15 de Fevereiro de 2017. SÌtio S„o FÈlix, Guaraciaba do Norte-CE; assim como outros cultivos, o tomate produzido em Guaraciaba do Norte atende ao mercado local, assim como Fortaleza e os estados do Piauí e Maranhão - MARCELINO JUNIOR
As primeiras chuvas de fevereiro, na Serra da Ibiapaba, Norte do Ceará, mudaram por completo a paisagem. O verde voltou a ser a cor predominante, tanto nas matas que margeiam as estradas, quanto nas plantações a se perderem de vista.
Neste período, os agricultores de Guaraciaba do Norte, município com pouco mais de 37 mil habitantes, considerado o mais frio da Serra, têm seguido a todo vapor com a colheita de frutas e legumes, destaque para maracujá, pimentão, tomate e a batata-doce.
Na propriedade de Daniel Carneiro Oliveira, com o tamanho ideal, o maracujá já está no ponto de comercialização, com cerca de nove meses de plantio, quando foram distribuídos 30 mil pés, em cerca de 30 hectares. Perto dali, a batata-doce também começa a ser colhida, para alegria do produtor, que plantou 70 mil pés.
O movimento de ajudantes foi incrementado para dar conta do trabalho. Hoje, dez se revezam também entre os dois hectares de pimentão, onde foram plantadas 70 mil mudas.
Queda no preço
Toda a produção de Daniel Oliveira segue para o mercado em Fortaleza, além de abastecer feiras e supermercados nos estados do Maranhão e Piauí. As frutas e legumes que saem do Sítio São Félix, a cerca de 15 Km da sede de Guaraciaba do Norte, também podem ser encontrados nas Centrais de abastecimento do Ceará (Ceasa), que têm registrado queda de preços, desde janeiro, principalmente no setor de hortaliças e frutos, que ficaram 15,26% mais baratos.
Entre os alimentos provenientes da Serra da Ibiapaba que influenciaram a redução no índice de preços, no Estado, estão o pimentão (-20,64%); o tomate, com queda de 34,05% e a batata-doce, que teve redução de 10,56%.
Segundo a análise de mercado Ceasa, as boas colheitas, responsáveis pela redução de preços, ocorreram justamente na Serra da Ibiapaba e na região do Cariri, principais produtoras de hortaliças, onde as chuvas foram intensas no início do ano. “Estamos vivendo um bom período de produção, por conta das chuvas.
Quem aproveitou o período para plantar, agora está numa boa fase de colheita. Mas, muita gente produz a mesma coisa, daí a tendência é a queda. Temos reduzido muito o valor cobrado para nos mantermos competitivos. O pimentão, por exemplo, teve muita oferta. A média cobrada por nós, para revenda, tem sido de R$ 8 a caixa, com cem unidades”, disse Daniel Oliveira.
Apoio
Em Guaraciaba do Norte, a produção de hortaliças é acompanhada pela Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Ceará (Ematerce), que também comemora a boa colheita.
A produção de feijão, milho e mandioca, comuns à região como culturas de subsistência, também é monitorada pela Ematerce, que dá apoio a cerca de 600 produtores convencionais, além dos poucos que cultivam orgânicos no município. “Vivemos um ótimo momento, por conta das últimas chuvas que caíram na Ibiapaba, e os produtores da região têm aproveitado bem esse primeiro período de chuvas”, disse José Ferreira Batista, gerente da Ematerce em Guaraciaba.
AUTOR: NETICINA
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