MANIFESTO PELA PAZ E PELA VIDA

Que tal sentar à porta para um bate-papo? Não podemos mais! Que tal uma caminhada para exercícios físicos? Não podemos mais! Que tal sentar em um restaurante para jantar com a família? Não podemos mais! Que tal frequentar a igreja? Não podemos mais! Que tal ficar na parada esperando o ônibus? Não podemos mais!

A conclusão é que não podemos mais ser brasileiros do jeito que gostamos de ser.

A violência chegou em nossas vidas e hoje são poucos aqueles que ainda não tem a sua história de vítima para contar. Assim, agora vivenciamos o medo de, a qualquer momento, sermos abordados por assaltantes e ficarmos reféns sob a mira de uma arma de fogo.

Muitos já foram assaltados. Mesmo aqueles que atuam como agentes de segurança já passaram o seu momento de terror. O pior é que tudo pode voltar a acontecer, pois contra a violência, não há muro, cerca elétrica, alarmes, seguranças...! Só nos resta sair de casa apavorados olhando para os lados, como se estivéssemos fazendo algo errado por simplesmente estarmos saindo de nossas casas.

Quantos são os que já morreram vitimados pelas mãos de um assaltante? Quantos filhos perderam seus pais? Quantos pais e mães ainda choram a morte inesperada de um filho fatalmente vitimado em um assalto?

Esta violência nos leva a outra tão grave o quanto, porque tem efeito multiplicador: A impunidade.

Estamos assustados. Quem não teme a aproximação de um jovem desconhecido? Quem não olha desconfiado a aproximação de um motociclista com capacete?

Afinal, o que aconteceu com nossas cidades e porque deixamos a violência alastrar-se descontroladamente? A triste constatação é que quem está empunhando uma arma contra nós, na grande maioria dos casos são jovens, e, em grande número, menores de idade.

É hora de pensar futuro. Sempre foi. Mas o presente está aí à nossa espreita. E nós não sabemos se voltaremos ilesos depois de um dia de trabalho. O presente transborda o noticiário de sangue e os fatos estão a cada dia se aproximando mais de cada um de nós. E simplesmente não sabemos o que fazer, exatamente porque não existem alternativas a escolher.

É hora de agir pensando no presente, porque o futuro não existe, e mesmo se existisse seria o resultado do que estamos fazendo agora. Atacar as consequências, como também as causas, desse perigoso e maléfico desarranjo social se faz urgente, sob pena de ficarmos cada vez mais encarcerados.

Estamos de luto pelos muitos corpos caídos ao chão em nossas ruas, e, infelizmente, quando pior, no seio de nossa família. Por isso, pedimos às autoridades competentes medidas urgentes que nos levem de volta a um tempo de sossego, para assim termos de volta nossa paz e para termos a sensação de que ainda somos aqueles brasileiros que gostam de ficar batendo papo na calçada enquanto o calor diminui dentro de casa.

AUTOR: 180 GRAUS