Investigação policial encontrou conversas entre os suspeitos com trocas de imagens de drogas e munições Foto: Reprodução
Dois acusados de integrar a facção cearense Massa Carcerária e de vender drogas em Fortaleza foram condenados a uma pena somada superior a 35 anos de prisão pela Justiça Estadual. Segundo a sentença, os réus são ex-namorados e um deles "rasgou a camisa" da facção carioca Comando Vermelho (CV) para aderir à outra organização criminosa. A condenação foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) da última terça-feira (7).
A dupla foi condenada pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas pelos crimes de integrar organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Breno Carvalho Sena, conhecido como 'Xana' ou 'Gêmeo', foi sentenciado a 18 anos e 11 meses de reclusão, enquanto Natália Morais de Medeiros, a 'Protegida', foi sentenciada a 16 anos e 3 meses de reclusão. As penas devem ser cumpridas em regime inicialmente fechado.
Conforme as investigações policiais, os réus são ex-namorados e se conheceram quando Breno fugiu da comunidade do Oitão Preto, no bairro Moura Brasil, por ter "rasgado a camisa" (isto é, por ter trocado de facção) do Comando Vermelho, e procurou abrigo em Messejana. Os dois acusados tiveram um relacionamento amoroso e passaram a vender drogas juntos. 'Protegida' já foi investigada por fazer um elo entre a Massa e a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
A sentença judicial detalha que 'Xana' e 'Protegida' viraram alvos da Polícia Civil do Ceará (PCCE) após a prisão de um chefe da Massa Carcerária, o qual eles eram subordinados. Renan Lemos dos Santos, o 'Galo Cego', foi capturado no Estado de Pernambuco, e um aparelho celular foi apreendido.
Com a autorização da Justiça para acessar o celular, os investigadores encontraram conversas de 'Galo Cego' com a dupla que continham ordens para o tráfico de drogas e para homicídios, a serem praticados principalmente no bairro Messejana, em Fortaleza. Os suspeitos trocavam imagens de drogas, armas e munições.
O colegiado de juízes que atua na Vara de Delitos de Organizações Criminosas concluiu que, "pelas circunstâncias comprovadas nos autos, não restam dúvidas razoáveis de que os acusados Breno Carvalho Sena e Natália Morais de Medeiros integram a organização criminosa Massa Carcerária. A prova é coerente e harmônica desde a fase policial, o que permite ter a certeza necessária para a condenação".
As defesas dos réus alegaram à Justiça que as provas da investigação eram insuficientes para a condenação da dupla e que a apreensão do celular de Renan Lemos dos Santos foi ilegal, porque aconteceu em um local diferente dos endereços alvos de buscas determinadas pela Justiça. Caso a tese fosse acatada pelos juízes, a defesa esperava anular a prisão dos clientes.
Irmãos gêmeos acusados de crimes
Breno é irmão gêmeo de Brendo Carvalho Sena, o 'Bruxo', 29. "Os Gêmeos", como são conhecidos no mundo criminoso, são investigados pela Polícia Civil do Ceará por cometerem vários crimes juntos. 'Bruxo' também teria fugido do Oitão Preto para a Messejana, em razão de ter "rasgado a camisa" do Comando Vermelho e ter migrado para a Massa Carcerária.
Os irmãos gêmeos foram presos em uma operação da Polícia Civil na Grande Messejana, no dia 8 de fevereiro de 2023. Na ocasião, a PCCE divulgou que "Breno é apontado como executor de diversos homicídios ocorridos na região da Messejana. Contra ele, também foi cumprido um mandado de prisão também por integrar organização criminosa. Breno já possui passagens pelo crime de tráfico de drogas, quatro passagens por homicídio e porte ilegal de arma de fogo".
Já Brendo "possui uma extensa ficha criminal pelos crimes de tráfico de drogas, homicídio e roubo. Ele estava com mandado de prisão em aberto por integrar organização criminosa. No momento da abordagem, o jovem estava em posse de uma pistola roubada de um policial militar, no ano de 2021, em Maracanaú. Ele também foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo", de acordo com a Polícia Civil.
'Xana' e 'Bruxo' foram acusados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) de cometer um homicídio no Centro de Fortaleza, no dia 12 de fevereiro de 2022, mas a Justiça Estadual impronunciou (isto é, decidiu não levar a julgamento) os irmãos gêmeos, por falta de provas, em decisão proferida em maio de 2024.
FONTE: DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário
IMPORTANTE:
Todos os comentários postados neste Blog passam por moderação. Por este critério, os comentários podem ser liberados, bloqueados ou excluídos.
O TIANGUÁ AGORA descartará automaticamente os textos recebidos que contenham ataques pessoais, difamação, calúnia, ameaça, discriminação e demais crimes previstos em lei. GUGU