segunda-feira, 25 de março de 2013

PRESOS SE REBELAM COM SUSPENSÃO DE VISITAS

Mulheres e filhos dos presos que se envolveram na tentativa de fuga foram proibidos de visitá-los. A medida punitiva provocou o descontentamento dos presidiários, que iniciaram o motim queimando colchões FOTO: KLÉBER GONÇALVES

Cerca de 200 detentos se envolveram em um motim, na manhã de ontem, na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor José Jucá Neto (CPPL III), em Itaitinga. Durante o incidente, ocorrido somente na Rua D, os detentos atearam fogo em colchões e se agitaram no interior das celas.

O motivo do motim teria sido a suspensão das visitas, durante o dia de ontem. Em nota oficial, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) informou que a decisão teria sido tomada pela direção do presídio, depois de uma tentativa de fuga, naquele setor específico do presídio, na última sexta-feira, dia 23. Os presos estariam, portanto, cumprindo uma sanção disciplinar, por conta do ocorrido.

No texto enviado à imprensa, a Sejus disse ainda, que já havia um reforço policial dentro da CPPL III, desde o dia da pretensa fuga. Durante a confusão causada na manhã de ontem, patrulhas do Comando Tático Motorizado (Cotam) e agentes do Grupo de Atendimento Penitenciário (GAP) estiveram no local para controlar a situação.

Segundo policiais que participaram da ação, balas de borracha tiveram que ser disparadas dentro do presídio para conter a rebelião. O Corpo de Bombeiros também foi acionado. As chamas provocadas pela queima dos colchões, foram controladas momentos após a chegada do reforço policial.

Ainda de acordo com a Sejus, não houve nenhum preso morto ou ferido no motim. As visitas nas demais dependências da CPPL III, que no dia de ontem permitia a entrada de crianças, aconteceram normalmente. No entanto, as da ´Rua D´ permaneceram suspensas.

Esposas

As mulheres dos presos da ´Rua D´, já haviam passado do portão principal da unidade e esperavam a distribuição das senhas, quando foram informadas que não poderiam entrar. Elas presenciaram o começo do tumulto e da queima dos colchões.

"Eu estava com minha filha de sete anos quando eles começaram a gritar, a bater nas grades e a queimar coisas, que depois soube que eram colchões. Quando a fumaça apareceu, fiquei muito nervosa. Tive medo de que acontecesse alguma coisa com minha filha e também com meu marido", afirmou a companheira de um dos detentos, que não se identificou. Muitas delas falavam com os presos por celular.

AUTOR: DN

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