Mais um membro de facção criminosa foi julgado e sentenciado no Ceará. Antônio André Silvestre foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão pelos crimes de organização criminosa, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, tráfico de drogas e receptação. A sentença foi proferida na Vara de Delitos de Organização Criminosa.
Conforme a decisão, o homem conhecido como 'André Negão' integra facção local e que "se trata de organização criminosa de alta periculosidade, constituída para prática de crimes graves (roubos, homicídios, tráfico de drogas e armas) e das mais variadas espécies, além de manter em suas bases milhares de integrantes, abrangendo boa parte dos municípios do Estado do Ceará".
Ele teria ordenado ataques criminosos no bairro Canindezinho, como incêndios à veículos do transporte público, no início do ano de 2019. O suspeito foi preso em setembro de 2019, em Fortaleza. Na ocasião, com ele os policiais apreenderam uma arma de fogo, munições, drogas e um drone.
Pedido
A Justiça negou ao réu o direito dele apelar em liberdade, porque, para o magistrado, "sua liberdade provisória trará concretos prejuízos à garantia da ordem pública". Após a sentença, a defesa do réu deu entrada a um recurso de embargo, na tentativa de reconsiderar a pena.
Para a defesa, não há comprovação nos autos que André seja membro de facção. Sobre o drone apreendido com ele, a versão dos defensores é que o aparelho não era instrumento de utilidade para vigilância do território dominado pela facção, mas sim um brinquedo do filho de André, que não era utilizado pois estava sem o controle remoto e bateria.
No recurso, a defesa também pediu que a sentença seja reapreciada e que seja considerada a confissão voluntária por parte do réu acerca dele estar em posse de drogas e uma arma de fogo. No último dia 9 deste mês, a Justiça recebeu o recurso e, agora, o Ministério Público do Ceará (MPCE) deve se pronunciar.
O caso
Antônio André foi abordado por policiais civis em uma blitz no bairro Canindezinho. Os policiais suspeitaram que o veículo onde ele estava tivesse a placa adulterada. A suspeita logo se confirmou. Já na casa do faccionado foram encontradas 100 gramas de crack e 100 gramas de cocaína. Ele disse ser usuário dos entorpecentes.
A investigação apontou que o homem, na época, chefiava o tráfico de drogas no bairro Canindezinho, sendo uma espécie de gerente da facção naquela localidade. No interrogatório, Antônio André admitiu ser simpatizante de uma facção e disse ter comprado a arma de fogo na Beira-Mar, pagando um total de R$ 5.500.
Aos investigadores, o suspeito negou ter ordenado ataques. Porém, a Justiça destacou haver elementos suficientes "uma vez que o conjunto probatório demonstra que o acusado integra a facção criminosa Guardiões do Estado".
FONTE: DN
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