PRESOS FICARÃO POR 48 HORAS EM DELEGACIAS DA CAPITAL

O plano operacional, que será implantado pela Polícia Civil, foi aprovado pelos participantes do encontro, realizado na manhã de ontem FOTO: FABIANE DE PAULA

Os representantes do Fórum Nacional Permanente de Reconstrução Social se reuniram na manhã de ontem, na Delegacia Geral da Polícia Civil, para debater a possibilidade de que as grades dos xadrezes sejam retiradas das delegacias evitando que elas voltem a abrigar presos. O delegado geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, disse que a retirada das grades não é viável, mas assegurou que um plano para que os detentos sejam abrigados em unidades prisionais já está em andamento.

Estiveram presentes no encontro representantes do Ministério Público Estadual, Poder Judiciário, Polícia Civil, Sindicato dos Policiais Civis, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/CE), Assembleia Legislativa, Coordenadoria de Juventude de Fortaleza, Pastoral Carcerária e outras entidades da Sociedade Civil.

O debate durou cerca de duas horas e houve consenso de que a melhor alternativa para o problema é que os presos permaneçam por, no mínimo, 48 horas nas delegacias antes de serem transferidos para estabelecimentos prisionais da Grande Fortaleza.

"Quem menos quer presos nas delegacias somos nós, mas precisamos das carceragens porque os presos passam por um procedimento de flagrante que, muitas vezes, não é finalizado no momento em que ele é levado para a Delegacia. Em muitos casos eles precisam ser ouvidos novamente, participam de acareações. É necessário que eles permaneçam na Delegacia por, no mínimo, 48 horas", disse Andrade Júnior.

Centro de Triagem

Segundo ele, após as 48 horas, o plano é que os detentos sejam encaminhados à Delegacia de Capturas (Decap) para serem fotografados e registrados e, depois, sigam para o novo Centro de Triagem, em Caucaia.

A juíza Luciana Teixeira, corregedora dos presídios, disse que concorda com a remoção dos presos para o Sistema Penitenciário. "Os problemas ligados aos presos são da Secretaria de Justiça (Sejus) e do Poder Judiciário, não da Polícia".

Para a promotora de Justiça e presidente do Fórum Nacional Permanente de Reconstrução Social Fernanda Marinho, a retirada das grades é necessária. "Essa luta já dura quatro anos. As delegacias já foram esvaziadas uma vez, com a inauguração da CPPL IV, mas como as grades continuaram as delegacias ficaram superlotadas de novo. Precisamos com urgência de, no mínimo, 10 mil novas vagas no Sistema", disse a representante do Ministério Público.

AUTOR: DN