TIROS E CONFUSÃO AGITAM O TERMINAL DA PARANGABA

Testemunhas relataram que o clima de medo é constante no Terminal. Guardas municipais são responsáveis pela vigilância FOTO: FABIANA DE PAULA

Disparos efetuados por um policial à paisana causaram tumulto no Terminal da Parangaba, na manhã de ontem. Segundo testemunhas do fato, dois adolescentes brigaram, armados com facas, quando partilhavam objetos que haviam roubado e o policial tentou acabar a confusão efetuando tiros de alerta.

Passageiros que aguardavam os coletivos se agitaram e houve correria dentro do terminal. Quando a situação foi controlada, algumas pessoas investiram contra um dos adolescentes e tentaram linchá-lo. Agentes da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) intervieram e impediram que as agressões continuassem.

Ferido

Um vendedor, que não quis se identificar, disse que um dos garotos sofreu uma lesão a faca e foi ferido de raspão na perna, por um dos tiros disparado pelo policial à paisana. Um dos menores foi levado ao IJF.

Todas as pessoas que conversaram com a reportagem foram unânimes em dizer que a falta de segurança é um dos problemas do terminal. A dona de um boxe, que vende comida, disse que o movimento foi prejudicado pela violência, que tem se agravado a cada dia.

"As pessoas não querem mais ficar paradas, nem para comer. Elas querem ficar o menor tempo possível aqui dentro, porque a quantidade de crimes é absurda. Tem de tudo, é assalto, tráfico, prostituição. Até estupro já aconteceu dentro do banheiro", disse a mulher, que pediu para não ser identificada.

Uma funcionária do local, que trabalha como operadora de caixa, em uma das catracas, disse que o ambiente é tenso 24 horas. "Aqui não tem melhor hora para trabalhar. A tensão e o medo não passam. Muitos adolescentes, praticamente, moram aqui. É como se esse espaço fosse a casa deles. Chegam, pulam a catraca, dormem onde querem. Quando acordam com fome ou precisando usar drogas, roubam quem for passando. Dá pena ver a situação, mas também dá muito medo", declarou.

O barmen Benvindo Pereira disse que sempre presencia assaltos no terminal, quando volta do trabalho, durante a madrugada. "A maioria das vítimas é mulher. Eles tomam a bolsa e saem correndo. É preciso ficar alerta para não ser a próxima vítima. Dia desses, um rapaz foi espancado, porque não quis entregar a mochila. Esses meninos que costumam estar aqui, se juntaram e bateram muito nele", revelou.

GMF

A segurança nos terminais é feita pela Guarda Municipal de Fortaleza (GMF). De acordo com informações da Instituição, a segurança é feita por três ou quatro guardas, por terminal, em cada turno de 12 horas. Cada composição tem uma viatura. Três equipes fazem o patrulhamento móvel nos sete equipamentos espalhados pela Capital.

O inspetor Warner Nobre, comandante do Núcleo de Segurança nos Terminais, disse que o trabalho tem sido feito de maneira satisfatória e que o efetivo deve sem ampliado em breve, com a chegada de novos servidores.

AUTOR: DN