O coronel aposentado da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira foi condenado a 23 anos de prisão por mandar matar o juiz Alexandre Martins. Ele pode recorrer em liberdade. Já o ex-policial civil Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, foi absolvido. A sentença foi anunciada pelo juiz Marcelo Soares Cunha, no sétimo dia de júri, à 0h20, desta segunda-feira (31), no Cineteatro da Universidade de Vila Velha.
Após 12 anos da morte do juiz Alexandre Martins, o julgamento de Ferreira e Calu começou na segunda-feira (24). A vítima tinha 32 anos e quase cinco de carreira no magistrado capixaba quando foi executada a tiros, no dia 24 de março de 2003. Desde 2002, o juiz investigava ações do crime organizado e havia denunciado irregularidades no sistema carcerário capixaba.
Ao saber da absolvição, Calu não conteve a emoção e precisou sentar na cadeira em frente ao magistrado.
“Reverter 12 anos em sete dias é difícil. Esse crime, nós não cometemos. Não estou completamente satisfeito por causa da condenação do Ferreira. Vivia em uma prisão sem grades. Agora eu quero descansar. O estado já sabe a responsabilidade que tem comigo por tudo que sofri nesses anos. Meus advogados estão disponíveis para o Ferreira”, dissedisse.
Calú fala após ser absolvido pelo júri (Foto: Juliana Borges/ G1)
Ferreira foi condenado pelo crime de homicídio, por mandar terceiros matarem o juiz Alexandre Martins, e por formação de quadrilha. "O resultado é triste, mas saio de cabeça erguida. Não mandei matar o juiz Alexandre Martins. Esse é um erro processual. Os dois advogados dele (Calu) fizeram um excelente trabalho. Dois é melhor que um", disse o condenado.
O advogado Leonardo Gagno, que defendeu Calu, acredita na inocência de Ferreira."Nossa intenção era provar que a história que envolvia o Calu era mentirosa. Acho que o Ferreira é inocente, mas não vou falar mais para não misturar as coisas", comentou.
O advogado de Ferreira, Francisco de Oliveira, afirmou que vai recorrer da condenação do policial aposentado.
O Ministério Público informou que ainda vai analisar se vai recorrer da absolvição de Calu. O promotor João Grimaldi avaliou o júri positivamente. Segundo ele, a população deve respeitar o resultado. O órgão tem cinco dias para recorrer da decisão.
Júri
Ferreira foi condenado a 19 anos pela morte do juiz e quatro anos por formação de quadrilha.
O julgamento foi um dos mais longos da história do Espírito Santo. Além da acusação de crime de mando, os réus foram acusados pelo MPES de formação de quadrilha com alguns agravantes. São eles: homicídio por motivo torpe ou mediante paga, sem possibilidade de defesa e para encobrir outros crimes investigados pela vítima.
O Conselho de Sentença (jurados, juiz, promotoria e defesa) se reuniu por mais de duas horas e chegou à conclusão de que o réu coronel Ferreira é culpado dos crimes de mandar assassinar o juiz Alexandre Martins de Castro Filho e também de fazer parte de uma quadrilha criminosa no Espírito Santo.
Durante todo o júri, defesa e acusação travaram um embate em torno da motivação do crime. Os advogados dos réus sustentaram a tese de latrocínio, enquanto o MPES defendeu que Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado por encomenda.
Ao todo foram onze testemunhas ouvidas, sendo duas de acusação e nove de defesa. As partes envolvidas no processo se empenharam para desqualificar o testemunho das pessoas arroladas e apresentavam elementos dentro do processo para tanto.
No final, o Conselho considerou que a tese da defesa de Calu era válida e o absolveu das acusações. Contudo, assim como a condenação do coronel Ferreira, nesta decisão também cabe recurso.
Sexto dia
O 6º dia de julgamento foi marcado pelo interrogatório dos réus do processo, o coronel aposentado da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira e o ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu. Ferreira foi o primeiro a ser ouvido e se disse inocente pela morte de Alexandre. Por volta das 15h50, começou o depoimento de Calu. Ele contou que foi aluno da vítima e acalmava a “briga de vaidades” entre os juizes Alexandre e Leopoldo.
Ferreira foi condenado pelo crime de homicídio, por mandar terceiros matarem o juiz Alexandre Martins, e por formação de quadrilha. "O resultado é triste, mas saio de cabeça erguida. Não mandei matar o juiz Alexandre Martins. Esse é um erro processual. Os dois advogados dele (Calu) fizeram um excelente trabalho. Dois é melhor que um", disse o condenado.
O advogado Leonardo Gagno, que defendeu Calu, acredita na inocência de Ferreira."Nossa intenção era provar que a história que envolvia o Calu era mentirosa. Acho que o Ferreira é inocente, mas não vou falar mais para não misturar as coisas", comentou.
O advogado de Ferreira, Francisco de Oliveira, afirmou que vai recorrer da condenação do policial aposentado.
O Ministério Público informou que ainda vai analisar se vai recorrer da absolvição de Calu. O promotor João Grimaldi avaliou o júri positivamente. Segundo ele, a população deve respeitar o resultado. O órgão tem cinco dias para recorrer da decisão.
Júri
Ferreira foi condenado a 19 anos pela morte do juiz e quatro anos por formação de quadrilha.
O julgamento foi um dos mais longos da história do Espírito Santo. Além da acusação de crime de mando, os réus foram acusados pelo MPES de formação de quadrilha com alguns agravantes. São eles: homicídio por motivo torpe ou mediante paga, sem possibilidade de defesa e para encobrir outros crimes investigados pela vítima.
O Conselho de Sentença (jurados, juiz, promotoria e defesa) se reuniu por mais de duas horas e chegou à conclusão de que o réu coronel Ferreira é culpado dos crimes de mandar assassinar o juiz Alexandre Martins de Castro Filho e também de fazer parte de uma quadrilha criminosa no Espírito Santo.
Durante todo o júri, defesa e acusação travaram um embate em torno da motivação do crime. Os advogados dos réus sustentaram a tese de latrocínio, enquanto o MPES defendeu que Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado por encomenda.
Ao todo foram onze testemunhas ouvidas, sendo duas de acusação e nove de defesa. As partes envolvidas no processo se empenharam para desqualificar o testemunho das pessoas arroladas e apresentavam elementos dentro do processo para tanto.
No final, o Conselho considerou que a tese da defesa de Calu era válida e o absolveu das acusações. Contudo, assim como a condenação do coronel Ferreira, nesta decisão também cabe recurso.
Sexto dia
O 6º dia de julgamento foi marcado pelo interrogatório dos réus do processo, o coronel aposentado da Polícia Militar Walter Gomes Ferreira e o ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu. Ferreira foi o primeiro a ser ouvido e se disse inocente pela morte de Alexandre. Por volta das 15h50, começou o depoimento de Calu. Ele contou que foi aluno da vítima e acalmava a “briga de vaidades” entre os juizes Alexandre e Leopoldo.
Coronel Ferreira e Calu, no sétimo dia de júri (Foto: Letícia Cardoso/ Gazeta Online)
Quinto dia
No quinto dia de julgamento, foi a vez do advogado Antonio Franklin Cunha depor. Testemunha do ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, o magistrado foi um dos mais esperados pelo júri. No início do processo, ele atuou como assistente da acusação, contratado pelo pai da vítima, mas depois passou a defender a tese de latrocínio. Cunha chegou às 7h30, desta sexta-feira (28). "Eu não posso falar por determinação do juiz", limitou-se a dizer.
Quarto dia
O delegado André Cunha e o perito Mauro Nadvorny, testemunhas arroladas pelo réu Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, foram ouvidos no júri do caso Alexandre Martins nesta quarta-feira (26), no Cineteatro da Universidade Vila Velha. O delegado disse que, enquanto presidia o inquérito, não conheceu nenhum elemento de vinculação dos acusados com o crime de mando. Já o depoimento do perito foi marcado por contradições e por uma "acalorada" discussão durante as perguntas dos promotores do Ministério Público. A sessão foi encerrada por volta das 19h.
Terceiro dia
Os dois condenados pela execução do juiz Alexandre Martins testemunharam no júri dos acusados de mandar matar o magistrado, nesta quarta-feira (26), no Cineteatro da Universidade de Vila Velha. Em um depoimento com mais de 5 horas de duração, Odessi Martins, o Lumbrigão, reafirmou que foi torturado para confessar que o crime foi de mando. Já Giliard Ferreira, o Gi, entrou em contradição durante o julgamento.
Segundo dia
O segundo dia de julgamento não começou muito bom para o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira. As primeiras testemunhas que prestaram depoimento ou entraram em contradição ou não puderam fazer seus relatos.
Primeiro dia
No primeiro dia de júri, três testemunhas de acusação e duas de defesa faltaram ao julgamento. Entre os depoentes, o juiz Carlos Eduardo Lemos, amigo da vítima, deixou de ser testemunha e foi considerado informante, após pedido de impugnação. Sete pessoas fazem parte do corpo de jurados, cinco homens e duas mulheres. O auditório do Cineteatro da Universidade de Vila Velha ficou lotado de estudantes de Direito e curiosos. O julgamento teve um atrasa de mais de duas horas, para começar.
Testemunhas
Ministério Público
Danilo Bahiense
Carlos Eduardo Ribeiro Lemos
Calu
Mauro Juarez Nadvorny
Andre Luiz Cunha Pereira
Odessi Martins da Silva Junior
Giliard Ferreira
Antônio Franklin Cunha
Coronel Ferreira
Neucimar Ferreira Fraga
Júlio Cesar Lugato
Luiz Sérgio Aurich
Réus
Coronel Ferreira
Calú
Jurados
Mulheres: uma esteticista e uma professora
Homens: um cobrador de ônibus, um industrial e três estudantes.
CONHEÇA OS ENVOLVIDOS NO CASO DO JUIZ ALEXANDRE MARTINS
Quinto dia
No quinto dia de julgamento, foi a vez do advogado Antonio Franklin Cunha depor. Testemunha do ex-policial civil e empresário, Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, o magistrado foi um dos mais esperados pelo júri. No início do processo, ele atuou como assistente da acusação, contratado pelo pai da vítima, mas depois passou a defender a tese de latrocínio. Cunha chegou às 7h30, desta sexta-feira (28). "Eu não posso falar por determinação do juiz", limitou-se a dizer.
Quarto dia
O delegado André Cunha e o perito Mauro Nadvorny, testemunhas arroladas pelo réu Cláudio Luiz Andrade Baptista, o Calu, foram ouvidos no júri do caso Alexandre Martins nesta quarta-feira (26), no Cineteatro da Universidade Vila Velha. O delegado disse que, enquanto presidia o inquérito, não conheceu nenhum elemento de vinculação dos acusados com o crime de mando. Já o depoimento do perito foi marcado por contradições e por uma "acalorada" discussão durante as perguntas dos promotores do Ministério Público. A sessão foi encerrada por volta das 19h.
Terceiro dia
Os dois condenados pela execução do juiz Alexandre Martins testemunharam no júri dos acusados de mandar matar o magistrado, nesta quarta-feira (26), no Cineteatro da Universidade de Vila Velha. Em um depoimento com mais de 5 horas de duração, Odessi Martins, o Lumbrigão, reafirmou que foi torturado para confessar que o crime foi de mando. Já Giliard Ferreira, o Gi, entrou em contradição durante o julgamento.
Segundo dia
O segundo dia de julgamento não começou muito bom para o coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira. As primeiras testemunhas que prestaram depoimento ou entraram em contradição ou não puderam fazer seus relatos.
Primeiro dia
No primeiro dia de júri, três testemunhas de acusação e duas de defesa faltaram ao julgamento. Entre os depoentes, o juiz Carlos Eduardo Lemos, amigo da vítima, deixou de ser testemunha e foi considerado informante, após pedido de impugnação. Sete pessoas fazem parte do corpo de jurados, cinco homens e duas mulheres. O auditório do Cineteatro da Universidade de Vila Velha ficou lotado de estudantes de Direito e curiosos. O julgamento teve um atrasa de mais de duas horas, para começar.
Testemunhas
Ministério Público
Danilo Bahiense
Carlos Eduardo Ribeiro Lemos
Calu
Mauro Juarez Nadvorny
Andre Luiz Cunha Pereira
Odessi Martins da Silva Junior
Giliard Ferreira
Antônio Franklin Cunha
Coronel Ferreira
Neucimar Ferreira Fraga
Júlio Cesar Lugato
Luiz Sérgio Aurich
Réus
Coronel Ferreira
Calú
Jurados
Mulheres: uma esteticista e uma professora
Homens: um cobrador de ônibus, um industrial e três estudantes.
CONHEÇA OS ENVOLVIDOS NO CASO DO JUIZ ALEXANDRE MARTINS
Odessi Martins da Silva, o Lombrigão Condenado a 25 anos e oito meses, pela execução
Assassino confesso do juiz Alexandre Martins prestou depoimentos contraditórios. Em um vídeo gravado pela polícia, Lombrigão disse ter se tratado de crime de mando. Na presença do advogado, ele negou o depoimento e disse que estava sob ameaça dos policiais.
Está na Penitenciária de Segurança Máxima I, em Viana.
Assassino confesso do juiz Alexandre Martins prestou depoimentos contraditórios. Em um vídeo gravado pela polícia, Lombrigão disse ter se tratado de crime de mando. Na presença do advogado, ele negou o depoimento e disse que estava sob ameaça dos policiais.
Está na Penitenciária de Segurança Máxima I, em Viana.
Giliarde Ferreira de Souza, o Gi Condenado também pela execução do juiz, a 24 anos e seis meses de detenção.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 23/12/2010.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 23/12/2010.
André Luiz Tavares, o Yoshito Condenado a oito anos e quatro meses de prisão, em regime semiaberto
Ele emprestou a motocicleta usada no crime aos assassinos.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 25/08/2006.
Ele emprestou a motocicleta usada no crime aos assassinos.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 25/08/2006.
Leandro Celestino de Souza, o PardalCondenado a 15 anos e dois meses de prisão, em regime fechado
Ele emprestou a pistola 765, usada no crime.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 15/10/2010.
Ele emprestou a pistola 765, usada no crime.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 15/10/2010.
Heber Valêncio, sargento da Polícia Militar Condenado a 20 anos e três meses de reclusão
Responsável por intermediar o crime.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 16/09/2009.
Responsável por intermediar o crime.
Recebeu benefício da Justiça e está em liberdade desde 16/09/2009.
Ranilson Alves da Silva, sargento da Polícia Militar Condenado a 15 anos de prisão
Responsável por intermediar o crime.
Está preso no Quartel da Polícia Militar, em Vitória.
Responsável por intermediar o crime.
Está preso no Quartel da Polícia Militar, em Vitória.
Fernandes de Oliveira Reis, o Fernando Cabeção Condenado a 23 anos de prisão
Responsável por intermediar o crime.
Está na Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana.
Responsável por intermediar o crime.
Está na Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana.
Cláudio Luiz Andrade Baptista, Calú Absolvido
O ex-policial civil foi acusado de mando no crime do juiz e também é suspeito de envolvimento em um esquema de agiotagem e uso de detentos para cobrança de dividas.
Calú chegou a ser preso depois do assassinato de Alexandre, mas foi solto meses depois após conseguir um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-policial civil foi acusado de mando no crime do juiz e também é suspeito de envolvimento em um esquema de agiotagem e uso de detentos para cobrança de dividas.
Calú chegou a ser preso depois do assassinato de Alexandre, mas foi solto meses depois após conseguir um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF).
Walter Gomes Ferreira, coronel da reserva da Polícia Militar
Condenado a 23 anos de prisão
Apontado como um dos mandantes, ficou em prisão preventiva por três anos. O coronel também responde por formação de quadrilha e envolvimento em um suposto esquema de utilizar detentos para a cobrança de dívidas.
Antonio Leopoldo Teixeira, juiz Leopoldo
Aguarda julgamento
Juiz aposentado, Leopoldo é acusado de ser um dos mandantes do crime. Ele também respondeu a um processo administrativo e a um processo penal referente a denúncias de irregularidades cometidas no período que estava à frente da Vara de Execuções Penais de Vitória.
Não há previsão para o julgamento do juiz.
AUTOR: G1/ES
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