GRUPO INVESTIGADO POR MAS CRIMES

A quadrilha presa há duas semanas pode estar envolvida em outras extorsões. A DAS aprofunda diligências

A recente prisão de uma quadrilha acusada de sequestrar uma empresária nesta Capital, no último dia 2, pode levar as autoridades policiais cearenses a desvendar outros crimes semelhantes, ocorridos nos últimos anos, e que ainda não tiveram a investigação completamente concluída. A Divisão Antissequestro (DAS) aprofunda diligências para a desarticulação de toda a quadrilha. Pelo menos sete pessoas foram identificadas como integrantes do bando e quatro já estão presas.

"Existem algumas lacunas em investigações e estas lacunas podem ser esclarecidas agora", afirma o diretor da DAS, delegado Rommel Kerth. Ele se referia à suposta participação do chefe da quadrilha, o cearense Francisco Pedro Barreto de Freitas, o ´Véio de Chico Peba´, nos casos que ainda não foram totalmente solucionados.

Resgate

´Véio de Chico Peba´ foi capturado, na semana passada, em decorrência das investigações sobre o sequestro da empresária Vanessa Rabelo. A refém foi resgatada ilesa pela Polícia no cativeiro que a quadrilha montou, uma casa na localidade de Sítio Jucás, no distrito de Cristais, Município de Cascavel (65Km de Fortaleza).

Além do chefe da quadrilha, dois homens que agiam como ´guardas´ do cativeiro também foram presos, identificados como Jair Maurício da Silva e Fagner Oliveira da Silva. Ainda na semana passada, a equipe da DAS, juntamente com os oficiais da Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), identificaram o quarto integrante do bando. Trata-se do cearense Josinelson Ferreira da Silva, o ´Olho de Piscina´.

Negociação

Segundo a Polícia, durante os 16 dias em que a empresária foi mantida aprisionada em poder da quadrilha, Josinelson viajou para o Rio de Janeiro e de lá fazia as ligações telefônicas para a família da refém negociando o valor e a forma de pagamento do resgate.

Por último, a Polícia prendeu o quinto integrante da quadrilha. Trata-se do cearense Deusimar Ramos de Azevedo, que também teria participado das negociações e cedeu sua casa, no bairro Bonsucesso, na zona Sul desta Capital, para servir como cativeiro para a refém. Na casa, a empresária permaneceu por duas semanas, até que foi transferida para Cristais, local que acabou sendo ´estourado´ pela Polícia.

Antecedentes

No histórico criminal de ´Véio de Chico Peba´, ao qual a Reportagem teve acesso na semana passada, a lista de delitos atribuídos a ele é extensa.

Conforme a consulta integrada ao Sistema de Informações Policiais (SIP), Francisco Pedro Barreto de Freitas responde dois casos de extorsão mediante sequestro, quatro casos de roubo, duas formações de quadrilha, além de outros delitos como uso de documento falso.

No dia 19 de dezembro de 2006, ´Véio de Chico Peba´ foi capturado escondido em meio a uma pilha de tijolos no quintal de sua casa, no bairro da Maraponga, numa operação chefiada pelos delegados Francisco Carlos de Araújo Crisóstomo, atual diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP), e pelo delegado Luiz Carlos de Araújo Dantas. "Ele e a esposa estavam de malas prontas para viajar, possivelmente para o Sul do país", disse, na ocasião, o delegado Francisco Crisóstomo.

Também naquela ocasião, o delegado Dantas responsabilizou ´Véio de Chico Peba´ como autor de, pelo menos, três sequestros no Ceará. O bando por ele chefiado teriam sequestrados os empresários José Elizomarte Fernandes Vieira, Jaime Aquino e Ricardo Rolim.

Quadrilha

Ainda naquele ano, além de Francisco Pedro Barreto de Freitas, o ´cabeça´ da organização criminosa, também foram capturados , Marcos Aurélio dos Santos, Paulo Sérgio Araújo de Sousa, Márcio José Mesquita da Silva, e José Ribeiro Queiroz, o ´Márcio Goiano´. Posteriormente, nas investigações foram também identificados Erismar Mariz de Oliveira, o ´Camilo´; Francisco Tairone de Freitas, José Benedito Coutinho, o ´Paulinho´; e Janaíldo Moura, o ´Zé Cururu´.
FONTE: DN