quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

CORPO ACHADO BALEADO EM PORTA-MALA ERA DO "DOM JUAN", NO DF

Em rede social, suspeito aparece em foto dirigindo carro de luxo; segundo polícia, ostentação era falsa(Foto: Facebook/ Reprodução)

De acordo com a corporação, o homem havia feito pelo menos oito vítimas e dado golpes que superavam R$ 300 mil. “Ele se relacionava com as mulheres e praticava estelionato em nome delas. Ou pegava dinheiro direto com as vítimas, ou fazia um empréstimo em nome delas e sumia. Ele conseguia esses dados porque elas se apaixonavam por ele”, disse o delegado Plácido Rocha na época da prisão.

Nas redes sociais, Antônio Carlos Guimarães publicava fotos em carros importados, casas em Miami e restaurantes nacionais de luxo. A polícia acredita que o número de vítimas fosse maior, mas temia que muitas não denunciassem os crimes porque mantinham relação extraconjugal com o suspeito. O suspeito negava os crimes.

O corpo dele foi achado por vigilantes que faziam ronda pelo condomínio e viram que o porta-malas do veículo estava estilhaçado. Um bombeiro que mora no local foi chamado para socorrer a vítima, que tinha sinais de tiro na perna esquerda e de pancadas na cabeça.

O homem foi encontrado por volta das 14h e ainda apresentava sinais vitais. De acordo com os bombeiros, o sargento que mora no local começou a fazer massagem cardíaca na vítima e acionou apoio de colegas, mas a morte foi atestada cerca de 40 minutos depois.

Uma aeronave do Corpo de Bombeiros chegou a se deslocar até o local com um médico, mas não conseguiu realizar o resgate a tempo.

Sedução e golpe
Autora da primeira denúncia à Polícia Civil, uma empresária de comunicação de 53 anos, que pediu para não ser identificada, disse que conhecia Guimarães há três anos. Ela diz que só descobriu as “más intenções” do amigo quando ele sumiu com mais de R$ 10 mil depositados por ela.
Informações em rede social mostram 'check-ins' em Miami, nos EUA; Polícia Civil diz que viagem nunca aconteceu (Foto: Facebook/ Reprodução)

“Ele se dizia empresário megamilionário, só comigo tinha 550 amigos em comum. Disse que namorou várias amigas minhas, e todas do meu perfil. Viúvas ou divorciadas, classe alta, mais de 50 anos, algumas ainda casadas. Saímos para almoçar duas vezes, ele me assediando, paquerando. Não namorei, mas não deixa de ser uma pessoa que estava no meu perfil”, diz a empresária.

Durante as conversas, o suspeito disse que era dono de lojas de grife em shoppings e pediu que a mulher fizesse um plano de comunicação para ele, mas não chegou a fechar acordo. Há um mês, ele ofereceu ajuda para que ela financiasse a compra de um carro de luxo, estimado em R$ 200 mil.

“Saímos para almoçar e ele me ofereceu essa ajuda, disse que eu precisava trocar o carro. Disse que ia sair por R$ 108 mil, mas depois me falou em 60 prestações de R$ 2.890, o que dá quase R$ 180 mil. Já tinha depositado R$ 10,8 mil e ele pedia mais. Se tivesse pedido R$ 30 mil, eu teria depositado”, diz a vítima.

O golpe só foi descoberto porque ele sumiu após o pedido de devolução do dinheiro. Ela conta que o ex-marido ligou de outro número, pediu explicações e foi xingado pelo suspeito. “Quem xinga outra pessoa assim é porque não está com boa intenção. Aí liguei para minhas amigas e a gente foi ligando os pontos”, diz.

Após a descoberta, a empresária diz que denunciou o caso nas redes sociais e recebeu mais de 40 mensagens de outras vítimas. “É o negócio dele. Seduzir, assediar, até porque ele é boa pinta, simpático. Ele é especializado, falou aqui que fez botox e plástica pra poder estar no nosso meio, puxar assunto com as mulheres”, afirma.

Crimes variados
Além dos golpes identificados no último mês, Guimarães já respondia a 26 inquéritos por estelionato e receptação. Segundo o delegado, o primeiro registro policial foi feito em 1990.
Postagem de vítima em rede social, após prisão do suspeito nesta quarta (19) (Foto: Instagram/ Reprodução)

O suspeito foi preso em uma agência bancária do Lago Sul, no início da tarde. O delegado diz que ele tinha acabado de abrir uma conta para pegar empréstimo, usando um morador de rua como "laranja" para a operação.

Como os perfis em redes sociais eram preenchidos com informações fantasiosas, a Polícia Civil não tinha conseguido levantar os bens comprados por Guimarães com o dinheiro dos golpes até a tarde desta quarta. A residência fixa do suspeito e o saldo das contas bancárias em nome dele também eram desconhecidos.

Os investigadores desconfiam da existência de vítimas em outros estados. "Ele tem uma filha em São Paulo, visita ela de vez em quando, então pode ser que tenha vítimas lá. Pode ter certeza que há muito mais vítimas do que a gente sabe até agora", afirma Rocha.

AUTOR: G1

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