Apesar disso, para Marques, o administrador estava plenamente ciente dos seus atos ao efetuar os disparos.
“Ele tem a noção do que ele fez, ele sabe o que faz. Ele falou, inclusive, que usou a [espingarda calibre] 12 contra os policiais, porque, apesar de matar, é uma arma de contenção, de impacto, e que os escudos [balísticos da polícia] resistiriam aos disparos”, afirmou Marques.
Ao atirar, Gouveia também acabou atingindo a mulher com quem tem um relacionamento há dois anos, a psicóloga Silvia Helena Gondim, de 45 anos. “Não era o objetivo. Pegou nela porque estava na linha de tiro. De qualquer forma, é [tentativa de homícidio com] dolo eventual”, ressaltou Marques.
No imóvel, onde morava com a psicóloga, foram localizados uma espingarda calibre 12, uma pistola 380, um revólver 38, facas, duas espadas, munição, e uma besta (espécie de arco com cabo e gatilho para disparar flechas). Ele também tinha registrado em seu nome uma espingarda calibre 44 e um revólver 32, que não foram encontrados pela polícia. Todas as armas são regularizadas. Segundo o delegado, Gouveia passou a adquirir as armas recentemente.
Armas encontradas na casa onde Fernando Gouveia estava (Foto: Marcelo Mora/G1)
O homem disse à polícia que admirava as armas. Ele também contou que tinha duas câmeras na residência onde morava porque se sentia ameaçado e tinha medo de ser atacado. "Ele achava que com as câmeras e as armas evitaria um ataque, o que caracteriza uma personalidade neurótica", afirmou Marques.
Segundo o delegado, “nem a mãe dele sabia que ele mantinha tantas armas, e dessa qualidade”. “Ela disse que ele nunca revelou nada”, contou Marques.
Rendição
O administrador se entregou à polícia por volta das 17h de quinta-feira, após cerca de nove horas de negociação. Após a rendição, Gouveia foi atendido com ferimentos leves no Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), onde passou por avaliação, e depois foi levado para o Instituto Médico-Legal. De lá, seguiu para o 6º Distrito Policial, onde foi interrogado.
Na manhã de quinta, um oficial de justiça, um médico, três profissionais de enfermagem e o advogado da família de Gouveia foram até a residência para interná-lo. A dona da casa, companheira do suspeito, gritou ao saber que o grupo pretendia levá-lo. Fernando chegou por trás da mulher e disparou.
Quando os primeiros policiais chegaram, foram recebidos a tiros, que acertou o escudo de um deles. “Eu estava na rua, negociando com ele. Ele estava do lado de dentro da casa, na sala, e efetuou os disparos. Ainda bem que estávamos abrigados com escudo balístico”, disse o sargento Ribeiro. Atiradores de elite se posicionaram sobre um prédio em frente à casa.
Além da psicóloga, o atirador feriu um oficial da Justiça e um técnico de enfermagem. Gouveia acabou sofrendo ferimentos leves ao resistir à abordagem. Segundo a polícia, ele lutou com o enfermeiro, que conseguiu desarmá-lo. Em seguida, ele teria reagida e retomado a pistola 380 com a qual efetuou os primeiros disparos.
As negociações, que começaram por volta das 8h30, duraram cerca de nove horas. Após a rendição, a polícia realizou uma inspeção dentro da residência na Rua Castro Alves, na região da Aclimação.
Vítimas
O oficial de Justiça, o enfermeiro e a psicóloga feridos pelos disparos feitos por Gouveia seguiam internados no início da manhã desta sexta (19) em três hospitais. Os dois primeiros estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o quadro clínico era considerado estável. A família da psicóloga Silvia Helena Godin, de 45 anos, proibiu a divulgação do estado de saúde dela.
O técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, está internado no Hospital Alvorada, em Moema, na Zona Sul, para melhor monitoramento. De acordo com boletim médico divulgado, ele deu entrada "por conta de um ferimento à bala, que está alojada na sexta vértebra cervical (região um pouco abaixo do pescoço)".
Os médicos ainda analisam se o oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, que levou um tiro no peito, precisará passar por cirurgia. A bala atingiu o pulmão esquerdo, o que provocou uma hemorragia. Os médicos colocaram um dreno e monitoraram sua pressão. De acordo com o Bom Dia São Paulo, ele passou bem a noite.
Pedido de interdição
De acordo com pessoas ligadas à família do atirador, Gouveia não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo.
AUTOR: G1/SP
O homem disse à polícia que admirava as armas. Ele também contou que tinha duas câmeras na residência onde morava porque se sentia ameaçado e tinha medo de ser atacado. "Ele achava que com as câmeras e as armas evitaria um ataque, o que caracteriza uma personalidade neurótica", afirmou Marques.
Segundo o delegado, “nem a mãe dele sabia que ele mantinha tantas armas, e dessa qualidade”. “Ela disse que ele nunca revelou nada”, contou Marques.
Rendição
O administrador se entregou à polícia por volta das 17h de quinta-feira, após cerca de nove horas de negociação. Após a rendição, Gouveia foi atendido com ferimentos leves no Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), onde passou por avaliação, e depois foi levado para o Instituto Médico-Legal. De lá, seguiu para o 6º Distrito Policial, onde foi interrogado.
Na manhã de quinta, um oficial de justiça, um médico, três profissionais de enfermagem e o advogado da família de Gouveia foram até a residência para interná-lo. A dona da casa, companheira do suspeito, gritou ao saber que o grupo pretendia levá-lo. Fernando chegou por trás da mulher e disparou.
Além da psicóloga, o atirador feriu um oficial da Justiça e um técnico de enfermagem. Gouveia acabou sofrendo ferimentos leves ao resistir à abordagem. Segundo a polícia, ele lutou com o enfermeiro, que conseguiu desarmá-lo. Em seguida, ele teria reagida e retomado a pistola 380 com a qual efetuou os primeiros disparos.
As negociações, que começaram por volta das 8h30, duraram cerca de nove horas. Após a rendição, a polícia realizou uma inspeção dentro da residência na Rua Castro Alves, na região da Aclimação.
Vítimas
O oficial de Justiça, o enfermeiro e a psicóloga feridos pelos disparos feitos por Gouveia seguiam internados no início da manhã desta sexta (19) em três hospitais. Os dois primeiros estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o quadro clínico era considerado estável. A família da psicóloga Silvia Helena Godin, de 45 anos, proibiu a divulgação do estado de saúde dela.
O técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, está internado no Hospital Alvorada, em Moema, na Zona Sul, para melhor monitoramento. De acordo com boletim médico divulgado, ele deu entrada "por conta de um ferimento à bala, que está alojada na sexta vértebra cervical (região um pouco abaixo do pescoço)".
Os médicos ainda analisam se o oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, que levou um tiro no peito, precisará passar por cirurgia. A bala atingiu o pulmão esquerdo, o que provocou uma hemorragia. Os médicos colocaram um dreno e monitoraram sua pressão. De acordo com o Bom Dia São Paulo, ele passou bem a noite.
Pedido de interdição
De acordo com pessoas ligadas à família do atirador, Gouveia não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação.
A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo.
AUTOR: G1/SP
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