Um ex-soldado da Polícia Militar do Ceará foi preso acusado de comandar um grupo criminoso especializada em fraudes bancárias, principalmente contra a Caixa Econômica Federal (CEF). Outra quadrilha, também com base no Ceará, foi desmantelada por agentes da Polícia Federal (PF). Os golpes causaram um prejuízo superior a R$ 9 milhões, somente contra a CEF, segundo a PF.
As investigações, que tiveram início no dia 17 de outubro do ano passado, resultaram no desencadeamento da Operação Cártula. Os agentes da PF cumpriram 10 mandados de prisão preventiva, 11 de busca e apreensão e 31 de condução coercitiva, além de sequestro de imóveis, veículos e contas bancárias.
Dos acusados que tiveram prisão preventiva decretada, um já estava recolhido a uma unidade prisional e outro tinha recebido o benefício da liberdade condicional. Os bandidos agiam em seis Estados e também no Distrito Federal.
Basicamente, o golpe consistia em ganhar dinheiro através de clonagem de cheques que eram compensados. Os criminosos abriam contas correntes com uso de documentos falsos ou aliciando terceiros para que cedessem as contas, nas quais seriam depositados os valores.
Essas pessoas, segundo o delegado da PF, Carlos Eduardo Pellegrini Magro, cediam as contas mediante uma compensação financeira. Com as contas abertas, os criminosos pegavam as folhas de cheques em branco e colocavam dados falsos, bem como numerações diferentes, para fazer as transações financeiras ilegais.
No caso do ex-policial militar, que foi expulso em 1992, ele comandava um grupo criminoso especializado em cometer latrocínios (roubos seguidos de morte) e também era acusado de executar policiais. Conforme as investigações da PF, o ex-soldado migrou para o crime de fraude bancária. Os bandidos do outro grupo, no entanto, permaneceram cometendo crimes mais graves, como tráfico de drogas e homicídios. Somente no Ceará, os marginais se envolveram em 11 crimes de morte.
A descoberta do esquema criminoso contra instituições financeiras teve forte colaboração da CEF. Os policiais federais utilizaram a tática de investigação com base na análise de sistema de dados.
Ataques
Em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), os policiais apreenderam dezenas de cartões bancários, malotes, explosivos e detonadores, o que demonstra que os criminosos têm envolvimento com ataques a bancos. Segundo a PF, mesmo que não tenham participado diretamente dessas ações, os marginais forneceram o material.
O superintendente regional da PF, Renato Casarini ressaltou que as investigações continuam, entretanto as prisões efetuadas representam um grande golpe nas pretensões dos integrantes dos dois grupos criminosos.
As investigações foram conduzidas pelos delegados federais Carlos Eduardo Pellegrini Magro e Wellington Santiago da Silva. Os presos foram indiciados por estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro.
Com relação aos crimes de morte, essas investigações já estão em andamento. Todas as informações coletadas pelos agentes da PF serão repassadas para a Polícia Civil.
AUTOR: DN
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