Mãe e padrasto do menino Ezra chegam no Aeroporto Internacional de Guarulhos e são recebidos pela Polícia Federal (Foto: Glauco Araújo/G1)
A mãe e o padrasto menino Ezra Liam, encontrado morto em um freezer em setembro do ano passado no apartamento da família, no bairro Bela Vista, região central de São Paulo, desembarcaram na noite desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Lee Ann Finck e Mzee Shaban Mpiri foram trazidos da Tanzânia, na África, pela Polícia Federal e pelo escritório da Interpol no Brasil. Eles foram presos em novembro do ano passado na região costeira da Tanzânia, país de origem de Shaban.
O casal estava na lista de "difusão vermelha" da Interpol, usada para foragidos internacionais. Eles são suspeitos de planejar e executar a morte do menino, assassinado aos sete anos de idade.
Dias depois de o corpo ser encontrado no apartamento em que o garoto morava com a mãe, o padrasto e duas irmãs, o casal e as duas filhas deixaram o Brasil. Foram localizados na Tanzânia por meio de levantamentos de Inteligência realizados pela Polícia Civil do Estado de São Paulo e pela Polícia Federal.
No Brasil, o casal permanecerá à disposição da Justiça até o fim do processo. Eles responderão pelo crime de homicídio por motivo fútil, cruel e sem possibilidade de defesa da vítima.
CRIME
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, um mensageiro de 45 anos estranhou o fato de o primo dele, um vendedor de 26 anos, ter fechado a loja de doces que mantinha no térreo do edifício Fortuna, na rua Santo Amaro.
No dia 4, ele foi ao local para verificar o que havia ocorrido com o parente, que morava no primeiro andar do mesmo prédio.
Ao subir até o apartamento, ele sentiu o forte cheiro que exalava do imóvel. Policiais militares foram chamados, entraram no imóvel e encontraram o corpo do menino dentro do freezer. Ele estava enrolado em um lençol e sacos plásticos.
Segundo vizinhos, no dia 28 de agosto, o casal baixou as portas da loja e anunciou que a manteria fechada por sete dias para reforma.
Imagens de segurança do prédio onde a família morava mostram que, na tarde do dia 22 de agosto, Ezra passa pelo hall de entrada do prédio cumprimentando uma vizinha. Horas mais tarde, retorna ao prédio.
Seis dias depois, na noite do dia 28 de agosto, as câmeras gravam o freezer sendo carregado pelos corredores do prédio onde a família morava. Um dia depois, o padrasto do menino é visto pela última vez saindo do prédio.
Parentes do padrasto afirmaram que ele e a mãe já perderam a guarda do garoto por suspeita de agressões. Vizinhos também já haviam revelado que o garoto era agredido.
AUTOR: Folha de S. Paulo
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