Uma comerciante suspeita de participar do latrocínio (roubo seguido de morte) de um empresário, ocorrido no dia 15 de novembro, foi presa, ontem, no bairro Caça e Pesca. De acordo com a Polícia, Francisco Rosivan Diógenes Pinto, 45, foi morto a facadas em um bar, na Avenida Dioguinho, mas o corpo dele só foi encontrado no dia seguinte, na Rua Professor Valdevino, no bairro Sabiaguaba, com vários sinais de tortura.
Segundo a delegada Socorro Portela, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francilene Carneiro da Silva confessou o crime e contou detalhes da trama. Conforme a diretora da DHPP, a suspeita estaria devendo um circuito interno de imagens que havia comprado a Rosivan Pinto há três meses. No dia 15, ele teria ligado fazendo uma cobrança e a mulher pediu que ele passasse à noite em seu bar, na Avenida Dioguinho.
"Na verdade, Francilene atraiu Rosivan para a morte. Ela já havia premeditado tudo. Além de se livrar da dívida, ficaria com a motocicleta dele. Aliás, o objetivo não era eliminar a dívida, era o roubo da moto", afirmou a delegada.
Francilene da Silva contou à Polícia que quando Rosivan Pinto chegou ao bar foi agredido e ferido a golpes de faca pelos garçons Victor Santos de Araújo e Francisco Júlio Liberato de Sousa. Uma faca de mesa com resquícios de sangue foi encontrada no local do crime e será periciada.
A vítima teria morrido ainda dentro do bar. Segundo Socorro Portela, a suspeita teria encostado um automóvel Ford, modelo Ka, na frente do estabelecimento e o cadáver foi colocado no porta-malas. O trio seguiu até a praia, na Sabiaguaba, onde o corpo foi abandonado na areia.
"Ele foi torturado. Quando o cadáver foi achado estava com um saco na cabeça, degolado, com as mãos amarradas e parcialmente carbonizado. Foi um crime extremamente cruel", declarou a diretora da DHPP.
Portela disse que Francilene da Silva deu informações sobre onde os dois jovens, que a teriam ajudado no crime, poderiam estar escondidos. A Polícia fez incursões à procura deles, mas os dois não foram localizados. "Temos pistas e esperamos chegar a eles em breve. Se alguém tiver alguma informação, denuncie. Garantimos sigilo absoluto", afirmou Portela.
Nenhum dos suspeitos tinha antecedentes criminais. Francilene Silva disse estar arrependida, mas aliviada por contribuir com as investigações. Ela, Victor Araújo e Júlio Sousa responderão por latrocínio e ocultação de cadáver e podem ser condenados a mais de vinte anos.
Família
A esposa de Rosivan Pinto foi quem denunciou o sumiço dele. Eles tinham uma loja de câmeras de segurança, na Avenida Pontes Vieira. Quando ele saiu do local disse à mulher que iria fazer uma cobrança a Francilene, no bar dela.
"Eu tinha ido no bar com ele, no dia em que as câmeras foram instaladas. Rosivan saiu dizendo que ia lá e não voltou. Fui à Polícia, aos hospitais e infelizmente encontrei meu marido no IML. As investigações começaram e eu disse que sabia desse bar. Os policiais foram ao local e descobriram tudo", afirmou a mulher, que preferiu não se identificar.
No ano passado, o empresário havia sido vítima de um sequestro-relâmpago. "Ele morria de medo dessa violência. Abandonou o ramo que trabalhava por isto", afirmou a esposa. Ela fez um apelo para que a população denuncie os suspeitos que não foram presos. "Quero Justiça. Vou lutar até o fim", disse.
AUTOR: DN
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