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terça-feira, 21 de junho de 2016

CASO DE VIOLÊNCIA ACABA EM TIROTEIO, INCÊNDIO E MORTE, NO EUSÉBIO (CE)

FOTO: CAMILA DE ALMEIDA

Uma ocorrência na Rua Domingos Sávio, no Eusébio, terminou com tiroteio, incêndio e morte. Um policial militar foi baleado, e o suspeito de violência doméstica morreu, depois de atear fogo no espaço onde estava.

Sebastião Escossio de Moura, de 52 anos, ameaçava armado a esposa, mas foi surpreendido pelo filho, que entrou em defesa da mãe e acionou a Polícia. As informações são da titular da Delegacia Metropolitana do Eusébio (DME), delegada Ana Lúcia Moreira de Almeida.

Conforme o relato da delegada, o jovem tomou a arma do pai e levou a mãe até a casa dos vizinhos. Em seguida chamou o policiamento local, que chegou e foi recebido a bala. Um policial do Ronda do Quarteirão identificado como soldado Nascimento levou um tiro no braço e foi encaminhado ao Instituto Doutor José Frota (IJF). Sebastião se trancou em uma parte do mercadinho e ameaçou uma explosão.

"Ele bebia todo dia e batia na esposa. A confusão começou porque ele queria dinheiro e a mulher não deu. Ele pegou a arma e disse que ia matar. O filho foi e lutou com ele, tomou a arma e tirou a mãe do local. Depois jogou a arma dentro de casa com medo de sair na rua armado", afirma a delegada.

Tentativa de resgate

O Comando de Policiamento com Cães, do Batalhão de Choque, foi acionado e tentou salvar o comerciante, mas não conseguiu. De acordo com um policial da tropa especial que pediu para não ser identificado, o comerciante chegou a ser imobilizado e teve a arma apreendida, mas na hora de retirá-lo do estabelecimento, ele diz que a perna da vítima ficou presa.

"A gente entrou e o lugar estava cercado pelo policiamento da área. A gente iniciou a verbalização, mas foi sem sucesso. Percebemos o início do fogo no estabelecimento e realizamos a intervenção para resgatar e resguardar a integridade dele. Ele estava com a arma na mão, foi imobilizado e retirada a arma da mão dele. O incêndio estava aumentando e com o material inflamável começaram as explosões e uma fumaça. Na hora que tentamos retirar ele, a perna dele ficou agarrada na passagem da porta", lamenta o policial.

De acordo com a delegada Ana Lúcia, a perícia disse que o corpo apresentava um tiro no abdômen, mas apenas o laudo cadavérico vai definir se o homem morreu em decorrência do disparo, de asfixia ou pelas queimaduras. O inquérito foi instaurado e algumas testemunhas foram ouvidas. A titular da DME informou que, com o comerciante, foram apreendidos um revólver calibre 38 com duas munições deflagradas. Além de quatro cartuchos intactos, fora as quatro munições que estavam no tambor da arma.

Violência doméstica

Conforme um dos policiais do Ronda da composição do soldado baleado, que também pediu para não ser identificado, não foi a primeira vez que o comerciante se envolveu em um crime. Há dois anos ele foi autuado em flagrante porte ilegal de arma de fogo. Com Sebastião foram apreendidas três armas. Vizinhos do homem disseram que era comum ele beber e agredir a esposa.
A delegada Ana Lúcia confirmou as apreensões e disse que existem boletins de ocorrência contra o comerciante. Um dos vizinhos comentou que Sebastião mantinha o comércio há aproximadamente dois anos e que possuía problemas com o alcoolismo. “Ele bom era uma pessoa muito boa. Uma pessoa servidora. Atendia a gente muito bem, mas quando bebia ele se transformava. Nessa semana ele me disse que ia fazer um desmantelo que ia entrar para a história. Pensei que era coisa boa”, revela.

O morador diz que não se assustou com a tragédia e que sempre pensou que ele ia fazer algo contra a família, por causa das agressões. Familiares da esposa do comerciante disseram ao O POVO que ela não costumava comentar sobre as agressões e ameaças, quem ainda falava sobre o assunto era o filho do casal, que presenciava as ações.

AUTOR: O POVO

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