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segunda-feira, 24 de maio de 2021

EM FORTALEZA (CE), EMPRESÁRIO QUE MANTINHA ARSENAL DENTRO DE APARTAMENTO DE LUXO É SOLTO APÓS PAGAR FIANÇA

 
 Cerca de 20 armas, cartuchos e munições foram encontrados pelos policiais no imóvel Foto: divulgação

A Justiça Estadual decidiu soltar mediante pagamento de fiança, no último sábado (22), um empresário de 57 anos, preso no dia anterior com uma arma de fogo, em um posto de combustíveis, no bairro Mucuripe, em Fortaleza. Na residência do suspeito, um apartamento de luxo, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) apreendeu um arsenal - que incluía fuzil, espingardas e outras armas de fogo, munições, uma máquina de recarga de munições e até uma réplica de uma bomba relógio.

A soltura de Waldemir Feitosa de Albuquerque Lima aconteceu no Plantão Judiciário. "O pretenso delito foi cometido sem violência e ameaça à pessoa e o investigado nãopossui antecedentes criminais", considerou o juiz para conceder liberdade provisória ao preso, após o pagamento de fiança de três salários mínimos. 

O magistrado determinou ainda que Waldemir cumpra com medidas cautelares por seis meses: proibição de se ausentar de Fortaleza, a não ser que a Justiça autorize; recolimento domiciliar das 22h às 6h; comunicar eventuais mudanças de endereço; e comparecer a todos os atos processuais.

A decisão judicial atendeu pedido de liberdade feito pela defesa de Waldemir Feitosa. O advogado Rogério Feitosa Mota afirmou à reportagem que "todas as armas são devidamente registradas em nome do empresário Waldemir Feitosa, que é registrado como colecionador e atirador esportivo, bem como que o ocorrido será devidamente esclarecido em juízo no momento oportuno".

O Ministério Público do Ceará (MPCE) chegou a se posicionar pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, "para a garantia da ordem pública". O promotor de Justiça lembrou que o suspeito não tinha antecedentes criminais, mas "diante da gravidade dos fatos, inclusive, por envolver risco para outras pessoas, revelam-se insuficientes, in casu, a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, o que justifica, sem dúvida, a sua custódia cautelar".
Policiais também apreenderam maquinário usado para fabricação de munições. Foto: Divulgação

APREENSÃO DE 20 ARMAS DE FOGO

Os policiais militares que efetuaram a prisão de Waldemir Feitosa contaram à Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), que foram acionados para uma ocorrência no Mucuripe de um homem com "comportamento bastante alterado, eufórico, portando uma arma de fogo e ameaçando pessoas, num posto de gasolina". A informação consta no Inquérito Policial e diverge do relato inicial de que o suspeito foi abordado pela Polícia em uma boca de fumo na comunidade do Saporé, no bairro Papicu.

Ao chegarem ao posto de combustíveis, os PMs viram o suspeito entrando em um táxi e realizaram a abordagem. Com ele, foi apreendido um revólver calibre 357 (municiado com cinco munições) e mais nove munições de calibres diversos, dentro de uma maleta prata. Entretanto, o homem não apresentou autorização para posse de arma de fogo.

O empresário ainda teria comentado com os policiais que possuía mais armas de fogo, que estavam em casa. Ao se deslocar para o apartamento de alto padrão, na Avenida Abolição, ainda no bairro Mucuripe, a Polícia se deparou com um arsenal.

Foram apreendidas mais 19 armas de fogo - inclusive um fuzil, carabina, espingardas, pistolas e revólveres, munições de calibres diversos e uma máquina para recarga de munições. Uma das pistolas estava com numeração adulterada.

Os policiais ainda encontraram, no imóvel, uma suposta bomba e acionaram militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) para apreenderem o artefato. Os PMs especializados recolheram o material e descobriram que se tratava de uma réplica de relógio de dinamite.

O suspeito acabou autuado na DRF pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previstos pela Lei Nº 10.826. Ao ser interrogado, Waldemir alegou apenas que não sabia o motivo de uma arma conter adulteração na numeração, o que deve ter sido um engano no ato da compra, mas afirmou que a mesma é registrada junto ao Exército Brasileiro.

FONTE: DN

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