Parte da cobertura do antigo Mercado Público de Icó, localizada na região Centro-Sul do Ceará, desabou na madrugada de hoje. Linhas, caibros e telhas cederam e, quando os comerciantes chegaram para trabalhar pela manhã cedo, ficaram assustados. No momento, não havia ninguém no imóvel e somente houve danos materiais. O Centro Histórico de Icó é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1997.
A Secretaria de Obras do Município interditou, na manhã de ontem, a área e fez primeira inspeção técnica para dimensionar o prejuízo e identificar a causa do desabamento. "Vamos encaminhar relatório técnico e laudo para a Superintendência do Iphan no Ceará", explicou o chefe de Gabinete da Prefeitura de Icó, Manoel Guedes. "O imóvel é tombado e precisa de aprovação do Iphan para realização de obras de reconstrução e restauro", explicou.
Levantamento inicial aponta que o madeiramento (linhas e caibros) está deteriorado pelo tempo e ataque de cupins. A falta de manutenção contribuiu para que parte do telhado da área interna desabasse. Pela manhã o movimento é intenso de feirantes e consumidores. "Quando cheguei para trabalhar, tomei um susto. Vi o telhado destruído", disse o comerciante, Valmar Oliveira. "Poderia ter ocorrido uma tragédia se esse teto tivesse caído em horário de grande movimento".
O comerciante Neilton dos Santos, que há mais de dez anos trabalha no antigo mercado, lamentou o ocorrido. "Fui um susto para todos nós, mas há tempo que essa madeira está estragada e pode desabar outra parte", observou. Os feirantes e locatários esperam que a Prefeitura realize obras de restauração no imóvel que vem apresentando deterioração do teto e paredes.
Desde 2009 que o escritório local do Iphan vem tentando junto ao município a realização de obras de recuperação do teto, reboco e de outras instalações. Há cerca de três anos foi firmado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) entre o Iphan e a Prefeitura. Sem o cumprimento do acordo, o Iphan oficiou o município na atual gestão e novo TAC foi estabelecido, cujo prazo termina em novembro próximo.
"O imóvel é do município e a responsabilidade por obras de recuperação é da Prefeitura", esclareceu o ex-chefe do Escritório Técnico do Iphan, em Icó, Erick Mendes Rolim. "O mercado está em situação de risco e não houve falta de aviso, de notificações".
AUTOR: DN
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