O MP destacou que "o crime foi cometido em via pública, em horário de considerável circulação de pessoas, num local onde se realizava uma partida de futebol" Foto: Leábem Monteiro
O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou quatro pessoas pela tentativa de chacina ocorrida na Areninha do Barroso, que deixou uma criança e uma mulher mortas. Dentre os denunciados está Carla Germano Sales, a 'Bibi Perigosa', acusada de ser uma das mentoras do ataque e que permanece foragida.
A denúncia foi enviada ao Poder Judiciário nessa segunda-feira (10), quase oito meses após o crime e depois de diversos pedidos de diligências por parte do MP. Também foram acusados pelos homicídios: Victor Henrique Pereira Carneiro, o 'Viti'; Clenilson Ferreira de Brito, o 'Del'; e Narcélio da Silva Pereira, o 'Cego'. A reportagem não conseguiu falar com a defesa dos denunciados.
Tainara da Silva Bezerra também está na lista dos acusados, mas pelos crimes de corrupção de menores, receptação e integrar organização criminosa, já que, segundo a investigação, ela não participou das mortes, mas ajudou a esconder dois suspeitos.
Para o MP, todos eles são integrantes da organização criminosa 'Massa Carcerária' ou 'Tudo Neutro'.
Conforme documentos obtidos pela reportagem, em julho do ano passado, o MP indicou uma lista com 12 pedidos à Polícia Civil para mais diligências, dentre eles que sejam anexados aos autos os "laudos cadavéricos, o registro de local de crime, a identificação e prontuário médico das vítimas sobreviventes, assim como a realização de perícia nos aparelhos celulares porventura apreendidos, que podem trazer informações relevantes, seja quanto à autoria, seja quanto à dinâmica dos fatos".
Além dos acusados, foi um apreendido um adolescente de 17 anos que teria participado do ataque. O jovem, de identidade preservada por ser menor de idade na época do crime, é filho de uma das vítimas da Chacina das Cajazeiras, que trabalhava no entorno do Forró do Gago no dia do crime.
TENTATIVA DE CHACINA
Segundo a denúncia, o alvo do ataque teria deixado Areninha antes do crime. Morreram na ação criminosa Francisca Ivone Vidal do Nascimento, de 48 anos, e Daniel Levy Cardoso Gomes, de 10 anos. Outras oito pessoas ficaram feridas, dentre elas três crianças e quatro adolescentes.
Conforme ainda o documento, o crime aconteceu por motivo torpe, já que se deu em decorrência da rivalidade de facções criminosas, "cujos integrantes disputavam ampliação de área territorial para domínio e comércio de substâncias entorpecentes".
"Inicialmente, é importante destacar que o local onde ocorreu o crime, Conjunto Vila Jardim Violeta, é dominado pela facção criminosa Comando Vermelho - CV, local que é palco de diversos embates entre as facções criminosas Comando Vermelho- CV e Massa Carcerária, pois os denunciados são ex-moradores do Jardim Violeta, e ao se mudarem do bairro "rasgaram a camisa", ou seja, passando a integrar a facção criminosa Massa Carcerária (também conhecida como "Massa", "Tudo Neutro – TDN " ou "Neutros")". MPCE
Denúncia
'Del' e 'Cego' foram presos em 2022, sendo apontados como responsáveis por vários homicídios em via pública, "por conta de suas prisões esse tipo de ataque cessou na área territorial do bairro Messejana e imediações. Os dois indiciados tiveram suas liberdades restabelecidas em meados do ano de 2024, a partir deste momento, coincidência ou não, criminosos retornaram a praticar ataques a pedestres nas ruas do bairro Messejana, dentre esses o crime ora investigado", segundo a Polícia Civil.
Acompanhado de 'Bibi Perigosa', 'Cego' estaria exercendo papel de liderança na Massa Carcerária, na região das Cajazeiras, e teriam premeditado o ataque.
Para o MP, "os acusados cometeram os crimes de homicídios consumados e tentados resultando em perigo comum, eis que o crime foi cometido em via pública, em horário de considerável circulação de pessoas, num local onde se realizava uma partida de futebol, onde encontravam-se várias famílias, crianças, vendedores ambulantes, transeuntes, poderiam causar danos de extensão imprevisíveis e com amplo número de vítimas atingidas".
CENAS DE TERROR
Um parente de Daniel contou à reportagem ter presenciado o crime, que mais pareceu uma "cena de terror": "foi muito repentino, rápido. Eles atiraram sem ter alvo, foram mais de 50 tiros. Peguei meu filho e corri. Quando cheguei lá e vi, parecia cena de terror. Vi o Danielzinho no chão. Era muito sangue. Ele já não respondia mais, já não estava mais respirando".
Em vídeos divulgados nas redes sociais, dezenas de pessoas gritavam e choravam no local, em meio ao desespero em prestar socorro.
O veículo usado no ataque foi flagrado por câmeras de monitoramento no entorno da areninha. Os criminosos teriam passado pelas ruas Nossa Senhora da Glória, Jornalista Antônio Pontes Tavares, Sabino Loureto da Silva e por fim entrado na rua Benedito Lacerda, até o local do crime.
FONTE: DN
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