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domingo, 31 de maio de 2015

JOVEM MORTA EM SHOPPING PEDIU SOCORRO A FUNCIONÁRIOS, EM GOIÁS

Juliana foi morta com um tiro na cabeça pelo namorado (Foto: Reprodução/ Facebook)

Juliana Paiva Martins, de 25 anos, morta pelo namorado no Buriti Shopping, em Aparecida de Goiânia, teria pedido socorro a funcionários de uma das lojas do centro comercial momentos antes de ser morta, segundo o delegado responsável pelo caso, André Fernandes. “Um atendente disse que ela pediu para chamar a polícia, que ela estava sendo ameaçada pelo namorado e que tinha sido estuprada por ele”, relatou ao G1.

A jovem morreu na sexta-feira (29). Ela estava com o namorado o guarda civil metropolitano, Ewerton Duarte Caldas, de 38 anos. O casal estava na praça de alimentação do shopping quando, segundo a Polícia Civil, tiveram um desentendimento e o homem atirou na cabeça de Juliana. Em seguida, disparou contra a própria. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois, no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

O delegado disse que essas informações ainda são preliminares e que as testemunhas começarão a ser ouvidas na segunda-feira (1º). “Essas foram informações obtidas no local do crime, durante o trabalho de perícia, mas precisam ser confirmadas. Temos que ouvir essas pessoas e investigar se procede o que elas relatam. Também foi recolhido material análise, para comprovar ou não esse estupro”, esclareceu Fernandes.

A família de Ewerton, no entanto, diz que desconhecia qualquer desavença ou ameaça entre o casal. “Nunca soubemos que ele tivesse ameaçado ela ou que já tivessem brigado alguma vez. Ele não era violento”, disse ao G1 o tio de Ewerton, o porteiro Orlando de Jesus dos Santos.
Ewerton atirou contra a própria cabeça após matar namorada (Foto: Divulgação/PM)

O parente contou que o sobrinho já foi casado, mas se separou há cerca de sete anos. Depois do divórcio, Ewerton passou a morar com a mãe e os dois filhos, uma menina de 11 anos e um garoto, de 9. “Ele era filho único, então a mãe está em choque até agora. Ela que cuidava dos meninos quando ele ia trabalhar”, afirma o tio. O guarda apresentou Juliana à família como namorada há três meses.

A família de Ewerton disse que ainda não teve contato com a família da jovem morta. “Não temos palavras para confortar a outra família ou pedir desculpas pelo ato do meu sobrinho. Ainda não sabemos o que provocou esse ato dele, então não temos nem o que falar”, lamentou Orlando.

Indignado com o crime, o cantor Darwin Rocha, primo de Juliana, publicou em uma rede social que a jovem foi vítima de uma “violência insana”. Ainda na internet, o familiar desabafou pedindo paz: “Basta de tanta violência! Basta de tanto machismo! Basta de tantos rancores! Basta de violência na TV, nas ruas, nas casas! Basta dessa cultura da violência!”.

Mensagens
A polícia ainda vai investigar se, antes de atirar na namorada, Ewerton enviou uma mensagem por um aplicativo de celular para um amigo, identificado como Gustavo, dizendo que ia "fazer besteira". O homem perguntou o motivo e o guarda respondeu: "Revoltado com umas coisas. Saca, vida ta dando tudo errado (sic)".

O delegado acredita que o crime teve motivação passional. Antes do crime, os namorados tiveram uma briga no shopping. "O casal estava tendo uma tensão na própria praça de alimentação que culminou nessa situação trágica”, disse o delegado.
Homem chegou a ser atendido, mas morreu horas depois no Hugo (Foto: Divulgação/PM)

Em nota, o Buriti Shopping lamentou o ocorrido e afirmou que prestará todo o suporte necessário para a família das vítimas. O centro comercial voltou a funcionar normalmente na manhã seguinte ao crime.

Licença médica
Ewerton tinha voltado ao trabalho como guarda civil metropolitano há 15 dias, após uma licença médica para cuidar de problemas psicológicos. “A mãe dele me disse que ele estava muito estressado e nervoso ultimamente, mas já tinha buscado auxílio médico e estava tomando remédios. Só que esse estresse era coisa normal da profissão dele”, relatou o tio.

O subcomandante da Guarda Municipal de Goiânia, Valdimir de Souza Passos, confirmou que o guarda ficou de licença médica durante 30 dias. Desde que retornou, ele atuava no serviço administrativo. Passos informou também que a arma utilizada no crime não pertence à corporação.

AUTOR: G1/GO

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