Em um comunicado lido na televisão estatal, as Forças Armadas reiteraram o "pedido para que as exigências do povo sejam atendidas e dão (a todas as partes) 48 horas, como última oportunidade, para assumir a responsabilidade pelas históricas circunstâncias que o país está vivendo".
Segundo a agência de notícias Reuters, os organizadores dos protestos receberam bem o comunicado, dizendo que continuariam a protestar. Já um líder sênior do partido da Irmandade Muçulmana, disse que "todo mundo" rejeita o anúncio.
Yasser Hamza, líder do Partido Liberdade e Justiça, da Irmandade Muçulmana, disse que nenhuma instituição do Estado promover um golpe contra Morsi, e alertou contra interpretações equivocadas de quaisquer comunicados do Exército do país.
"Uma instituição do Estado vir e promover um golpe de Estado contra o presidente, isso não vai acontecer", afirmou. "Qualquer força que for contra a Constituição, é um chamado à sabotagem e anarquia."
Pelo menos 16 pessoas morreram nos confrontos entre simpatizantes e adversários do presidente islamita Mohamed Morsi no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
A divulgação do comunicado causou uma explosão de alegria entre os manifestantes que exigem a renúncia do presidente na Praça Tahrir, no Cairo, de acordo com um jornalista da AFP no local.
"Morsi não é mais nosso presidente, Sissi está conosco", gritavam os manifestantes, referindo-se ao general Abdel Fattah al-Sissi, chefe do Exército e ministro da Defesa. Durante a transmissão da leitura da nota, uma imagem do general foi exibida em um telão na praça.
O Departamento de Defesa dos EUA não quis especular sobre o que poderá acontecer no Egito nas próximas 48 horas, e afirmou ainda estar analisando o comunicado do Exército e os últimos acontecimentos no país.
Os EUA, entretanto, reforçaram seu compromisso para promover uma transição democrática no país.
Ultimato
O movimento opositor Tamarod, que liderou as grandes manifestações de domingo, exigiu que o chefe de Estado renuncie até a tarde de terça-feira (2) e anunciou que, em caso contrário, iniciará um protesto de "desobediência civil".
"Damos a Mohamed Morsi prazo até terça-feira 2 de julho às 17h (12h de Brasília) para deixar o poder e permitir às instituições estatais preparar uma eleição presidencial antecipada", afirma um comunicado do Tamarod ("rebelião" em árabe).
Milhares foram às ruas protestar contra Mohamed Morsi no Egito. (Foto: Gianluigi Guercia/AFP)
"Se Morsi não renunciar, na terça-feira às 17h terá início uma campanha de desobediência civil total", completa a nota.
O Tamarod pede ainda às Forças Armadas, à polícia e ao sistema judicial uma "posição clara ao lado da vontade popular representada" pelas gigantescas manifestações de domingo.
O movimento rejeitou o pedido de diálogo feito no domingo pelo presidente Morsi.
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"É impossível aceitar medidas insuficientes. A única alternativa é o fim pacífico do poder da Irmandade Muçulmana e de seu representante Mohamed Morsi", afirma o comunicado do Tamarod.
FRANCE PRESSE
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