FOTO: TATIANA FORTES
Para encobrir rastro dos crimes, o motorista teria utilizado diversas contas falsas nos aplicativos, alimentadas com informações de pacientes de clínicas médicas onde o suspeito trabalhava. Em pelo menos dois dos casos, registros no 99Pop continham documentos e identidade de pessoas inválidas, uma delas internada em Unidade de Tratamento Intensivo.
"Eu achei muito estranho, porque fui chamada para reconhecer um dos suspeitos, e ele não tinha movimento das pernas. Não podia nem dirigir", disse, em entrevista ao O POVO, uma das vítimas. Buscada por Patrick à 1h02min de 22 de junho, a jovem viveu 24 minutos de terror no carro do criminoso. Um mês depois, ela e outra vítima reconheceram o agressor à polícia.
Segundo investigação do Departamento de Inteligência (DIP) e do 15º Distrito Policial (Cidade 2000), crimes seguiam modus operandi semelhante, sempre em veículo Logan preto. Ao chegar ao ponto inicial das viagens, o abusador chamava as vítimas pelo nome e pedia a elas que sentassem do seu lado no banco da frente. Depois, ele desviava do caminho original em direção a um terreno baldio nas Dunas.
Após agredir e obrigar as vítimas a realizar atos sexuais, o criminoso roubava pertences das jovens e as abandonava no local. Para receber socorro, elas precisavam correr até um condomínio próximo, a cerca de 500 metros. Segundo a investigação, uma das mulheres conseguiu escapar do abuso após arremessar o celular no rosto do acusado e se jogar do carro.
As vítimas eram todas jovens, entre 20 e 25 anos de idade, e foram raptadas em bares movimentados da Aldeota, na avenida Barão de Studart. No momento em que pediam as corridas, elas voltavam para casa, em bairros afastados, de saídas com amigos de faculdade. O perfil do agressor, jovem, bem vestido e de fala calma, não intimidava as mulheres a princípio.
A vítima que conversou com O POVO disse ter recebido diversos socos e tapas do suspeito, que ainda a filmou durante a agressão. "Eu o tempo inteiro chorando, dizendo 'por favor, para'. Eu tinha certeza de que ele ia me matar", relembra. "Eu dizia 'se você vai fazer isso, me mate logo', e ele respondia 'você quer morrer? (...) vou te matar cortando seu pescoço", relata.
Todas as informações foram confirmadas ao O POVO por fontes oficiais da DIP e do 15º DP, que tocam conjuntamente a investigação e prestaram todo acompanhamento jurídico e psicológico às vítimas. O pedido de prisão temporária de Patrick, com prazo de cinco dias, foi apresentado na semana passada pelos delegados do caso e deferido na noite de ontem pela Justiça. Além disso, foi solicitada também a quebra de sigilo telefônico do acusado.
A Polícia Civil chegou ao suspeito após a própria 99Pop colaborar com a investigação e apontar outras contas cadastradas no sistema com viagens frequentes ao mesmo local. Como esses perfis, ligados a Patrick, teriam voltado ao terreno das Dunas após os casos já conhecidos, os delegados esperam que surjam novas denúncias contra o suspeito. A Polícia também avalia possível responsabilidade da empresa no caso.
O suspeito foi preso em casa no final da tarde de ontem por duas equipes da Polícia Civil em viaturas descaracterizadas. Primeiro, ele foi levado à sede da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), onde foi submetido a exame de corpo de delito. Depois, Patrick teria sido encaminhado ao Complexo de Delegacias Especializadas (Code), onde ficará em uma cela separada dos demais presos.
AUTOR: O POVO
Segundo investigação do Departamento de Inteligência (DIP) e do 15º Distrito Policial (Cidade 2000), crimes seguiam modus operandi semelhante, sempre em veículo Logan preto. Ao chegar ao ponto inicial das viagens, o abusador chamava as vítimas pelo nome e pedia a elas que sentassem do seu lado no banco da frente. Depois, ele desviava do caminho original em direção a um terreno baldio nas Dunas.
Após agredir e obrigar as vítimas a realizar atos sexuais, o criminoso roubava pertences das jovens e as abandonava no local. Para receber socorro, elas precisavam correr até um condomínio próximo, a cerca de 500 metros. Segundo a investigação, uma das mulheres conseguiu escapar do abuso após arremessar o celular no rosto do acusado e se jogar do carro.
As vítimas eram todas jovens, entre 20 e 25 anos de idade, e foram raptadas em bares movimentados da Aldeota, na avenida Barão de Studart. No momento em que pediam as corridas, elas voltavam para casa, em bairros afastados, de saídas com amigos de faculdade. O perfil do agressor, jovem, bem vestido e de fala calma, não intimidava as mulheres a princípio.
A vítima que conversou com O POVO disse ter recebido diversos socos e tapas do suspeito, que ainda a filmou durante a agressão. "Eu o tempo inteiro chorando, dizendo 'por favor, para'. Eu tinha certeza de que ele ia me matar", relembra. "Eu dizia 'se você vai fazer isso, me mate logo', e ele respondia 'você quer morrer? (...) vou te matar cortando seu pescoço", relata.
Todas as informações foram confirmadas ao O POVO por fontes oficiais da DIP e do 15º DP, que tocam conjuntamente a investigação e prestaram todo acompanhamento jurídico e psicológico às vítimas. O pedido de prisão temporária de Patrick, com prazo de cinco dias, foi apresentado na semana passada pelos delegados do caso e deferido na noite de ontem pela Justiça. Além disso, foi solicitada também a quebra de sigilo telefônico do acusado.
A Polícia Civil chegou ao suspeito após a própria 99Pop colaborar com a investigação e apontar outras contas cadastradas no sistema com viagens frequentes ao mesmo local. Como esses perfis, ligados a Patrick, teriam voltado ao terreno das Dunas após os casos já conhecidos, os delegados esperam que surjam novas denúncias contra o suspeito. A Polícia também avalia possível responsabilidade da empresa no caso.
O suspeito foi preso em casa no final da tarde de ontem por duas equipes da Polícia Civil em viaturas descaracterizadas. Primeiro, ele foi levado à sede da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), onde foi submetido a exame de corpo de delito. Depois, Patrick teria sido encaminhado ao Complexo de Delegacias Especializadas (Code), onde ficará em uma cela separada dos demais presos.
AUTOR: O POVO
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