ANTECIPAR COMPRA DE MATERIAL ESCOLAR GARANTE MENOR PREÇO

Neste mês, as lojas especializadas já começaram a receber os primeiros clientes fotos: Marilia Camelo

O casal Jefferson e Valeska Andrade foi às compras mais cedo este ano para adquirir os livros e materiais escolares do pequeno Luca, de 5 anos. Na primeira semana de dezembro, a família percorreu tranquilamente as livrarias da rua Major Facundo, no Centro de Fortaleza, cotando preços e comprando sem atropelos os itens constantes na lista do filho. Além de aproveitar os preços, antes do costumeiro reajuste de virada de ano, eles também usufruíram de atendimento diferenciado, sem filas e com muitos vendedores disponíveis.

"Ao contrário deste mês, em janeiro, todas as livrarias estão lotadas. Além disso dá para fazer uma boa economia, pois nessa época os preços estão bem mais atrativos do que no início do ano", diz Jefferson. O filho do casal cursa o ensino infantil no Colégio Cônego Francisco Pereira, localizado em Messejana. Segundo a mãe, todos os anos, a escola antecipa a lista dos alunos, pois a entrega do material é um pré-requisito para efetuar a matrícula para o ano seguinte.

Mas será que é vantagem mesmo antecipar as compras do material escolar dos filho? Para a dona de casa, Emanuela Batista, que pesquisava o material escolar do filho de oito anos noutra livraria, não há dúvidas de que é melhor para o consumidor comprar mais cedo. "No ano passado, eu já havia comprado tudo no fim de novembro. Só estou vindo agora porque a escola demorou mais a enviar a lista. Em janeiro, os valores são outros, chegando a aumentar até 15% nos livros. Sem falar nos preços do material, que variam muito de uma loja para outra. Então, é melhor pesquisar sem aquele tumulto de janeiro quando as livrarias estão cheias", afirma.

Diferenças

Pesquisando 12 itens básicos constantes nas listas escolares em livrarias do principal corredor de compras do gênero, no Centro de Fortaleza, constatamos diferenças de preços de até 250%. As maiores variações foram identificadas em produtos genéricos, independente de marca, como um simples apontador. No caso das comparações com mercadorias de mesma marca, como a lapiseira Mercur 07, o preço chega a variar 66,6%, a depender da livraria.

A situação tende a ficar pior para o bolso dos pais em janeiro. "Por enquanto, os preços de muitos materiais ainda não foram reajustados, principalmente estojos, mochilas, lancheiras e cadernos, que só aumentam na virada do ano. Metade das editoras também ainda não reajustou os preços dos livros", informa Oscar Nogueira, diretor da Livraria Educativa.

Reajuste

Cristiane Coutinho, gerente da Pedro I, situada no número 802 da rua Major Facundo, confirma que o material pode aumentar de preço em janeiro. "Se o estoque acabar, teremos de comprar mais, então vai depender do preço do fornecedor", pondera.

O casal Jefferson e Valeska Andrade antecipou as compras do material escolar do filho Luca, a fim de evitar correria e obter preços melhores FOTO: MARILIA CAMELO

Em relação aos livros escolares, a gerente da livraria acrescenta que as editoras costumam aumentar os valores entre 5% e 15% em janeiro.

Estoque sem aumento

Na Livraria do Estudante, a gerente Clariane Georgia Santiago garante: "quem compra agora, compra mais barato. Os livros que ainda temos em estoque vão ser vendidos sem aumento. Como as editoras geralmente reajustam no início do ano, os novos exemplares devem chegar com preços mais altos". A gerente da Livraria do Estudante destaca ainda que, na sua loja, os materiais escolares não correm risco de aumento no preço. "Nós compramos com antecedência e em grande quantidade. Isso (aumento de preço) só poderá acontecer se precisarmos reabastecer o estoque", completa.

Reajuste

15% é o aumento máximo esperado para preços de livros e materiais escolares em janeiro

Demanda maior gera oportunidade de emprego

De olho na oportunidade de intensificar as vendas no início do ano, as livrarias de Fortaleza já iniciaram a contratação de trabalhadores temporários para atender a demanda. Algumas lojas ampliaram em até 266% seu quadro de funcionários. É o caso da Livraria Pedro I. Na loja da Rua Major Facundo, alguns temporários contratados já assumiram seus postos, enquanto outros estão em treinamento. "Contratamos mais 40 pessoas entre vendedores, orçamentistas, caixas e estoquistas para dar conta do aumento de demanda em janeiro. Nos outros meses, funcionamos com 15 funcionários", afirma a gerente Cristiane Coutinho.

A Livraria Atual, que conta normalmente com quatro vendedores, contratou mais 10 para incrementar as vendas em janeiro (+250%). "Eles já estão em fase de estágio e devem começar a atender ainda neste mês. Dependendo do desempenho, alguns até podem ser contratados futuramente", conta Osmarina Silva Costa, que, há dois anos, foi efetivada, depois de várias experiência como vendedora temporária na mesma livraria.

Com 10 funcionários efetivos, a Livraria do Estudante contratou mais 20 (+200%) para o período mais aquecido do ano para o setor. "O emprego é temporário, mas, geralmente, ficamos com três ou quatro que se destacam para substituir antigos que saem da loja ou mesmo para renovar a equipe de vendas", diz a gerente Clariane Santiago.

Segundo Oscar Nogueira, diretor da Livraria Educativa, a loja, que trabalha normalmente com o efetivo de 25 funcionários, dobrará o quadro em janeiro (+100%). "Mesmo com mais gente para atender no próximo mês, quem comprar em dezembro vai contar com melhor atendimento, devido à tranquilidade do movimento", alerta.

AUTOR: DN