Salas de aula foram incendiadas por suspeitos (Foto: Reprodução/TV Mirante)
Criminosos atearam fogo em pelo menos oito ônibus em São Luís, na noite desta quinta-feira (29), por ordem de líderes de uma facção criminosa que atua dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Segundo a polícia, três veículos ficaram totalmente destruídos e cinco foram parcialmente danificados pelo fogo. Até agora, não houve registro de vítimas, segundo a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública).
Também foram incendiados um caminhão de lixo que fazia a coleta no parque Sabiás e uma escola (a Unidade de Ensino Básico Darcy Ribeiro,) na avenida dos Africanos, bairro Sacavém.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas e conseguiram apagar as chamas. Tanto o caminhão quanto a escola ficaram parcialmente destruídos. Não houve vítimas neste ataque.
O clima de insegurança fez com que os rodoviários recolhessem a frota de ônibus de São Luís e região metropolitana às 21h. Não se sabe quando eles retornarão ao trabalho e se, nesta sexta-feira (30), haverá ônibus circulando na capital maranhense.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Maranhão, foi recomendado aos trabalhadores que atuam no sistema que retornassem imediatamente às garagens com os veículos. "O recolhimento dos coletivos se faz necessário diante da insegurança que tomou conta da capital, desde o início da noite desta quinta-feira. Os ônibus só devem voltar a circular a partir do momento que situação estiver controlada", informou o sindicato.
Os ataques iniciaram por volta das 20h30. Os ônibus que foram totalmente incendiados estavam circulando nos bairros Angelim, Forquilha e Recanto do Vinhais. As outras cinco tentativas de incêndio ocorreram nos bairros Altos do Turu, Parque dos Nobres, Santa Efigênia, Vila Isabel Cafeteira e Vila Industrial.
Até agora, 23 suspeitos de participação nos ataques foram detidos. A SSP informou que as polícias Civil e Militar, além do Corpo de Bombeiros, estão nas ruas atuando pontos mais críticos para coibir novos ataques criminosos.
Ameaças
Desde o último sábado (24), líderes da facção criminosa "Bonde dos 40", que estão presos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, ameaçaram iniciar uma série de ataques criminosos para espalhar pânico em São Luís.
Os presos reclamam da infraestrutura dos presídios de Pedrinhas, sobre o tempo de visita íntima, a forma que os familiares são tratados nas revistas durante os dias de visita e ainda sobre a alimentação oferecida nas unidades prisionais.
Na tarde do sábado, presos da Unidade Prisional de Ressocialização São Luís 6 atearam fogo em colchões e tentaram se rebelar, mas foram contidos três horas depois. Em seguida, espalharam diversos áudios por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp ameaçando iniciar uma série de incêndios em ônibus, prédios públicos, lojas, supermercados e em escolas que serão colégios eleitorais no próximo domingo para atrapalhar as eleições no Estado em São Luís, caso o governo do Estado não atendesse às reivindicações.
Na manhã desta quinta-feira, familiares de presos interditaram a avenida Beira Mar, em Praia Grande, no centro histórico de São Luís, após uma comissão de cinco representantes ser recebida pelo governador Flávio Dino e cúpula do governo, no Palácio dos Leões, em uma reunião que durou cerca de três horas.
"Quando tudo parecia resolvido, um pequeno grupo, de modo abusivo, fechou o trânsito na avenida Beira Mar, impedindo a circulação de ônibus com o nítido propósito de causar tumulto na cidade", afirmou o governo.
Na noite de terça-feira (27), quatro ônibus foram atacados, sendo três totalmente incendiados, enquanto circulavam na Vila Conceição e nos bairros de Fátima, Coroadinho e Tibiri.
Após a ocorrência da série de ataques a ônibus de hoje, o Governo do Estado afirmou que 7.500 homens de tropas federais chegarão em São Luís no fim de semana, para se juntar às forças policiais do Estado e coibir ações de criminosos durante a eleição de domingo (2).
O governo do Estado informou que estava aberto ao diálogo, mas não "cederá a chantagens de criminosos, que desejam a volta de regalias e privilégios no sistema penitenciário, para lá circularem livremente com drogas, celulares e armas."
AUTOR: UOL
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