Dois dos 30 ativistas do Greenpeace detidos na Rússia por organizar um protesto em uma plataforma petrolífera russa no Ártico foram acusados formalmente, nesta quarta-feira (2), de pirataria, segundo informou o advogado da ONG, Mijail Kreindlin, citado pela agência “Interfax”. Entre eles está a bióloga brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, de 31 anos.
Ana Paula e um cinegrafista britânico foram, por enquanto, os únicos acusados pelas autoridades russas de pirataria. A pena é pesada e eles podem, se condenados, pegar até 15 anos de prisão.
A bióloga brasileira foi presa no dia 18 de setembro com outros 29 ambientalistas. Foram detidos quatro russos e 26 estrangeiros dos Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.
Eles tentaram invadir uma plataforma de petróleo no Oceano Ártico, a partir de um barco do Greenpeace.
No último domingo (29), a Justiça russa havia anunciado que todo o grupo ficaria preso preventivamente por pelo menos dois meses.
O comitê de instrução russo ainda apresentará as acusações aos demais ativistas presos na cidade portuária de Murmansk.
“É uma carga extrema e desproporcional”, disse o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo à agências de notícias. “A acusação de pirataria está sendo colocada contra homens e mulheres cujo único crime é ser dotado de uma consciência. Isso é um ultraje e representa nada menos do que um ataque ao próprio princípio do protesto pacífico”, acrescentou. “Nossos ativistas não tinham nenhuma intenção de apoderar-se da propriedade de ninguém. Não havia nenhum ato criminoso”, emendou.
O grupo ambientalista diz que o protesto foi pacífico e não representava nenhuma ameaça, e que as acusações de pirataria contra os manifestantes não têm mérito no direito internacional ou russo.
A plataforma Prirazlomnaya, alvo do Greenpeace, tem previsão para entrar em operação no primeiro trimestre de 2014.
AUTOR: G1/SP
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