O idoso não quis aparecer. A honestidade de uma vida inteira ainda o deixa incomodado com o golpe que levou. “Meu pai tem 85 anos, uma pessoa inteiramente correta ao longo da vida. Ensinou os filhos a ser desta forma e ele ficou muito nervoso e falou: ‘Infelizmente, não dá para confiar em mais ninguém’. Ele se sentiu lesado e totalmente transtornado”, contou o filho do idoso, Mario Lopes.
Durante cinco dias alguém fez compras com o cartão dele. Um prejuízo de quase R$ 10 mil. Foi o próprio banco que percebeu a movimentação estranha. O gerente avisou a família e bloqueou o cartão.
“Ele falou: ‘Não, não se preocupa. O banco vai ressarcir seu pai, isso é normal, isso acontece, pode ficar tranquilo. É só ir na delegacia fazer um boletim de ocorrência e está tudo ok.”
A polícia começou a investigar os gastos: suplementos alimentares para quem faz musculação, restaurantes, R$ 1,9 mil em um tablete, R$ 2,5 mil em pneus e rodas para o carro. Ee a polícia não achava pistas sobre o criminoso.
Em todas as compras que fez, o golpista não deixou o nome, nem número de identidade ou telefone, para o cadastro das lojas. A polícia só conseguiu identificá-lo porque em um shopping toda precaução foi vencida pela vaidade.
Em uma loja de roupas, ele gastou quase R$ 700 em duas calças. Novamente, não quis fazer cadastro. Até que a vendedora argumentou que quando chegasse produtos que ele queria lá na loja ela precisava do cadastro dele no caderno dela, para que ela pudesse ligar para avisá-lo. E no caderno a polícia encontrou o nome verdadeiro do estelionatário.
Para surpresa de todos, era o gerente do banco, Átila Alves, que havia atendido o idoso, alertado a família sobre o golpe e bloqueado o cartão. A polícia deteve Átila quando ele saia da agência. No carro, estavam os pneus novos e o recibo do pagamento, com o número do cartão do aposentado.
Na delegacia, Átila confessou o crime. A polícia está investigando agora se o gerente havia feito outras vítimas. O banco já devolveu o dinheiro ao aposentado. Como não foi pego em flagrante, o gerente vai responder ao inquérito em liberdade.
AUTOR:G1/SP
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