O governo da Rússia informou nesta terça-feira (17) que uma bomba derrubou o avião da empresa russa Metrojet no Egito, no último dia 31, com 224 pessoas a bordo.
De acordo com informação publicada no site do governo russo, o chefe do serviço de segurança, Aleksandr Bortnikov, informou o presidente Vladimir Putin que as investigações detectaram traços de explosivos como a causa da queda. O avião caiu na península do Sinai 23 minutos após a decolagem. Não houve sobreviventes.
A bomba, segundo Bortnikov, tinha 1 kg de TNT. "Podemos dizer que, definitivamente, foi um ato terrorista", declarou. Putin ordenou uma investigação imediata sobre os autores do atentado, informou o governo.
No dia da queda do avião, um grupo extremista islâmico que atua na região do Egito, apontado como aliado da facção radical Estado Islâmico, reivindicou a autoria.
A confirmação pelas autoridades russas de que realmente foi um atentado ocorre quatro dias depois dos ataques reivindicados pelo Estado Islâmico que mataram 129 pessoas em Paris. O episódio do avião russo deve aumentar a ação das potências ocidentais e da Rússia no combate ao EI, que ocupa territórios na Síria e no Iraque.
Na semana seguinte à tragédia no Egito, o governo britânico tinha terminado a suspensão dos voos comerciais para a região diante da suspeita de que uma bomba colocada na bagagem do avião russo, um Airbus 321, o havia derrubado. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente americano, Barack Obama, declararam naquele período que a hipótese de atentado era muito provável.
As primeiras investigações revelaram que o avião se partiu no ar pouco depois de decolar. A empresa aérea negara qualquer problema técnico.
Num primeiro momento, o presidente russo, Vladimir Putin, buscou desvincular o episódio de uma eventual reação à sua intervenção na Síria para combater o EI –forças russas atuam desde setembro em território sírio, numa aliança com o ditador Bashar al-Assad.
Na quinta-feira (12), o EI reivindicou o atentado em Beirute, no Líbano, que deixou ao menos 41 mortos – seria um revide ao grupo Hizbullah, aliado do ditador sírio, Bashar al-Assad, na guerra civil no país.
AUTOR: Folha de S. Paulo
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