Parentes e amigos do pastor evangélico Darckson Lira prestaram as últimas homenagens, ontem, no Cemitério Jardim Metropolitano FOTO: HELENE SANTOS
Membros de diversas Igrejas evangélicas de Fortaleza estiveram presentes na manhã de ontem no sepultamento do pastor evangélico Darckson Silva Lira, 52, morto a golpes de faca na madrugada da última quarta-feira (25), no Centro de Fortaleza. O velório ocorreu na Igreja Batista Vale de Bênção, onde o pastor atuava, no bairro Pan-Americano, e o enterro no Jardim Metropolitano, município de Eusébio.
Cerca de 200 pessoas, entre líderes religiosos, amigos, filhos e irmãos do religioso participaram do enterro que ocorreu às 10h. Conhecido por seu trabalho social e sua oratória em cultos evangélicos, o pastor era muito admirado nas comunidades carentes de Fortaleza.
Ato violento
O pastor Ednaldo Dantas, da Igreja Batista Vida Nova, em Messejana, disse ter ficado surpreso com o ato violento praticado contra Darkson. "Nosso Estado que tem a missão de proteger o cidadão está totalmente omisso quanto à Segurança Pública. Nossos governantes estão dentro de uma zona de segurança onde não fazem nada", disse.
O irmão do pastor, Dárcio Lira, o único da família que se pronunciou, falou sobre o horário em que o seu irmão circulava pelo Centro na hora do crime. "Darckson sempre estava à disposição para a população. Em qualquer horário que ligavam pra ele de imediato estava de prontidão para servir. A impunidade é o que mais dói. Não queremos fazer justiça com as próprias mãos. Esse tipo de atitude só demonstra a falta de reconhecimento para a segurança".
Antônio Pacífico, vice-presidente da Associação Assistencial da Assembleia de Deus (IEADI), lamentou o ocorrido. "Esse acontecimento nos gera revolta. É lamentável a crescente violência. A gente pede que as autoridades venham tomar providências. Hoje foi o pastor, amanhã pode ser qualquer um de nós", comentou o religioso.
Os três homens suspeitos de participarem da morte de Darkson foram presos horas depois do crime. Saturnino Araújo Angelin, 19 e Ronaltty Ferreira da Silva, 21, acabaram detidos ainda na madrugada.
Já o terceiro suspeito foi capturado na tarde da última quarta-feira (26). José Márcio Fernandes Teixeira, 36, chegou a confessar o crime. Ele explicou aos policiais, durante o depoimento, que Saturnino articulou com Ronaltty e com ele para roubar o pastor. O trio marcou um encontro com o religioso, mas houve uma discussão dentro do automóvel e Darckson foi colocado no banco de trás, onde foi esfaqueado por Ronallty.
Após o crime, Márcio conseguiu fugir e os dois seguiram no carro da vítima. Eles foram perseguidos pela Polícia Militar e acabaram batendo o carro e presos.
Segundo a Polícia, Saturnino disse que já tinha amizade e mantinha encontros íntimos com o pastor. "Queremos avançar nesses aspectos para sabermos o que realmente originou essa ação. Ele falou que teve relacionamento homossexual", disse o delegado Romério Almeida.
AUTOR: DN
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