Os mandados de prisão temporária foram expedidos pela comarca da cidade de Gurinhém. Os três funcionários da prefeitura de Caldas Brandão, no Agreste paraibano, faziam parte da comissão de licitação do último concurso realizado na cidade, no dia 9 de dezembro de 2011. O presidente foi preso na casa dele em João Pessoa e outros dois integrantes da comissão foram presos no Agreste. Um deles é o secretário de administração do município.
O terceiro mandado foi cumprido na cidade de Guarabira, no Brejo do estado. O dono da empresa que realizava os concursos foi preso em casa. Todos os suspeitos foram levados para a cidade de Gurinhém, de onde foram emitidos o mandados de prisão. Até as 8h desta segunda, os policiais ainda realizavam uma catalogação em documentos nas casas dos suspeitos e de parentes deles. Computadores e pastas foram apreendidos.
O prefeito da cidade de Caldas Brandão está viajando e não foi localizado para prestar depoimentos sobre a acusação de realizar um concurso de forma fraudulenta. A empresa do advogado suspeito de fraudar os resultados dos concursos, não atendeu as ligações.
De acordo com o promotor Octávio Celso Gondim, a prefeitura teria comprado vagas à empresa que realiza o concurso. No esquema, os integrantes da prefeitura entregavam os nomes das pessoas que deveriam ser aprovadas. A empresa preenchia gabaritos com os nomes e a assinatura dessas pessoas e colocava a folha nos envelopes em que os fiscais das provas tinham colocado todas as folhas de resposta do dia do exame.
Os investigados vão responder pelos crimes de frustação do caráter competitivo, formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva. As penas dos crimes somadas chegam ao máximo de 21 anos de reclusão.
Segundo o MP, várias escutas telefônicas e gravações em vídeo foram feitas para municiar de provas a denúncia dos promotores. Agentes se passaram por assessores de uma prefeitura e teriam conseguido fechar a realização de um concurso com vagas compradas na mesma empresa. As investigações devem continuar para descobrir se outros concursos foram realizados no estado de forma irregular. O concurso do município deve ser anulado, segundo o promotor.
O programa Fantástico mostrou no domingo (17) como funcionava este esquema em todo o país. Cerca de 50 policiais civis e seis agentes da CGU, além dos promotores do MP, participaram da operação na Paraíba. Os quatro presos serão levados para a Central de Polícia Civil de Campina Grande, onde devem ser apresentados em uma coletiva às 10h de hoje. Outra coletiva será realizada paralelamente acontecerá às 10:30 hs no Núcleo Criminal do Ministério Público do Estado da Paraíba na cidade de João Pessoa.
FONTE: G1/PB
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