O juiz Alexandre Delicato Pampado, da 1ª Vara Criminal de Primavera do Leste, município a 239 km de Cuiabá, decretou, nesta segunda-feira (19), a prisão preventiva do pai e da madrasta de uma menina de dois anos, encontrada morta dentro de uma caixa de papelão, em uma mata que percente a um loteamento naquele município. A criança foi assassinada no dia 7 de setembro, mas o corpo foi encontrado apenas no domingo (18).
Lenilson Barbosa de Souza, de 25 anos, e Katia Cristina de Almeida Lopes, de 27 anos, são suspeitos de assassinar a criança e confessaram informalmente o crime, segundo a Polícia Civil. A madrasta disse às autoridades que Lenilson se irritou depois que a menina fez cocô nas roupas e na cama e agrediu a filha. O G1 não conseguiu localizar o advogado do casal.
A prisão preventiva dos suspeitos foi solicitada pelo delegado Raphael Diniz Garcia. Na decisão, o juiz Alexandre Pampado afirma que são fortes os indícios de autoria do homicídio e da ocultação do cadáver pelo casal.
Na decisão, o magistrado destaca que o pai informou à polícia o local exato onde o corpo da vítima podia ser encontrado e a madrasta declarou como ocorreram os fatos que culminaram na morte da enteada, inclusive como decidiram embalar o corpo da criança em roupas de cama, sacos plásticos e caixas de papelão e abandonar o corpo em área verde, fugindo para Goiânia em seguida. Conforme a madrasta, o plano do casal era dizer que perderam a vítima durante um assalto naquela cidade.
Para o juiz, a prisão do casal visa garantir a ordem pública e a credibilidade da Justiça, bem como evitar que o casal fuja novamente, como fizeram anteriormente, após supostamente terem cometido o crime.
"[...] não se pode olvidar que a liberdade dos representados certamente acarretará um sentimento de impunidade, o que gerará descrédito das instituições constituídas e irá encorajar ainda mais aqueles que não sentem respeito algum pela Justiça, merecendo, por isso, uma resposta firme e eficaz para conter a criminalidade crescente na cidade e região", diz trecho da decisão.
Corpo da menina estava em saco plástico, dentro de uma caixa de papelão usado para mudança (Foto: João Paulo Rezende/Clique F5)
O caso
O pai e a madrasta foram presos durante o final de semana no município de Água Boa, a 736 km da capital, suspeitos de envolvimento na morte da menina. Ao G1, a delegada Luciana Casaverde afirmou que a mãe, que tinha a guarda da filha, permitiu que a menina fosse passar uns dias com o casal.
“No dia 7 de setembro, ela [madrasta] foi ao mercado e, quando retornou, ele [o pai] disse que tinha batido na menina porque ela tinha feito cocô na roupa e na cama. A criança estava grogue e decidiram dar remédio para dores a ela. Deixaram a menina no quarto e durante a noite viram que ela foi a óbito”, declarou a delegada ao G1.
A madrasta não disse qual remédio deu para a criança e o casal não chamou a polícia após o crime, optando por ocultar o cadáver e fugir da cidade. Já em Goiânia, eles afirmaram para a mãe da vítima que a criança tinha desaparecido durante um assalto. A mãe acionou a Polícia Civil em Mato Grosso, que entrou em contato com as autoridades de Goiânia e descobriram que nenhum assalto teria sido sofrido pelo casal.
O casal foi preso após retornar à Água Boa, onde vivia parte da família que se mobilizou para ir a Goiânia para tentar achar a menina. Os dois suspeitos chegaram a se oferecer para ajudar nas buscas e, após serem presos, teriam confessado o crime informalmente à polícia.
AUTOR: G1/MT
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