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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

ACUSADOS PELO ASSASSINATO DE ZÉ MARIA TOMÉ IRÃO À JÚRI POPULAR, EM LIMOEIRO DO NORTE (CE)

Familiares e amigos participam de caminhada, em Limoeiro do Norte, em 2013, pedindo justiça para José Maria do Tomé/ SARA MAIA/O POVO

Após cinco anos da morte do ambientalista José Maria Filho, conhecido como Zé Maria Tomé, a Justiça estadual de Limoeiro do Norte, no Ceará, decidiu, no último dia 19, levar os acusados do assassinato à Júri Popular.
O agricultor, então com 44 anos, era um dos principais militantes na luta contra o agrotóxico em plantações na Chapada do Apodi, e foi assassinado com mais de 20 tiros, em abril de 2010.

Entre os acusados pelo crime está um dos mais importantes empresários do agronegócio Nacional, João Teixeira Júnior, proprietário da Frutacor. Além do gerente da empresa, José Aldair Gomes Costa e Francisco Marcos Lima Barros, um morador da comunidade de Tomé, que teria dado suporte ao assassino.

O advogado de defesa, Paulo Quezado, informou que entrou com recurso e que o Ministério Público tem cinco dias para responder, em seguida é repassado para o Tribunal de Justiça. Quezado relatou que a morte do ambientalista teria sido tramada no Instituto Penal Paulo Sarasate e que se tratava de uma questão que envolvia um empréstimo financeiro.

"Não há provas que ele tenha colaborado com qualquer ato. Há nos autos que essa morte foi tramada dentro de um presídio, uma questão envolvendo empréstimo, que não tem nada a ver com João Teixeira e Aldair".

Denunciados em 2012 pelo Ministério Público à Justiça, somente em julho do ano passado os réus foram interrogados.

As investigações apontaram que Zé Maria Tomé foi assassinado por denunciar ilegalidades e violações de direitos, com relação a pulverização e concessão de terras nos perímetros irrigados da região.

Em nota, integrantes de organizações de direitos humanos, movimentos populares, pesquisadores, organismos da Igreja e militantes sociais manifestaram-se em defesa da Chapada do Apodi e do meio ambiente, ressaltando apoio à condenação e punição dos responsáveis pela morte de Zé Maria. “O poder político e econômico não pode se sobrepor à vida. A Justiça prevalecerá”.

AUTOR: O POVO

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