Gaia Barbara Molinari foi encontrada morta por um casal, no caminho de Jericoacoara para a Pedra Furada (Foto: Reprodução)
Já se passaram seis meses desde a noite de 24 de dezembro em que a turista italiana Gaia Barbara Molinari foi morta, na região do Serrote, na vila da Praia de Jericoacoara, um dos cartões postais do Estado. Passados 183 dias o crime permanece rodeado de mistérios e questões ainda não respondidas pela Polícia. Ninguém foi indiciado pelo crime e as investigações não foram concluídas. Dentre muitas perguntas a principal delas permanece sem resposta: quem matou Gaia Molinari?
Mirian França/ FOTO JL ROSA
Já se passaram seis meses desde a noite de 24 de dezembro em que a turista italiana Gaia Barbara Molinari foi morta, na região do Serrote, na vila da Praia de Jericoacoara, um dos cartões postais do Estado. Passados 183 dias o crime permanece rodeado de mistérios e questões ainda não respondidas pela Polícia. Ninguém foi indiciado pelo crime e as investigações não foram concluídas. Dentre muitas perguntas a principal delas permanece sem resposta: quem matou Gaia Molinari?
A estrangeira foi encontrada morta por um casal que passava naquela região, na tarde de 25 de dezembro. O caminho era feito para chegar até a Pedra Furada, um dos principais pontos turísticos do Ceará. No lugar de exuberância, uma cena terrível.
O corpo da mulher estava deitado sobre a areia. Usando apenas biquíni, uma canga, e uma mochila nas costas. A cabeça, ferida por golpes de algum objeto contundente. Na testa e no queixo, sinais de violência. As mãos estavam roxas, como se tivessem sido amarradas. No pescoço, sinais de estrangulamento. Na mochila, chicletes.
Gaia havia ido a passeio a Jericoacoara na companhia da também turista Mirian França. A brasileira doutoranda em Farmácia, é natural do Rio de Janeiro e conheceu a italiana em um hostel, em Fortaleza.
Mirian possuía hospedagem para duas pessoas em uma pousada em Jericoacoara. Ia viajar com a mãe, que desistiu. Teria tentado até cancelar a reserva, mas diante da negativa, ofereceu o bilhete à italiana. A viagem não teria volta para Gaia.
As atividades das duas mulheres em Jijoca de Jericoacoara estão entre as principais intrigas da investigação. O que fizeram? Com quem estiveram? O que aconteceu para motivar alguém a tirar a vida de Gaia? A Polícia ainda não conseguiu ligar todos os pontos e revelar os fatos, que permanecem obscuros.
Vestígios
Um cordão, achado enterrado, portava material genético de Gaia. Próximo ao corpo, uma baladeira de cor vermelha estava abandonada. Dias depois, uma caixa de papelão contendo roupas masculinas e femininas também foi encontrada, desta vez por funcionários do serviço de coleta da Vila de Jericoacoara.
Exames também foram realizados no sangue de Gaia. Os resultados constataram a presença de álcool. Entretanto, deram negativo para a presença de drogas ilícitas. A Polícia também não sabe ainda quem teria bebido com a italiana naquela noite.
Personagens
Várias pessoas foram apontadas inicialmente como suspeitas de participação no crime. Um morador da Vila constantemente visto portando baladeira; um italiano instrutor de windsurf; um casal de namorados composto por um uruguaio e uma francesa; um outro morador de Jericoacoara, suspeito de tráfico de drogas. E, por fim, Mirian França.
De principal testemunha, a turista carioca passou a potencial suspeita na visão da Polícia. A farmacêutica chegou a ser presa em 29 de dezembro. Foi liberada 15 dias depois, após muita polêmica. Movimentos sociais acusavam a Polícia cearense de preconceito racial, pelo tratamento dado à mulher negra.
Mirian concedeu entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, que foi publicada em 25 de fevereiro. A farmacêutica negou ter tido participação no crime e lamentou ter sido conduzida à condição de suspeita no crime.
A delegada que preside o inquérito, Patrícia Bezerra, deixou a Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur) neste mês para assumir a diretoria adjunta da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). Apesar da mudança de unidade, ela permanece à frente do caso.
Procurada pela reportagem, a delegada disse que não iria se manifestar sobre o andamento dos trabalhos. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por sua vez, limitou-se a informar que "a Polícia continua investigando".
AUTOR: DN
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