Irmão de Suzane von Richthofen foi internado no Hospital do Campo Limpo nesta terça-feira (Foto: TV Globo/Reprodução)
Andreas von Richthofen, de 29 anos, irmão de Suzane von Richthofen, foi internado nesta terça-feira (30) no Hospital Municipal do Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo.
Segundo o boletim médico, ele foi levado ao hospital por policiais militares após invadir uma casa. Andreas estava dormindo no quintal da residência e apresentava diversos ferimentos pelo corpo.
Suzane cumpre pena na prisão em Tremembé por mandar matar os pais em 2002.
O filho caçula da família Richthofen deu entrada no hospital por volta das 8h30. Com roupas rasgadas, “higiene precária” e “olhos vidrados”, como definiu o boletim médico, ele chegou escoltado por uma equipe da PM.
No pronto-socorro, passou por um médico a quem disse estar "paranoico". As escoriações, espalhadas principalmente pelas pernas, teriam sido causadas pelas pontas de lança da grade do imóvel invadido, conforme relatou ao clínico geral.
Segundo a sala de imprensa da PM, Andreas foi localizado em uma travessa da Avenida Washington Luís, perto da Avenida Vicente Rao, na Chácara Flora, região de Santo Amaro, na Zona Sul.
Andreas, que é doutor em química pela Universidade de São Paulo (USP), teve autorizada sua transferência ainda na noite desta terça-feira para a Casa de Saúde João de Deus, um hospital psiquiátrico em Pirituba, na Zona Oeste de São Paulo (veja o documento de transferência mais abaixo).
Reprodução de foto da família Richthofen. Da esquerda para a direita: Suzane von Richthofen, o irmão Andreas Albert von Richthofen e os pais Marísia von Richthofene e Manfred Albert von Richthofen (Foto: Sérgio Castro/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Funcionários do Hospital do Campo Limpo também ouviram de Andreas que a ideia de invadir a casa não foi dele, e sim uma “ordem do imperador”. O rapaz contou à equipe médica que faz uso esporádico de álcool e maconha, mas afirmou que não consumiu nenhuma das substâncias recentemente.
Andreas foi avaliado novamente na parte da tarde, desta vez por um psiquiatra, e acabou internado na ala de saúde mental da unidade. Oscilando entre momentos de lucidez e devaneio, em que diz temer que alguém o mate, ele agora divide um quarto com outros dois pacientes.
Andreas chegou ao hospital com brasão da família Richthofen no bolso (Foto: Arquivo Pessoal)
A ala em questão é guardada por um segurança e só pode ser acessada por quem tem a chave. Pacientes lá internados têm a liberdade de deixar as macas e caminhar quase que livremente pela seção, que mais parece pertencer a um hospital ou casa de repouso particular por conta da organização.
Enrolado em um cobertor cinza, André, como foi involuntariamente rebatizado no hospital, vaga pelos corredores e até já troca breves palavras com outros internos. A maca dele fica no chão, mas por questão de segurança, de acordo com funcionários.
Até a tarde desta terça, nenhum familiar de Andreas havia aparecido no hospital para visita-lo ou procurar notícias. O único elo com a família no local, por enquanto, é o brasão de ouro que foi recolhido em seu bolso e que traz o sobrenome que diversas vezes estampou capas de jornais do país. O objeto está guardado na administração.
Andres será transferido para uma casa de saúde em Pirituba (Foto: Arquivo pessoal)
Relembre o caso
Suzane foi condenada a 39 anos de prisão por mandar matar os pais em 2002 e cumpre pena na penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, a P1 Feminina de Tremembé, no interior de São Paulo.
Ela confessou participação no assassinato dos pais, ocorrido em 31 de outubro de 2002. O casal Manfred e Marísia von Richthofen foi morto pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos na mansão onde moravam, na capital paulista. O irmão dela, Andreas, tinha 15 anos na época do crime.
Daniel namorava Suzane, que teria planejado o crime porque não tinha um bom relacionamento com os pais. Ela pretendia dividir o dinheiro da herança da família com os Cravinhos. Os irmãos também foram presos e condenados ao regime fechado. Em fevereiro de 2013, progrediram para o regime semiaberto.
AUTOR: G1/SP