TRAFICANTE INTERNACIONAL, INTERESTADUAL E ASSALTANTE DE BANCO ESTÃO ENTRE OS FUGITIVOS DA CPPL I, NO CEARÁ

'Naldo' é um dos fugitivos e foi preso com dois fuzis/FOTO: DIVULGAÇÃO/ POLÍCIA CIVIL

Entre os cinco internos que fugiram da Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, conhecida como CPPL I, em Itaitinga, estão um paraguaio condenado por tráfico internacional de drogas, um assaltante de banco conhecido por chefiar ataques com sequestro de gerentes em todo o Brasil e um traficante interestadual preso pela Polícia Federal e apontado como responsável por financiar uma quadrilha que foi presa com mais de duas toneladas de droga.

Nesta segunda-feira, 21, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) divulgou que foi encontrado um buraco camuflado no teto de uma cela. A suspeita é de que os internos tenham saído por esse buraco e chegado à muralha. Não foi divulgado de que forma o grupo atravessou a muralha.

Anilson

Anilson Ricardo Nerys responde por roubo. Fugiu em outubro de 2014 da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais, ele chefiava uma quadrilha responsável pela distribuição de cocaína em Goiânia, no ano de 2009.

Segundo o portal do jornal O Popular, de Goiás, o resgate dele foi feito enquanto os detentos voltavam do semiaberto em que trabalhavam em uma reforma. No trajeto foram interceptados por quatro homens em um Fiat Palio vermelho, que estavam fortemente armados. Os agentes penitenciários foram rendidos e tiveram as armas roubadas. Um dos suspeitos pelo resgate foi preso posteriormente e disse à Polícia que recebeu R$ 3 mil para participar do resgate.

Naldo

Também fugiu o paulista Marcos de Oliveira Silva, conhecido como "Naldo", que foi preso pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), no Ceará. Segundo o titular da DRF, delegado Raphael Vilarinho, Naldo é responsável por assaltos a banco com sequestro de gerentes, crime conhecido como 'sapatinho". Naldo possui condenação em São Paulo de 25 anos de prisão e responde a 23 procedimentos.

O fugitivo é apontado pela Polícia Civil como chefe de uma organização criminosa atuante em ataques a instituições financeiras em todo o Brasil, uma delas aconteceu no município de Mombaça. A DRF apreendeu na residência dele dois fuzis, calibres 762 e 556.

Olívio

Olivio Bezerra Queiroz havia sido preso em agosto de 2010 com mais 35 pessoas nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. A prisão aconteceu na "Operação Stone". Segundo o portal de notícias Tribuna do Norte, a operação foi chamada de Stone (pedras em inglês) em alusão ao tráfico de pedras de crack na região Oeste de RN e divisa com o Ceará.

A rota de tráfico vinha do Paraguai, passava por São Paulo, Ceará (Região do Jaguaribe e seguia para o Rio Grande do Norte).

Jeremias

Jeremias Ávila Frota foi preso em outubro de 2013 após acusação de tráfico interestadual de drogas e associação para o tráfico.

Em matéria do O POVO Online do dia 9 setembro de 2014, foi divulgada a condenação do acusado a 14 anos e sete meses de reclusão. Jeremias foi preso pela Polícia Federal em uma residência alugada com quase 150 quilos de maconha.

O fugitivo atuava com mais duas pessoas, mas é apontado pela Polícia Federal como o responsável por financiar o grupo. A prisão preventiva dele foi decretada no dia 28 de janeiro de 2014.

Paraguaio

A 12ª Vara da Justiça Federal do Ceará sentenciou Pastor Florencio Cabral Gimenez, natural do Paraguai, a mais de 18 anos de reclusão, em regime fechado, em 2015, além de multa pelos crimes de tráfico de drogas agravado, pela quantidade da substância e uso de documento falso.

A Polícia Federal prendeu o paraguaio em setembro de 2014, com mais sete pessoas, que foram condenadas por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, porte ilegal de uso restrito e pagamento de multas pecuniárias. Na ação foram apreendidas mais de 2,5 toneladas de maconha, a maior apreensão de drogas do Ceará.

Na ocasião da condenação, a Justiça Federal divulgou que a sentença aconteceu em tempo recorde. "O juiz federal Marcos Mairton da Silva recebeu a denúncia em novembro de 2014. Da denúncia à sentença transcorreram apenas oito meses. Para se ter uma ideia da complexidade desse processo e das ações empreendidas pelo magistrado e sua equipe, com o uso de todo o aparato tecnológico, como as videoconferências, foram ouvidas testemunhas em Amuarama e Foz do Iguaçu, no Paraná. Em Foz, foram ouvidas testemunhas do Paraguai, que a defesa concordou em levar até a cidade paranaense", divulgou o site da Justiça Federal do Estado do Ceará.

Unidade segura

Segundo o presidente do sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Ceará, Valdemiro Barbosa, a CPPL I, "em tese" é a mais segura do Ceará. Também é a unidade com mais presos considerados de grande potencial criminoso.

AUTOR: O POVO