Com cartaz com os dizeres 'justiça, legalidade e dignidade', italianos esperam o resultado do julgamento de Silvio Berlusconi, nesta segunda-feira (24), em frente ao Tribunal de Milão (Foto: AFP)
"Pronunciaram uma sentença inacreditável, de uma violência que não tinha sido vista até agora, para me eliminar da vida política deste país", afirmou Berlusconi em um comunicado. "Resistirei a esta perseguição porque sou absolutamente inocente."
Berlusconi foi condenado a 7 anos de prisão pelo Tribunal de Milão, no caso Ruby, pelas acusações de prostituição de menores e abuso de poder.
A condenação também prevê que ele fique inabilitado para exercer cargos públicos.
Ele pode recorrer em liberdade da decisão, que saiu após sete horas de deliberações entre um painel de três juízas mulheres.
O veredito só piora o quadro político para o primeiro-ministro Enrico Letta, cujo frágil governo de coalizão entre esquerda e direita é apoiado pelo partido de centro-direita Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi.
Berlusconi, de 76 anos, estava sendo julgado desde abril de 2011 em Milão por prostituição de menores e abuso de poder.
O ex-premiê foi acusado de pagar em 10 ocasiões a Ruby, então ainda menor de idade, em troca de serviços sexuais e de ter pressionado a polícia para libertar a jovem após sua detenção, em maio de 2010, por furto.
Berlusconi sempre negou todas as acusações e diz que agiu apenas com a intenção de ajudar a jovem.
A pena divulgada nesta segunda é maior que a pedida pela promotoria, de seis anos.
Repercussão
Cerca de dez pessoas reunidas diante da sede do tribunal reagiram à leitura da sentença com aplausos e gritos, enquanto várias personalidades da direita italiana protestaram imediatamente contra a decisão, que marca o futuro político de um dos homens mais poderosos e influentes da Itália.
"Trata-se de um veredicto desconectado da realidade", afirmou o advogado do"Cavaliere", Niccoló Ghedini, garantindo que recorrerá da sentença.
"É uma sentença muito grave, que arrasa com o estado de direito em Milão", comentou indignado Fabrizio Cicchito, um dos líderes do Povo da Liberdade.
Montagem mostra Karima El Marough, conhecida como Ruby, em foto de novembro de 2010, e o ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, em foto de junho de 2012 (Foto: Reuters)
AUTOR: G1/SP
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