Moradores cercam o que sobrou do carro de Ahmed Jaabali, que morreu nesta quarta-feira (14) atingido por bombardeio israelense em Gaza (Foto: AP)
Ahmed Jaabari, chefe das brigadas, Ezzedin al Qasam, braço militar do Hamas, foi morto em um bombardeio israelense, informaram nesta quarta-feira (14) autoridades de Israel e o próprio movimento palestino, em meio a uma onda de ataques israelenses ao território palestino que matou mais cinco pessoas e deixa os dois lados à beira de uma nova guerra.
O Shin Bet, serviço de inteligência interna de Israel, confirmou ter feito o ataque, por conta do que classificou de "atividade terrorista" exercida por Jaabari ao longo de uma década.
"O motivo desta operação era debilitar o comando e o controle da cadeia de liderança do Hamas", afirmou o Exército de Israel em um comunicado.
O movimento, em comunicado, disse que a morte de seu líder "abriu os portões do inferno" para Israel.
Pedidos imediatos por vingança foram transmitidos na rádio do Hamas e grupos militantes menores alertaram que iriam retaliar.
"Israel declarou guerra em Gaza e eles irão carregar a responsabilidade pelas consequências", disse a Jihad Islâmica.
O ataque ocorreu apesar de sinais de que o Egito havia conseguido mediar uma trégua entre Israel e militantes palestinos após cinco dias de escalada de violência, em que mais de 100 mísseis foram disparados de Gaza contra Israel e foram lançados repetidos ataques israelenses sobre o enclave.
Carro atingido
Testemunhas disseram que ele estava transitando em seu carro, na cidade de Gaza, quando o veículo explodiu. Um passageiro também morreu.
Uma multidão de civis e policiais cercou o carro, tentando apagar o incêndio que matou a dupla e transformou o veículo numa carcaça queimada.
Autoridades israelenses haviam dito, nos últimos dias, que estavam cogitando assassinar altas autoridades do Hamas, após uma série de ataques a seu territórios nos últimos dias, partindo do território palestino, e que renderam represálias militares israelenses.
Mais ataques
Vários ataques aéreos de Israel continuavam atingindo Gaza nesta quarta, segundo testemunhas. Postos policiais do Hamas eram alvo.
O movimento palestino afirmou que alvos foram atingidos nas cidades de Gaza, Khan Younis e Rafah.
Ahmed Jaabari em 18 de outubro de 2011, na passagem de Rafah, fronteira de Gaza com o Egito (Foto: AFP)
O Hamas afirmou que, além de Jaabari, os cerca de 20 ataques a postos da polícia e das forças de segurança mataram mais 5 pessoas e feriram pelo menos 25.
Uma autoridade militar israelense disse que o assassinato não seria o fim dos ataques de Israel à Faixa de Gaza e que mais ataques virão a seguir.
"Após os disparos de foguetes nestes últimos dias contra Israel, o chefe do Estado-Maior decidiu autorizar uma operação contra organizações terroristas de Gaza, (como) o Hamas, a Jihad Islâmica e outras organizações", declarou a porta-voz do exército. "Este é o início."
Responsável por ataques
Jaabari é a mais graduada autoridade do Hamas a ser morta desde a invasão israelense a Gaza, há quatro anos.
Os israelenses creditavam a ele a responsabilidade pelos constantes ataques aéreos a seu território e também pelo emblemático sequestro do soldado israelense Gilad Schalit em 2006.
Militares israelenses, falando sob anonimato, afirmaram que o ataque foi planejado pela inteligência ao longo de meses.
A prática de matar altos funcionários palestinos gera críticas de grupos de direitos humanos e governos estrangeiros.
Egito
A chancelaria do Egito condenou o ataque israelense e pediu que os ataques sejam encerrados imediatamente.
Israel x Hamas
O Hamas governa Gaza desde 2007 e não reconhece o direito de Israel de existir como estado.
Israel travou uma guerra com o Hamas pela última vez entre 2008 e 2009. O conflito de três semanas acabou com 1.400 palestinos e 13 israelenses mortos.
AUTOR: G1/AP/AFP
Nenhum comentário:
Postar um comentário
IMPORTANTE
Todos os comentários postados neste Blog passam por moderação. Por este critério, os comentários podem ser liberados, bloqueados ou excluídos.
O TIANGUÁ AGORA descartará automaticamente os textos recebidos que contenham ataques pessoais, difamação, calúnia, ameaça, discriminação e demais crimes previstos em lei. GUGU