Amigos e familiares da bailarina cearense Ana Carolina Vieira se reuniram na tarde desta quarta-feira, 11, para velar as cinzas do corpo da jovem.
Ela foi morta pelo ex-namorado, Anderson Rodrigues Leitão, e encontrada no último dia 4 de novembro.
Uma missa com as cinzas também foi marcada para ocorrer no mesmo local - complexo funerário Ethernus, no bairro Aldeota - ainda nesta quarta, às 19h.
Durante a cerimônia, familiares e amigos mais próximos de Ana Carolina permaneceram em uma sala reservada, onde estavam expostos cartazes com fotos e uma urna com as cinzas do corpo da bailarina, cremado em São Paulo, onde ocorreu o homicídio.
Por ser vítima de um crime violento, o corpo não poderia ser cremado, mas o irmão Igor Holanda diz que persistiu até atender o desejo da irmã.
"Tentamos traslado e tentamos cremar, pois este sempre foi o sonho dela. Quando eu perguntei no IML (Instituto Médico Legal) se poderia cremá-la, o médico falou: 'Você tem 99% de não'. Eu olhei para ele e falei: 'Eu vou conseguir nesse 1% um sim", relembra o irmão.
Igor afirma ainda que nunca imaginou que Anderson colocasse em prática as ameaças que vinha fazendo à jovem. "Apesar de não acreditar, estávamos preocupados, sempre tentando falar com ela", afirma o irmão, que ressalta se tratar de um crime premeditado.
"Ele planejou tudo, arquitetou tudo, assassinou a minha irmã e ficou conversando com minha mãe se passando por ela. Minha mãe ligava preocupada e ele respondia no WhatsApp: 'Mãe, está tudo bem'", conta.
De acordo com Igor, a sua mãe ainda está "mais abalada" porque Anderson a manipulou, convidando-a para ir à missa, por exemplo, no intuito de atingir a ex-namorada, responsável por dar um fim ao relacionamento.
Ela foi apontada por Anderson como garota de programa, uma condição classificada por ele como inaceitável. "Ele praticou este crime bárbaro e está querendo se justificar denegrindo a imagem dela", rebate o irmão. "No momento eu não quero pensar nele, só quero justiça e paz para a minha irmã", complementa.
As cinzas do corpo de Ana Carolina serão jogadas ao mar, como forma de atender mais um desejo dela, mas a família ainda não decidiu o dia e nem o local onde prestarão a última homenagem.
Tristeza
Karine Cardoso da Costa, amiga de infância de Ana Carolina, narra visivelmente emocionada os momentos em que as duas viveram juntas.
"Estávamos afastadas, mas sempre nos comunicando pelo WhatsApp. Ela dançava em todas as nossas festinhas, sabia dançar de tudo", rememora.
Albaniza Gonçalves, madrinha de Igor, conhece a família há cerca de 20 anos e chora ao lembrar da jovem, tida por ela como uma filha. "Quando soube da notícia da morte dela foi como se estivessem enterrando a gente. É como se a gente morresse junto".
Lílian Souza, amiga da família e "tia de coração" de Ana Carolina diz não acreditar ainda no que ocorreu. "O Anderson justifica o crime como amor, mas isso não é amor, pois o amor liberta e jamais aprisiona. A Carol sempre foi uma pessoa feliz e foi ceifada da felicidade. Agora que ela ia ter a oportunidade de viver tudo o que ela sonhou desde criancinha. Ele destruiu uma família", lamenta.
AUTOR: O POVO
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