Antes da chegada do furacão Irma, fortes ventos atingiram a costa de Caibarién, município de Cuba.
Depois de deixar um rastro de destruição no Caribe, onde matou 25 pessoas, o furacão Irma atingiu neste domingo as ilhas ao sul da Flórida com ventos de até 209 km/h.
A tempestade é a mais potente registrada no Atlântico na última década. Segundo o Centro de Furacões dos EUA, o Irma perdeu força e foi rebaixado para a categoria 4, em uma escala que vai até 5.
Apesar disso, 6,3 milhões de pessoas já foram evacuadas na Flórida. Quase 600 mil casas estão sem eletricidade.
O Irma deve atingir a costa oeste da Flórida nas próximas horas; inicialmente, se pensava que o litoral leste do Estado seria atingido, mas o furacão mudou de rota.
Antes de chegar à Flórida, o furacão causou estranhos por onde passou no Caribe.
Em Cuba, a governadora da província de Camagüey, Isabel González Cárdenas, afirmou que a tempestade já causou estragos em quase todas as cidades da região.
Algumas comunidades ficaram sem eletricidade e o contato com aldeias em áreas remotas foi cortado, explicou o Will Grant, correspondente da BBC em Havana.
Na quinta-feira, o governo já havia começado a evacuar a população que vive em áreas de alto risco, principalmente nas províncias do centro e do leste da ilha, áreas próximas à rota do furacão.
Segundo a agência de notícias AFP, a operação afetou cerca de 1 milhão de pessoas. Entre elas, havia ao menos 51 mil turistas, incluindo 36 mil que estavam hospedados nas minúsculas ilhas de Cayos do Norte.
Escolas e empresas fecharam as portas. Segundo a agência Reuters, voos domésticos foram cancelados e os aeroportos também pararam de operar voos internacionais.
A ilha de San Martín foi uma das regiões que mais sofreram com a passagem do furacão
Flórida em alerta
Segundo Brock Long, diretor da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês), o furacão Irma "vai devastar os Estados Unidos, tanto a Flórida, quanto outros Estados próximos".
Autoridades têm reiterado que a população não ignore as ordens de evacuação - a Flórida já começou a sentir os efeitos no sábado, como chuva forte e ventos.
"O tamanho do furacão é enorme", disse Rick Scott, governador da Flórida, na quinta-feira. "Ele é maior que o nosso Estado e pode ter um impacto mortal em ambas as costas. Estamos ficando sem tempo. Se alguém está em uma zona de evacuação, precisa partir agora".
Scott completou dando um recado à população: "Lembre-se que uma casa é possível reconstruir, uma vida não".
Expectativa é que Irma siga rumo ao EUA
Longas Filas
O prefeito do condado de Miami, Carlos Gimenez, afirmou que a evacuação "não tem precedentes", e que mais de 650 mil pessoas abandonaram a cidade nos últimos dias.
Foram registradas longas filas para comprar garrafas de água e abastecer carros em postos de combustível e em mercados.
O aeroporto internacional de Orlando suspendeu os voos comerciais no sábado, a partir das 18h, no horário de Brasília - 17h no horário local. Muitos turistas já sofreram com cancelamento de voos e tiveram que permanecer na região.
Policiais em supermercado de Miami avisam que garrafas de água acabaram; enormes filas se formaram em estabelecimentos da cidade
De acordo com as autoridades, a rota do Irma deve passar pelas propriedades do presidente dos EUA, Donald Trump, na Flórida.
Segundo relatório da empresa de seguros Swiss Re, o condado de Miami cresceu tanto nos últimos 25 anos que, se o Irma fosse do mesmo tamanho que o furacão Andrew em 1992 - que deixou 26 mortos e 250 mil sem-teto apenas na Flórida - as perdas econômicas com os danos atingiriam um valor de até US$ 60 bilhões (cerca de R$ 185 bilhões).
O furacão Andrew causou prejuízo de US$ 26,5 bilhões (cerca de R$ 80 bilhões), em valores atualizados.
Estragos no Caribe
Enquanto a Flórida se prepara o Irma, ilhas do Caribe começam a contabilizar os estragos e como vão se reconstruir após a passagem do furacão.
A ilha de St Martin ficou destruída. "É um desastre enorme, 95% da ilha está destruído. Estou em choque", disse Daniel Gibbs, uma autoridade local.
Barbuda, outra pequena ilha caribenha, está "quase inabitável", segundo o primeiro ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne. O Irma destruiu 95% das casas e dos edifícios.
Furacão Irma se aproxima de cinturão de ilhas à direita de Cuba, Haiti e Porto Rico no Mar do Caribe | Crédito: NOAA/NASA Goddard MODIS Rapid Response Team
Além disso, todos os habitantes da ilha tiveram de ser evacuados por causa de um segundo furacão, o José - que tem categoria 4.
Outras localidades, como a Ilha de São Cristóvão e Névis e Porto Rico, sofreram com tempestades, mas conseguiram evitar maiores destruições.
Na República Dominicana, mais de 100 prédios foram destruídos, de acordo com relatórios oficiais, mas não houve relatos de mortes.
AUTOR: BBC
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