O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 29 anos, foi condenado a 25 anos de prisão pela morte da garota de programa Taís Pereira de Almeida, de 20 anos, após júri popular nesta quinta-feira (18), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. O crime ocorreu em março de 2014, na avenida Nossa Senhora de Lourdes. Esta é a 28ª condenação dele, que já passou por 30 julgamentos.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou que Tiago estacionou sua moto, foi em direção à vítima e disparou na cabeça dela. O promotor Milton Marcolino dos Santos Júnior pediu que o réu fosse condenado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e por impossibilitar defesa da vítima, mas não arrolou nenhuma testemunha.
Já a defesa de Tiago, os advogados José Patrício Júnior e Antônio Celedonio Neto, pediram a semi-imputabilidade dele, alegando que ele não pode ser considerado “uma pessoa normal”. Além disso, alegaram que não havia provas suficientes para comprovar que a vítima foi morta pelo vigilante.
No entanto, o júri reconheceu que Tiago foi o autor do homicídio e manteve as qualificadoras pedidas pelo MP-GO.
O vigilante, apontado como responsável por mais de 30 assassinatos, está preso desde outubro de 2014. Dos 30 julgamentos a que ele já foi submetido, foi condenado em 28. Em outras duas situações, ele foi inocentado. Taís Pereira de Almeida
Crime
Durante audiência na 4ª Vara Criminal de Aparecida de Goiânia, em agosto de 2015, o promotor Milton Marcolino dos Santos Júnior afirmou que o caso já havia sido arquivo pelo delegado responsável, Rogério Moreira Bicalho Filho, por falta de provas.
No entanto, quando Tiago assumiu ter cometido uma série de homicídios em Goiânia, o delegado pediu que fosse realizado um exame de balística, que comprovou que a arma usada pelo acusado era a mesma que matou Tais de Almeida.
“Não existe nenhuma dúvida de que quem cometeu o homicídio foi o próprio Tiago. O exame é uma prova extraordinária que comprova de forma inequívoca que o projétil retirado do corpo vítima foi expelido pela arma que foi apreendida com o Tiago. Logo depois que foi feito esse exame pericial, ele foi chamado para ser ouvido e falou que não se lembrava”, afirmou o promotor na época.
Livro
Tiago Henrique vai lançar um livro sobre os crimes cometidos e sua conversão espiritual. Com o título "Tiago Rocha: Um pouco da história por trás de um serial killer", a obra foi escrita na cadeia, onde está preso desde 2014, e deve ficar pronta no próximo mês de junho. O material, que já foi reunido e encaminhado para uma gráfica, deixou as famílias das vítimas revoltadas.
Para realizar o trabalho, o vigilante contou com o apoio do padre Luiz Augusto Ferreira da Silva, apontado como servidor fantasma da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
AUTOR: G1/GO
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