Os dados apontam para baixa nos reservatórios do Médio Jaguaribe, entre eles o Açude Castanhão (Alto Santo), que opera hoje com 12.7% (Foto: Ellen Freitas/Diário do Nordeste)
O prognóstico divulgado nessa sexta-feira (20), para os meses de dezembro deste ano, janeiro e fevereiro de 2016, aponta que o Oceano Pacífico Equatorial apresenta, atualmente, elevada anomalia de aquecimento, o que caracteriza o El Niño mais intenso desde 1997/1998, podendo trazer consequências negativas para o Nordeste do Brasil, como a escassez de precipitações.
Um dos reflexos da atuação desse fenômeno pode ser percebido na previsão climática elaborada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Para os meses de dezembro de 2015, janeiro e fevereiro de 2016, o prognóstico aponta 69% de probabilidade de chuvas abaixo da média no Ceará durante o período. As chances de haver precipitações em torno da média, são de 23% e para chuvas acima da média, a probabilidade é de apenas 8%.
A categoria abaixo da média histórica para este trimestre no Estado corresponde a chuvas de 0 a 203,6mm. Precipitações de 203,7 a 312,7 mm são consideradas em torno da média e, se chover 312,8 mm ou mais, a categoria é acima da média.
De acordo com o meteorologista Leandro Valente "é muito importante ressaltarmos que o trimestre em questão engloba dois meses de pré-estação chuvosa, dezembro e janeiro, quando os sistemas que normalmente atuam nessa época são de menor previsibilidade, como Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis, Cavados e a influência de Sistemas Frontais".
Os prognósticos da Funceme seguem a mesma observação apresentada por modelos de outras instituições nacionais e internacionais. E ainda segundo o meteorologista, "apesar da baixa previsibilidade, também levamos em consideração essas análises, que também apontam maior probabilidade de precipitações abaixo da média para o Ceará, nos próximos três meses", afirmou. O principal prognóstico é divulgado na segunda quinzena de janeiro.
Nível dos açudes
De acordo com o Portal Hidrológico do Ceará, divulgado pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), que monitora os açudes do Estado, 128 deles seguem com menos de 30% de sua capacidade. Na Bacia do Acaraú, entre os de maior capacidade temos o Araras (Varjota), com apenas 6,89%, e o Taquara (Cariré), com 9.64%; no Alto Jaguaribe, o Açude Trussu (Iguatu), com 24.96%, e o Arneiroz II (Arneiroz), com apenas 3.03%.
Na Bacia do Banabuiú, o açude Quixeramobim (Quixeramobim) apresenta apenas 0.53% de sua capacidade; o Açude Angicos (Coreaú), na Bacia do Coreaú, segue com 3.51%; no Curu, o Açude General Sampaio, no município de mesmo nome, sinaliza 2.49%; Na Bacia do Litoral, entre os de menor volume versus sua plena capacidade, está o Açude Missi (Miraíma), com 13.33%.
Os dados apontam ainda para baixa nos reservatórios do Médio Jaguaribe, entre eles o Açude Castanhão (Alto Santo), que opera hoje com 12.7%; Açude Aracoiaba (município de Aracoiaba), que pertence à Bacia da Região Metropolitana, e apresenta 23.26%; Bacia do Salgado, com o Açude Atalho (Brejo Santo), com seus 3.02% de volume total; o Açude Jaburu I, que abastece a Serra da Ibiapaba (Ubajara), com 16.98%; e Sertões de Crateús com o Açude Barra Velha, em Independência, que opera com 0.01% de seu volume total.
AUTOR: DN
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