Sim, tenho uma história e uma dor. Minha história é semelhante à de dezenas de milhares de mulheres de policiais militares brasileiros. Tenho três filhos, Pedro, Henrique e Sofia, todos eles filhos de um cabo da PM. Enquanto ele trabalha, cuido das crianças e da casa, e lavo roupa para a vizinhança, tentando ganhar um extra para a sobrevivência.
Meu herói (é assim que o chamo) ganha R$1.475,00 por mês – líquido. 450 do aluguel – moramos em um apartamento de dois quartos, os meninos dormem em um e nós dormimos em outro. 450 da escola aqui do bairro onde os meninos estudam – 150 de cada um. 300 do mercado. Sobram 275 para tudo.
Quando alguém casa com um policial militar, está assumindo um compromisso com a polícia. Enganado está quem acha que aquele juramento “com o risco da própria vida” só é feito pelo PM. Não. Em cada nova operação, em cada momento de vestir a farda e sair para o serviço nós quatro estamos juntos, correndo o risco da viuvez, da orfandade.
Quando o Natal está próximo e preparamos a árvore, sabemos que provavelmente não vamos contar com ele, pois sua missão não tem horário e dia. Sofia, minha caçula, ano passado perguntou:
- Pai, esse ano você se veste de Papai Noel pra gente? O pai da Amanda (colega da escola) faz isso.
- Não sei filha.
Não se vestiu.
E esses protestos, onde vejo bombas, pedras, paus e fogo sobre policiais, e fico tremendo quando sinto a possibilidade de ver meu homem ferido, machucado, linchado!? Pedrinho diz:
- Se é o meu pai aí, esses caras já tinham saído correndo de medo.
Não tinham.
E quantas críticas, quantas reclamações, quantos questionamentos e desgaste contra os policiais. Quanta desvalorização, quanto uso político do trabalho suado de quem está nas ruas arriscando sua vida, tendo a coragem de expor sua família a sua ausência. Todo dia digo a ele:
- Vale a pena?
Envergonhado, ele baixa a cabeça, disfarça, muda de assunto e vai para o quarto, calçar o coturno.
Meu herói.
AUTOR: Abordagem Policial
Meu herói (é assim que o chamo) ganha R$1.475,00 por mês – líquido. 450 do aluguel – moramos em um apartamento de dois quartos, os meninos dormem em um e nós dormimos em outro. 450 da escola aqui do bairro onde os meninos estudam – 150 de cada um. 300 do mercado. Sobram 275 para tudo.
Quando alguém casa com um policial militar, está assumindo um compromisso com a polícia. Enganado está quem acha que aquele juramento “com o risco da própria vida” só é feito pelo PM. Não. Em cada nova operação, em cada momento de vestir a farda e sair para o serviço nós quatro estamos juntos, correndo o risco da viuvez, da orfandade.
Quando o Natal está próximo e preparamos a árvore, sabemos que provavelmente não vamos contar com ele, pois sua missão não tem horário e dia. Sofia, minha caçula, ano passado perguntou:
- Pai, esse ano você se veste de Papai Noel pra gente? O pai da Amanda (colega da escola) faz isso.
- Não sei filha.
Não se vestiu.
E esses protestos, onde vejo bombas, pedras, paus e fogo sobre policiais, e fico tremendo quando sinto a possibilidade de ver meu homem ferido, machucado, linchado!? Pedrinho diz:
- Se é o meu pai aí, esses caras já tinham saído correndo de medo.
Não tinham.
E quantas críticas, quantas reclamações, quantos questionamentos e desgaste contra os policiais. Quanta desvalorização, quanto uso político do trabalho suado de quem está nas ruas arriscando sua vida, tendo a coragem de expor sua família a sua ausência. Todo dia digo a ele:
- Vale a pena?
Envergonhado, ele baixa a cabeça, disfarça, muda de assunto e vai para o quarto, calçar o coturno.
Meu herói.
AUTOR: Abordagem Policial
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