Um ambulante de 54 anos foi preso na quarta-feira (26) suspeito de matar a namorada, Sara Lino da Silva, de 27, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, Jesus Pereira das Graças também assassinou mais duas companheiras e mandou matar outras duas em um intervalo de 15 anos. Ele, inclusive, foi condenado e chegou a cumprir pena pelos dois primeiros homicídios. Com ele, a polícia encontrou um papel com os nomes e datas das mortes das vítimas.
Durante a apresentação do suspeito, ocorrida na tarde desta quinta-feira (27) na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Jesus preferiu não falar com a imprensa. Porém, de acordo com a delegada Karla Fernandes, responsável pela investigação, ele confessou todos os crimes e alegou tê-los praticado porque havia sido traído pelas mulheres.
"Ele alega que é algo acima do controle dele e que, diante da situação de uma traição, ele tinha um desejo muito grande de repreender a atitude daquela mulher. Ele diz ter consciência de que era errado, mas que o sentimento era mais forte do que ele", afirma Karla.
Segundo as investigações, o ambulante matou Sara por estrangulamento no último dia 8. Após o crime, ele fugiu para a fazenda de um amigo, em Itapuranga, a 160 km da capital. O dono da propriedade foi autuado por favorecimento pessoal.
Ambulante tinha relatório de mortes em folha de papel (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Familiares de Sara foram até a delegacia e chamaram Jesus de "assassino" logo após a apresentação. "O presente que ele me deu de Dia dos Pais foi eu enterrar minha filha", lamentou o pai da jovem, Eduardo Brito.
Série de crimes
O primeiro crime cometido por Jesus ocorreu em julho de 1989. Segundo as investigações, ele matou a esposa, Geralda Maria de Almeida, na época com 21 anos, por estrangulamento. Eles tinham dois filhos. O crime ocorreu em Ouvidor, no sul de Goiás.
Oito anos depois, em 1997, já em Goiânia, o ambulante assassinou a facadas a namorada Crenilda de Souza Lima, de 28 anos.
Por esses dois crimes, Jesus foi condenado a 24 anos de prisão. Porém, após cumprir cinco anos em regime fechado, foi beneficiado pela progressão da pena e, em 2011, liberado para o regime aberto.
No mesmo ano, ele afirmou à polícia que mandou matar outra namorada, Francisca Pedro Vasconcelos, de 41 anos, em Aparecida de Goiânia. Já em 2014, também a mando dele, Anelita Neris Faria, de 35 anos, foi assassinada em Goianira. Em depoimento, Jesus disse que ambas foram assassinadas a tiros e que pagou R$ 5 mil por cada homicídio.
Familiares de Sara foram até a delegacia e chamaram Jesus de "assassino" logo após a apresentação. "O presente que ele me deu de Dia dos Pais foi eu enterrar minha filha", lamentou o pai da jovem, Eduardo Brito.
Série de crimes
O primeiro crime cometido por Jesus ocorreu em julho de 1989. Segundo as investigações, ele matou a esposa, Geralda Maria de Almeida, na época com 21 anos, por estrangulamento. Eles tinham dois filhos. O crime ocorreu em Ouvidor, no sul de Goiás.
Oito anos depois, em 1997, já em Goiânia, o ambulante assassinou a facadas a namorada Crenilda de Souza Lima, de 28 anos.
Por esses dois crimes, Jesus foi condenado a 24 anos de prisão. Porém, após cumprir cinco anos em regime fechado, foi beneficiado pela progressão da pena e, em 2011, liberado para o regime aberto.
No mesmo ano, ele afirmou à polícia que mandou matar outra namorada, Francisca Pedro Vasconcelos, de 41 anos, em Aparecida de Goiânia. Já em 2014, também a mando dele, Anelita Neris Faria, de 35 anos, foi assassinada em Goianira. Em depoimento, Jesus disse que ambas foram assassinadas a tiros e que pagou R$ 5 mil por cada homicídio.
Jesus com a esposa, sua primeira vítima, e os dois filhos (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Junto com o ambulante, a polícia apreendeu uma folha de caderno onde ele mantinha um relatório com os nomes, idades e datas de nascimento e das mortes das vítimas. Colado no papel, havia uma recorte com quatro mulheres de calcina e sutiã. "Acreditamos que seja uma alusão ao que ele acredita ser mulheres não confiáveis", diz a delegada.
Mimos e impotência
Segundo Karla Fernandes, algumas testemunhas afirmaram que Jesus sofria de disfunção erétil e que ele próprio confessou ter dificuldades para manter relações sexuais. A responsável pela investigação crê que isso pode ter influenciado na prática dos crimes. "É uma junção de todos os fatores, mas principalmente o comportamento dele em relação às vítimas", pondera a delegada.
A investigação também descobriu que todas as mulheres mortas – exceto a primeira – tinham filhos de outros relacionamentos. Além disso, a delegada afirmou que elas não tinham interesse em um relacionamento sério, mas sim em "se divertir".
Diante da situação, Jesus presenteava as companheiras para tentar mudar suas personalidades. "Era uma forma de compensação através de mimos. Ele dava geladeira, moto, ajudava com reformas em residências. Testemunhas informaram que ele era uma pessoa dócil, mas não admita traições", disse Karla.
O ambulante deve ser indiciado pelo crime de feminicídio e, se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.
AUTOR: G1/GO
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