Polícia — Foto: Reprodução/TVM
O Ministério Público do Ceará (MPCE) acusou cinco presos pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. Os denunciados são apontados como membros de uma organização criminosa que iriam invadir o território de outra facção, no Bairro Quintino Cunha, em Fortaleza, em março deste ano.
De acordo com os autos da ação penal, obtidos pelo G1, a quadrilha havia sido expulsa da Favela do Sossego por criminosos que dominavam o tráfico de drogas na Favela da Muriçoca. Para se vingar, eles criaram um plano, reuniram-se em uma residência na Rua Dona Lúcia Pinheiro e se armaram.
A Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) levantou a informação que o grupo ia realizar a ação criminosa e acionou equipes do Comando Tático Motorizado (Cotam), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), que se deslocaram para o local por volta de 18h de 16 de março.
No local, os PMs capturaram seis pessoas que haviam sido recrutadas pela facção para participar do ataque, sendo quatro adultos (Ana Jéssica Samuel Alves, Tatiana dos Santos Silva, Thalys Adler da Silva e Welisson Douglas Sousa Gonçalves) e dois adolescentes. Foram apreendidos um revólver, munição e aparelhos celulares.
Os suspeitos presos revelaram que as outras armas de fogo que seriam utilizadas na invasão estavam em outra residência, na Rua Nelson Gonçalves, na Favela do Sossego. Os policiais foram até o segundo endereço, onde prenderam Wesley Castro Maia, na posse de pequenas quantidades de drogas e dinheiro. Entretanto, nenhuma arma foi apreendida.
Os advogados de defesa dos presos não foram localizados pela reportagem.
'Batizada' pela facção
Tatiana Silva confirmou, em interrogatório da Polícia Civil, que havia sido "batizada" pela facção criminosa há cinco meses, termo usado pelos criminosos para integrar novos membros. Ela disse ainda que é mãe de Thalys e de um adolescente apreendido e que foi buscar duas armas no bairro Granja Portugal, sendo que deixou uma em cada residência vistoriada pela Polícia - uma espingarda calibre 12 não foi localizada. Ana Jéssica também é ligada à família, já que é companheira de Thalys.
Os cinco suspeitos tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva em audiência de custódia. Depois, o processo passou da 1ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas para a Vara de Delitos de Organizações Criminosas. A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do MPCE, e aguarda apreciação da Justiça.
Habeas corpus negado
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) recusou um habeas corpus impetrado pela defesa do acusado Welison Douglas, no último dia 11 de junho. "É suficientemente fundamentado o decreto prisional cautelar onde o juiz aponta a existência de indícios suficientes de que o agente integra a notória facção criminosa", justifica a decisão.
AUTOR: G1/CE
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