Quem visita um dos pontos turísticos mais importantes do Ceará, a Bica do Ipu, se depara com uma cena preocupante: o Véu de Noiva, uma queda d´água de 130 metros de altura, agora desce a parede rochosa como um filete que mal toca o chão. No início do ano, após seguidos períodos de seca, a água até voltou a jorrar para a alegria de moradores e turistas.
A atração fica dentro do Parque de 914 mil metros quadrados, localizado no sopé da Serra da Ibiapaba, no Norte do Estado. O complexo turístico gerou polêmica pela demora na execução da obra, orçada em R$ 26, 9 milhões, que traria desenvolvimento ao turismo na região.
Sem outro atrativo
No Parque que abriga a Bica, além de um restaurante em estilo rústico e um mirante, não há nenhum ponto de informações turísticas ou sequer alguém para orientar quem quer que chegue em busca de saber mais sobre o equipamento.
O local também possui trilhas pela mata fechada da encosta, que levam até próximo à queda d´água, proporcionando uma privilegiada visão do paredão que se forma no entorno. No entanto, as caminhadas, que podem se tornar perigosas sem o devido acompanhamento, foram proibidas, justamente por falta de guias capacitados.
No restaurante, cadeiras recolhidas, espaços vazios e o pouco número de pessoas circulando pelo local, mostram que, em pleno mês de férias, a visitação turística teve acentuada diminuição. A pousada Queda d´Água, uma das três maiores da cidade, localizada no caminho do balneário, ainda não registrou nenhuma reserva para o período. "Eles ligam, perguntam, fazem pesquisa, mas não fecham as reservas. No ano passado tivemos queda de 50% no número de hóspedes. Neste ano, a situação está bem pior", revela Sandra Marques, proprietária do local.
A situação de Ipu reflete o que vem passando o Ceará quando o assunto é turismo. De acordo com o último Mapa do Turismo Brasileiro, divulgado pelo Ministério do Turismo (MTur), o Estado teve redução no número de cidades turísticas que compõem as 12 regiões relacionadas ao turismo no Ceará. A quantidade de municípios caiu de 62 para 59.
Enquanto os municípios cearenses de Brejo Santo e Jaguaruana passaram a integrar a lista; Aiuaba, Guaiuba, Jaguaribe, Granja e Ipu, foram retiradas dela. A última pesquisa havia sido divulgada em 2013.
Para um município integrar o levantamento, o Ministério considera como critérios possuir órgão responsável pela pasta de turismo, dotação na Lei Orçamentária Anual (LOA) e assinatura de termo de compromisso com o Mtur. O órgão classifica as cidades turísticas em categorias que vão de A - aqueles com a atividade mais desenvolvida - até E. Fortaleza é a única cidade do Estado na categoria A.
Dos municípios turísticos do Ceará, 79% integram as classes C e D. Na avaliação do Ministério são consideradas as variáveis no número de estabelecimentos formais no setor de hospedagem, número de empregos gerados, prognósticos de fluxo de turistas domésticos e internacionais.
A dona de casa Patrícia do Carmo Dias, que veio de Goiânia com a família rever a Bica do Ipu, depois de anos sem visitar o lugar, diz que aprovou a mudança, mas a falta de manutenção chamou muito mais a atenção da turista. "Achei estranho também o fato de não ter ninguém para dar informações sobre o Parque, existindo apenas os funcionários do restaurante", reclamou.
O garçom Marcelo Rodrigues, que trabalha no restaurante do Parque há mais de 20 anos, antes mesmo da revitalização, finalizada em 2012, reconhece a diminuição da clientela a cada ano. "Pelo movimento, temos percebido diminuição no número de caravanas, que chegavam com uma média de 50 passageiros, em cada ônibus, num total de cinco por dia. Por ser um mês de férias, está bem fraco", disse.
AUTOR: DN
A atração fica dentro do Parque de 914 mil metros quadrados, localizado no sopé da Serra da Ibiapaba, no Norte do Estado. O complexo turístico gerou polêmica pela demora na execução da obra, orçada em R$ 26, 9 milhões, que traria desenvolvimento ao turismo na região.
Sem outro atrativo
No Parque que abriga a Bica, além de um restaurante em estilo rústico e um mirante, não há nenhum ponto de informações turísticas ou sequer alguém para orientar quem quer que chegue em busca de saber mais sobre o equipamento.
O local também possui trilhas pela mata fechada da encosta, que levam até próximo à queda d´água, proporcionando uma privilegiada visão do paredão que se forma no entorno. No entanto, as caminhadas, que podem se tornar perigosas sem o devido acompanhamento, foram proibidas, justamente por falta de guias capacitados.
No restaurante, cadeiras recolhidas, espaços vazios e o pouco número de pessoas circulando pelo local, mostram que, em pleno mês de férias, a visitação turística teve acentuada diminuição. A pousada Queda d´Água, uma das três maiores da cidade, localizada no caminho do balneário, ainda não registrou nenhuma reserva para o período. "Eles ligam, perguntam, fazem pesquisa, mas não fecham as reservas. No ano passado tivemos queda de 50% no número de hóspedes. Neste ano, a situação está bem pior", revela Sandra Marques, proprietária do local.
A situação de Ipu reflete o que vem passando o Ceará quando o assunto é turismo. De acordo com o último Mapa do Turismo Brasileiro, divulgado pelo Ministério do Turismo (MTur), o Estado teve redução no número de cidades turísticas que compõem as 12 regiões relacionadas ao turismo no Ceará. A quantidade de municípios caiu de 62 para 59.
Enquanto os municípios cearenses de Brejo Santo e Jaguaruana passaram a integrar a lista; Aiuaba, Guaiuba, Jaguaribe, Granja e Ipu, foram retiradas dela. A última pesquisa havia sido divulgada em 2013.
Para um município integrar o levantamento, o Ministério considera como critérios possuir órgão responsável pela pasta de turismo, dotação na Lei Orçamentária Anual (LOA) e assinatura de termo de compromisso com o Mtur. O órgão classifica as cidades turísticas em categorias que vão de A - aqueles com a atividade mais desenvolvida - até E. Fortaleza é a única cidade do Estado na categoria A.
Dos municípios turísticos do Ceará, 79% integram as classes C e D. Na avaliação do Ministério são consideradas as variáveis no número de estabelecimentos formais no setor de hospedagem, número de empregos gerados, prognósticos de fluxo de turistas domésticos e internacionais.
A dona de casa Patrícia do Carmo Dias, que veio de Goiânia com a família rever a Bica do Ipu, depois de anos sem visitar o lugar, diz que aprovou a mudança, mas a falta de manutenção chamou muito mais a atenção da turista. "Achei estranho também o fato de não ter ninguém para dar informações sobre o Parque, existindo apenas os funcionários do restaurante", reclamou.
O garçom Marcelo Rodrigues, que trabalha no restaurante do Parque há mais de 20 anos, antes mesmo da revitalização, finalizada em 2012, reconhece a diminuição da clientela a cada ano. "Pelo movimento, temos percebido diminuição no número de caravanas, que chegavam com uma média de 50 passageiros, em cada ônibus, num total de cinco por dia. Por ser um mês de férias, está bem fraco", disse.
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