Jovem que confessou decapitação admitiu crime em conversa no Messenger, segundo amiga. (Foto: Reprodução/Facebook)
O homem que confessou ter decapitado na última quinta-feira (26) a namorada, uma adolescente grávida de 16 anos, postou a foto da cabeça da jovem no Facebook dois dias depois de cometer o crime na Zona Sul de São Paulo.
Em seguida, José Ramos dos Santos, de 23 anos, levou a cabeça de Shirley Souza até uma delegacia do Centro da capital paulista, onde se entregou ainda no sábado (28).
A vítima estava grávida de sete meses, mas o assassino desconfiava que o bebê não fosse dele. Então resolveu matá-la, alegando que Shirley revelou que o traiu com um amigo do casal. Segundo amigas da adolescente disseram ao G1, ela já havia sido ameaçada de morte por José. Vizinhos falaram, no entando, que a suposta traição era um boato (veja vídeo abaixo).
O assassinato ocorreu na comunidade carente de Pedreira. O desempregado está preso desde a noite do último sábado, quando se entregou no 1º Distrito Policial (DP), na Sé, onde convessou o crime ao abrir a mochila e mostrar a cabeça de Shirley, que guardava com ele.
Mas antes de ir até a delegacia, José publicou naquele mesmo dia, na sua página pessoal no Facebook, a foto da cabeça de Shirley com a seguinte descrição: “Traição da nisso...mentiras...odeio”, escreveu horas depois de saber que vizinhos haviam encontrado o corpo da adolescente.
O G1 teve acesso à cópia da página com a foto antes que o assassino a apagasse. Nas imagens copiadas pelas amigas da vítima estão também fotomontagens com o rosto de Shirley ao lado do suposto amante dela, com a inscrição: “mim traiu na vespera de natal”.
A equipe de reportagem manteve o teor original do que José escreveu. Na sua rede social, ele aparece como Zél Past Troubled (algo como Zél Passado Atribulado, numa tradução livre do inglês para o português).
A foto que usa para se identificar não é a dele, mas a do personagem do filme americano Jogos Mortais (Saw, no título original). Na história de terror e suspense, um serial killer usa uma máscara e tortura suas vítimas, sempre cortando uma parte do corpo delas.
O G1 também teve acesso a conversa pelo aplicativo de celular WhatsApp que amigas de Shirley tiveram com José, momentos antes dele se entregar no 1º DP. Num dos trechos das mensagens, uma amiga pergunta onde está a adolescente e o desempregado responde: "matei ela agora ela vai mim trai no inferno".
“Ela me traiu”, voltou a repetir José aos jornalistas que acompanharam a transferência dele do 1º DP para 8º DP, Brás, onde o caso foi registrado como homicídio qualificado. Depois, ele foi levado para o 77º DP, Santa Cecília, onde cumpre prisão temporária.
“Por um lado sim, por outro não”, respondeu quando foi questionado pela imprensa se estava arrependido de ter matado a namorada. O G1 não conseguiu localizar José ou algum advogado dele para comentar o assunto nesta segunda-feira (30).
Ciumento e possessivo
Shirley não gostava de Facebok e mesmo que quisesse era impedida por José de ter uma página na web. A afirmação é de uma das melhores amigas da vítima. “Ele é muito ciumento e doente”, disse a estudante ao G1.
Segundo ela, José agrediu Shirley durante as discussões do casal após ele desconfiar que ela o traiu. “Ele acreditou em boatos que ela tinha um caso com um menino de onde a gente mora, mas é mentira. O bebê que ele matou dentro da minha amiga era dele com ela”, afirmou.
“Ele já havia batido nela, e ameaçado matá-la, cortando a cabeça dela para mostrar para todos verem, mas nunca achei que faria isso”, lamentou a amiga de Shirley, que, assim como a vítima, tem 16 anos.
A jovem disse que, mesmo diante das ameaças, Shirley não quis registrar um boletim de ocorrência contra José. “O namorado dela falava que já havia matado um bando de gente antes”. Apesar dessa declaração, policiais do 98º DP, Jardim Miriam, que investigam o caso, disseram que o desempregado não tinha passagens criminais anteriores.
Amigas de Shirley falaram ao G1 que José é viciado em drogas ao ponto de se tornar violento. Ele próprio admitiu em depoimento à Polícia Civil que soube da suposta traição da namorada quando fazia uso de entorpecente.
O homem que confessou ter decapitado na última quinta-feira (26) a namorada, uma adolescente grávida de 16 anos, postou a foto da cabeça da jovem no Facebook dois dias depois de cometer o crime na Zona Sul de São Paulo.
Em seguida, José Ramos dos Santos, de 23 anos, levou a cabeça de Shirley Souza até uma delegacia do Centro da capital paulista, onde se entregou ainda no sábado (28).
A vítima estava grávida de sete meses, mas o assassino desconfiava que o bebê não fosse dele. Então resolveu matá-la, alegando que Shirley revelou que o traiu com um amigo do casal. Segundo amigas da adolescente disseram ao G1, ela já havia sido ameaçada de morte por José. Vizinhos falaram, no entando, que a suposta traição era um boato (veja vídeo abaixo).
O assassinato ocorreu na comunidade carente de Pedreira. O desempregado está preso desde a noite do último sábado, quando se entregou no 1º Distrito Policial (DP), na Sé, onde convessou o crime ao abrir a mochila e mostrar a cabeça de Shirley, que guardava com ele.
Mas antes de ir até a delegacia, José publicou naquele mesmo dia, na sua página pessoal no Facebook, a foto da cabeça de Shirley com a seguinte descrição: “Traição da nisso...mentiras...odeio”, escreveu horas depois de saber que vizinhos haviam encontrado o corpo da adolescente.
O G1 teve acesso à cópia da página com a foto antes que o assassino a apagasse. Nas imagens copiadas pelas amigas da vítima estão também fotomontagens com o rosto de Shirley ao lado do suposto amante dela, com a inscrição: “mim traiu na vespera de natal”.
A equipe de reportagem manteve o teor original do que José escreveu. Na sua rede social, ele aparece como Zél Past Troubled (algo como Zél Passado Atribulado, numa tradução livre do inglês para o português).
A foto que usa para se identificar não é a dele, mas a do personagem do filme americano Jogos Mortais (Saw, no título original). Na história de terror e suspense, um serial killer usa uma máscara e tortura suas vítimas, sempre cortando uma parte do corpo delas.
O G1 também teve acesso a conversa pelo aplicativo de celular WhatsApp que amigas de Shirley tiveram com José, momentos antes dele se entregar no 1º DP. Num dos trechos das mensagens, uma amiga pergunta onde está a adolescente e o desempregado responde: "matei ela agora ela vai mim trai no inferno".
“Ela me traiu”, voltou a repetir José aos jornalistas que acompanharam a transferência dele do 1º DP para 8º DP, Brás, onde o caso foi registrado como homicídio qualificado. Depois, ele foi levado para o 77º DP, Santa Cecília, onde cumpre prisão temporária.
“Por um lado sim, por outro não”, respondeu quando foi questionado pela imprensa se estava arrependido de ter matado a namorada. O G1 não conseguiu localizar José ou algum advogado dele para comentar o assunto nesta segunda-feira (30).
Ciumento e possessivo
Shirley não gostava de Facebok e mesmo que quisesse era impedida por José de ter uma página na web. A afirmação é de uma das melhores amigas da vítima. “Ele é muito ciumento e doente”, disse a estudante ao G1.
Segundo ela, José agrediu Shirley durante as discussões do casal após ele desconfiar que ela o traiu. “Ele acreditou em boatos que ela tinha um caso com um menino de onde a gente mora, mas é mentira. O bebê que ele matou dentro da minha amiga era dele com ela”, afirmou.
“Ele já havia batido nela, e ameaçado matá-la, cortando a cabeça dela para mostrar para todos verem, mas nunca achei que faria isso”, lamentou a amiga de Shirley, que, assim como a vítima, tem 16 anos.
A jovem disse que, mesmo diante das ameaças, Shirley não quis registrar um boletim de ocorrência contra José. “O namorado dela falava que já havia matado um bando de gente antes”. Apesar dessa declaração, policiais do 98º DP, Jardim Miriam, que investigam o caso, disseram que o desempregado não tinha passagens criminais anteriores.
Amigas de Shirley falaram ao G1 que José é viciado em drogas ao ponto de se tornar violento. Ele próprio admitiu em depoimento à Polícia Civil que soube da suposta traição da namorada quando fazia uso de entorpecente.
“Shirley, acreditando que José estava sob o efeito da droga, falava sobre relacionamentos que mantinha com outros homens”, relatou no boletim de ocorrência.
Shirley e suposto amante, em fotomontagem feita por José no Facebook dele (Foto: Reprodução)
Vizinhos
O crime surpreendeu vizinhos da viela próxima à Rua Manuel Rodrigues Mexelhão, onde moravam Shirley e José.
Segundo eles, os dois se conheceram porque a mãe da adolescente se casou com o pai do rapaz.
“Foram criados como irmãos desde pequeninhos, mas aí se apaixonaram e passaram a viver como casal”, disse o desempregado Valdir Galdino da Silva, de 56 anos, que não acredita que a garota tenha traído José. “Ela não seria capaz disso. Gostava muito dele, tanto que ficou grávida dele, né?”.
O crime
Segundo a investigação policial, José contou que matou Shirley na casa de seu irmão na noite de quinta-feira. Eles se encontraram, tiveram relações sexuais e discutiram por causa da possível traição.
José disse que a desconfiança aumentou após a mulher engravidar, pois ele disse ter visto na carteirinha de saúde dela que sua última menstruação foi em agosto, quando o casal estava separado. Após insistir, ela então teria confessado ter se relacionado com um amigo do casal às vésperas do Natal e do Ano Novo, segundo a versão do assassino.
Quando a adolescente se preparava para tomar banho, ele aplicou uma 'gravata' até ela desmaiar. Ao perceber que a companheira estava morta, foi até a cozinha, pegou uma faca e decapitou a vítima.
Em seguida, enrolou o corpo da jovem em um edredom, amarrou o tronco e os pés e o escondeu atrás de um botijão de gás. A casa foi limpa para que o irmão não desconfiasse. Com o passar do tempo, o cadáver começou a cheirar mal e José decidiu levá-lo para a viela, onde o corpo foi encontrado por moradores.
Ao descobrir que a adolescente havia sido achada, ele percorreu 30 quilômetros em dois ônibus e foi até a delegacia, onde se apresentou à polícia e foi detido em flagrante.
AUTOR: G1/SP
Vizinhos
O crime surpreendeu vizinhos da viela próxima à Rua Manuel Rodrigues Mexelhão, onde moravam Shirley e José.
Segundo eles, os dois se conheceram porque a mãe da adolescente se casou com o pai do rapaz.
“Foram criados como irmãos desde pequeninhos, mas aí se apaixonaram e passaram a viver como casal”, disse o desempregado Valdir Galdino da Silva, de 56 anos, que não acredita que a garota tenha traído José. “Ela não seria capaz disso. Gostava muito dele, tanto que ficou grávida dele, né?”.
O crime
Segundo a investigação policial, José contou que matou Shirley na casa de seu irmão na noite de quinta-feira. Eles se encontraram, tiveram relações sexuais e discutiram por causa da possível traição.
José disse que a desconfiança aumentou após a mulher engravidar, pois ele disse ter visto na carteirinha de saúde dela que sua última menstruação foi em agosto, quando o casal estava separado. Após insistir, ela então teria confessado ter se relacionado com um amigo do casal às vésperas do Natal e do Ano Novo, segundo a versão do assassino.
Quando a adolescente se preparava para tomar banho, ele aplicou uma 'gravata' até ela desmaiar. Ao perceber que a companheira estava morta, foi até a cozinha, pegou uma faca e decapitou a vítima.
Em seguida, enrolou o corpo da jovem em um edredom, amarrou o tronco e os pés e o escondeu atrás de um botijão de gás. A casa foi limpa para que o irmão não desconfiasse. Com o passar do tempo, o cadáver começou a cheirar mal e José decidiu levá-lo para a viela, onde o corpo foi encontrado por moradores.
Ao descobrir que a adolescente havia sido achada, ele percorreu 30 quilômetros em dois ônibus e foi até a delegacia, onde se apresentou à polícia e foi detido em flagrante.
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