O Ministério Público explica que o Deutsche Bank não desviou dinheiro público, mas que cerca de US$ 200 milhões do esquema de corrupção em obras municipais foram transferidos para Ilha de Jersey em contas do Deutsche. "Por isso o banco foi investigado, assim como outros bancos internacionais”, disse o promotor nesta segunda-feira (24).
As investigações começaram em julho de 2001. O Ministério Público afirma que foram desviados US$ 340 milhões dos cofres da Prefeitura nas obras da Avenida Água Espraiada (atual Avenida Jornalista Roberto Marinho) e do Túnel Ayrton Senna. Em maio de 2013, a Prefeitura de São já havia conseguido que a Justiça de Jersey determinasse que empresas de Maluf devolvessem US$ 28 milhões aos cofres municipais.
Acordo
Silvio Marques explica que, do total de US$ 20 milhões do acordo, serão destinados à Prefeitura 18 milhões. Além disso, US$ 1,5 milhão vai para o estado de São Paulo, US$ 300 mil para o fundo estadual de interesses difusos e US$ 200 mil para o pagamento de perícia em duas ações propostas pelo Ministério Público contra o ex-prefeito e outras pessoas físicas e jurídicas.
“Nós temos provas claras que o ex-prefeito movimentou dinheiro de órgãos públicos municipais e o dinheiro foi movimentado em vários bancos de vários países dos Estados Unidos, da Suíça, França, Luxemburgo, Inglaterra e da Ilha de Jersey. Na Ilha de Jersey, o dinheiro foi depositado no Deustche Bank. E em 97 e 98, houve um investimento na empresa Eucatex pelo Maluf e em razão do trânsito do dinheiro o banco passou a ser investigado”, disse.
10% do valor movimentado
O valor acertado na indenização corresponde a 10% do valor que passou pelo banco, que foi de cerca de US$ 200 milhões, de acordo com o promotor.
“Esse valor foi auferido em função da perspectiva que a Prefeitura tinha de obter alguma sentença favorável no exterior. Como os advogados da Prefeitura em Londres disseram que poderiam obter pelo menos US$ 15 milhões em uma eventual ação, obviamente US$ 20 milhões é um valor muito melhor e a Prefeitura não vai gastar dinheiro com advogado, que seria cerca de US$ 5 milhões”, explica o promotor.
“Pelo instrumento de transação, inicialmente a Promotoria do Patrimônio Público tem que pedir a homologação do acordo ao conselho superior. Em seguida, caso homologado haverá uma segunda homologação da 4ª Vara da Fazenda que cuida das ações dos desvios do Maluf. Depois disso, o banco tem 15 dias para depositar os valores nas contas da Prefeitura, do Estado, da 4ª Vara. Se todos os prazos forem cumpridos sem atrasos, em 60 dias o dinheiro deverá ser pago pelo banco”, disse.
Dinheiro deve ser usado em ações sociais
O secretário municipal de Negócios Jurídicos, Luís Massonetto, disse o dinheiro pode ser usado na compra de terrenos para a construção de parque, equipamentos sociais, e especialmente para a construção de creches.
De acordo com Massonetto, a Prefeitura já ganhou uma ação na Ilha de Jersey em torno de US$ 32 milhões, dos quais já foram repatriados mais de US$ 6 milhões.
O secretário celebrou o acordo. “Pela Prefeitura de São Paulo, esse acordo firmado hoje é extremamente positivo para a cidade, resultado de uma parceria da Secretaria de Negócios Jurídicos, da Procuradoria Geral do Município com o Ministério Público que envolve o compartilhamento de toda uma estratégia para o município ser ressarcido do prejuízo de gestões anteriores”, afirmou.
AUTOR: G1/SP
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