segunda-feira, 23 de junho de 2014

TECNOLOGIA ALIA CIDADÃO À SEGURANÇA PÚBLICA

Ninguém está mais só, nem invisível. Pode estar no telefone alheio. Aplicativos usados em celulares e tablets auxiliam o cidadão e as próprias forças de segurança, informando desde uma área com alagamento a assalto, pessoas em situação de rua ou incêndio, se alguém tem mandado de prisão em aberto. Ou se um carro que trafega é roubado ou teve a placa clonada.

De repente, do celular se tem um mapa sinalizador de situações. Zello, Sinesp, Liga e Viber estão virando febre. Determinantes sobre se vamos ou deixamos de ir por um dado lugar. E com quem.

Por aplicativos como Viber ou WhatspApp, este um dos mais usados na telefonia móvel (38 milhões de usuários no Brasil), os policiais militares compartilham informações em grupos. Foto, vídeo, áudio e texto sobre a ocorrência mais recente. No encalço dos rastros deixados pelos bandidos, a informação chega visual e por vezes mais veloz que a rádio frequência da viatura.

Informações sobre o deslocamento de uma quadrilha do tráfico de drogas são repassadas por um cidadão de "confiança" para policiais do destacamento próximo à área em crise. "É preciso ser confiável para participar do grupo, trocamos informações e ficamos atentos para possíveis operações", afirma o tenente Rivelino Veiga, moderador do grupo "Kombaty", no WhatsApp. "A pessoa agradece por ter sido incluída no grupo dando algum 'feedback', seja de acidente ou movimento suspeito, por exemplo". Outros grupos são restritos aos policiais, que trocam informações de antes e depois das ocorrências. Mas é também pelo WhatsApp que o Diário do Nordeste, pela ferramenta VC Repórter, têm informações em tempo real sobre ocorrências nas ruas.

Amigos

De maneira colaborativa, os usuários sinalizam no Liga, nos mapas em tempo real, em que se pode inserir informações sobre as ocorrências. Na função "queridos amigos", pode-se cadastrar uma lista por afinidade e fazer alertas em casos de situações de risco. Se uma via está interditada por uma obra, por exemplo, o usuário cadastrado aponta a ocorrência no mapa e compartilha em seu grupo de interesse.

Em outro aplicativo, o Sinesp Cidadão, é possível verificar a situação de um veículo em todo o País no aporte CheckPlaca. Diz se o veículo consta como roubado, furtado ou clonado. Também é possível identificar se há mandado de prisão em aberto para uma determinada pessoa, desde que de posse do nome completo dela e da mãe. O aplicativo é gerenciado pelo Serviço Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. É um meio pelo qual o cidadão se alia à Polícia no compartilhamento de informações.

Contra falsificação

Na mesma linha de segurança, o Banco Central lançou, neste mês, o aplicativo Dinheiro Brasileiro. Ao aproximar a cédula da câmera do celular, o aplicativo identifica onde estão os elementos de segurança para que o usuário possa verificar se a nota é verdadeira. Um aliado para os turistas estrangeiros neste período de Copa do Mundo.

A lista de objetos de quem tem aderido a tecnologias de segurança e informação vai além. Ainda tem o aplicativo Zello, pelo qual é possível interagir com um contato ou um grupo inteiro na modalidade walkie-talkie. Com um simples toque de botão a mensagem de voz segue para todos os contatos.

O Brasil encerrou o mês de maio com 275,4 milhões de linhas ativas na telefonia móvel. É gerada uma média de 136 acessos por habitante, segundo a Agencia Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Os aplicativos citados estão disponíveis gratuitamente no Google Play e App Store. Essas novas tecnologias encontram um mercado promissor, mas o tipo de uso vai depender da intenção do usuário.

Uso das ferramentas precisa de cuidados

Todo fato vai além da própria verdade e nisso reside um perigo: o risco de compartilhar a informação. Um aplicativo que pode auxiliar na segurança, pessoal ou pública, pode ser também a própria ferramenta de fragilidade da segurança. O cuidado na informação que será repassada, bem como a quem repassar, é o principal conselho de especialistas no setor.

A tecnologia pode ser usada para ações socialmente positivas ou o contrário. Depende de quem usa. Quando falamos em segurança da informação, existe o nível tecnológico e o intelectual. O uso desses aplicativos é bastante positivo, mas a vulnerabilidade está nas pessoas, afirma Marcos Monteiro, professor universitário e perito em computação forense.

O especialista explica que as técnicas de engenharia social proporcionadas pelos aplicativos. O seu uso depende não apenas da intenção de um usuário, mas de todos. "Essas ferramentas constituem técnicas de segurança da informação. Quando você informa em tempo real onde está, abre um precedente de ataque de engenharia social", aponta. Seria o risco, por exemplo, de compartilhar informações em um grupo do WhatsApp sem conhecer todas as pessoas. "Você pode estar informando um possível criminoso e ele se utilizar dessa informação".

Evitar abordagem

Embora todo o sucesso do aplicativo Sinesp Cidadão, idealizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), o Ministério da Justiça faz o alerta que, em caso de constatar, pela placa, um veículo roubado ou com a placa clonada, evitar qualquer aproximação e avisar à Polícia, a quem de fato cabe a abordagem ao suspeito.

Na ânsia de proporcionar segurança, o usuário da tecnologia pode acabar gerando o crime em que ele próprio é a vítima.

AUTOR: DN

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