A Polícia Civil de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, prendeu na terça-feira (27) Ormezinda Onofre Alves Feitosa, de 67 anos, suspeita de torturar e manter em cárcere privado o filho dela, de 43 anos. A vítima, que segundo a polícia tem problemas mentais, era torturado há muitos anos. A denúncia partiu dos familiares da suspeita. Ormezinda também é investigada por suposta ligação com rituais de magia negra.
De acordo com o delegado que investiga o caso, Humberto Teófilo, a vítima ficava amarrada em um quarto escuro com péssimas condições de higiene e apresentava um ferimento na orelha, provavelmente provocado pela mãe. Os familiares da vítima contam que a idosa batia no filho com pedaços de pau e já teria, inclusive, queimado seus pés com fogo e jogado água quente em suas pernas e orelhas.
“Ela batia, espancava, deixava ele trancado o dia inteiro e ele não comia. Se a gente fosse dar comida, ela nos ameaçava com machado e pedaço de pau. É muita ruindade. Parece que ela não tem coração. Ela não deixa os outros filhos entrarem na casa”, relata a filha da suspeita, a doméstica Eliane Nascimento Feitosa.
“Quando fomos até a casa, o encontramos amarrado e ele manifestou a vontade de sair de lá e confirmou algumas condutas agressivas da mãe. As investigações apontam que ela cometeu atos assustadores”, afirma o delegado Humberto Teófilo.
Ormezinda foi autuada por tortura, com a agravante de manter a vítima em cárcere privado, e segue presa na delegacia de Inhumas. Contudo, ela nega as acusações: “Não fiz nada contra ele e prendia ele porque ele saia para pedir dinheiro sem precisar. Para quer bater nos outros? Não bato em filhos. Carreguei o filho 9 meses na barriga e depois vou bater?”. A vítima foi entregue aos cuidados da família.
Magia negra
A Polícia Civil também investiga a suposta ligação da idosa com rituais de magia negra. Nesta quarta-feira (28), agentes estiveram na residência depois que uma das filhas da mulher foi à delegacia levando uma arcada dentária. A arcada, de acordo com o que a própria suspeita relatou à polícia, seria de um dos filhos dela que faleceu há uns anos.
Na casa de Ormezinda, a polícia também encontrou cabelo que seria do filho morto. Ela alega que pagou um coveiro para que ele a ajudasse a violar a sepultura. À polícia, ela disse que fez isso porque, na época, uma mulher apareceu grávida dizendo que o bebê seria do filho morto. O material seria para um exame de DNA. Até a tarde desta quarta-feira, a polícia ainda não havia localizado o coveiro.
Na casa da mulher, os policiais também encontraram em dois quartos imagens de santos, crucifixos, vidros com cobras no álcool, um caixão pequeno, além de um círculo no centro do cômodo.
Para o delegado, Ormezinda mantém em casa um centro de macumba. Se a polícia confirmar que o cabelo e a arcada foram mesmo retirados do túmulo pela idosa com o auxílio de um coveiro, ambos deverão ser autuados por violação de sepultura ou subtração de cadáver.
Fonte: G1/GO
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