quarta-feira, 4 de novembro de 2015

JOVEM DE 21 ANOS FOI MORTA COM REQUINTES DE CRUELDADE, DIZ POLÍCIA, EM MINAS GERAIS

A morte da jovem Larissa Gonçalves de Souza, de 21 anos, que teria sido encomendada por um comerciante de Extrema (MG) por R$ 1 mil por ciúmes do namorado dela, teria ocorrido com requintes de crueldade. 

Segundo a médica legista que atendeu o caso, o corpo da menina apresentava diversos sinais de violência. A polícia ainda investiga o envolvimento do namorado de Larissa no crime. Ele foi preso temporariamente após depoimento do comerciante à polícia. Um terceiro suspeito de participação no crime também foi preso no final da tarde desta quarta-feira (4). O casal que teria executado a jovem ainda está foragido.

O corpo da jovem foi encontrado na Serra do Lopo, ponto turístico da cidade, após ser jogado de uma ribanceira de cerca de 30 metros. Um caseiro de um sítio próximo ao local sentiu o mau cheiro e encontrou o corpo já em avançado estado de decomposição.
Corpo de jovem de 21 anos foi encontrado na tarde de terça-feira em Extrema (Foto: Reprodução
Facebook)

Segundo a médica legista, tudo indica que Larissa foi morta com requintes de crueldade. "Ela estava com o corpo amarrado. Os punhos estavam amarrados aos tornozelos com fios elétricos. Pelos sinais, tudo indica que ela foi amarrada em vida. A cabeça foi toda envolta com uma fita adesiva e o corpo foi encontrado dentro de uma sacola de transporte. Ela apresentava várias manchas roxas pelo corpo, tinha fraturas na mandíbula em dois locais e também fratura no osso do pescoço, o que sinaliza que pode ter havido um estrangulamento", disse a legista Tatiana Telles Koeler de Matos.

Ainda conforme a médica legista, o fato do corpo já estar em avançado estado de decomposição dificultou a avaliação técnica. As condições em que a jovem foi encontrada não permitem precisar como ela foi morta.

"Como a cabeça estava envolta em fita adesiva, eu não tinha elementos técnicos para dizer se a morte se deu pela asfixia por obstrução das vias áreas pela fita adesiva ou se ela morreu pelo estrangulamento", completou a médica.
Policiais que investigam o caso dão detalhes sobre crime durante entrevista coletiva em Extrema (Foto: Régis Melo)

Prisão temporária do namorado
Durante entrevista coletiva, o delegado Valdemar Lídio Gomes Pinto, que investiga o caso, disse que pediu a prisão temporária do namorado de Larissa, apontado pelo comerciante que está preso como mentor intelectual do sequestro e assassinato da jovem. Segundo o delegado, uma testemunha teria provado que os dois teriam um relacionamento amoroso.

"Segundo o que está preso [o comerciante], ele [o namorado] tem envolvimento no fato sim. O envolvimento dele é que ele teria dado a ideia do sequestro e a morte. São declarações do [comerciante]. Agora nós vamos tomar as declarações [do namorado] e procurar outros meios de prova para certificar dessa realidade ou não", disse o delegado.

Ainda conforme o delegado, o comerciante também teria dito que foi o namorado quem deu o dinheiro para que um casal fosse contratado em São Paulo (SP) para a execução do crime.

"Segundo ele [o comerciante], foi o namorado quem deu o dinheiro para o pagamento ao casal. Ele [o namorado] não queria que se tornasse pública a condição de homossexual dele", disse o delegado.

Conforme a polícia, o casal que executou o crime teria sido contratado em São Paulo por um garoto de programa, a pedido do comerciante que está preso.

"No dia, [o comerciante] entrou em contato com o garoto de programa e marcou na praça. Esse rapaz veio com uma mulher que ele [o comerciante] não sabe o nome e foi direto para o pátio da rodoviária. Eles já sabiam a rotina da Larissa. Depois que ela chegou, eles já a abordaram e seguiram em direção à casa [do comerciante]. Ela foi morta na casa dele. Depois, eles enrolaram o corpo e desovaram", disse o delegado.

Segundo a Polícia Civil, o namorado de Larissa já está preso temporariamente. Ele foi levado para o Presídio de Pouso Alegre (MG).
Pais de Larissa aguardavam notícias sobre o caso do lado de fora da delegacia em Extrema
(Foto: Régis Melo)

Pais não acreditam em participação
Os pais de Larissa não acreditam que o namorado da menina esteja envolvido de alguma forma no crime.

"Neste momento pra mim [o namorado] não tem participação. Até que se prove o contrário ele é inocente. O delegado disse que pediu a prisão preventiva dele, mas não sabemos o porquê. Seria uma decepção total porque ele participava diretamente com a minha família, mas eu não acredito nisso, eu não acredito", disse o pai de Larissa, Luís Carlos Gonçalves de Souza.

A mãe de Larissa também não acredita nesta versão e disse que saberia se a filha tivesse descoberto que o namorado teria um envolvimento homossexual.

"Isso não, porque ela teria me falado, ela era muito confidente comigo", disse a mãe Maria Nicéia de Oliveira Souza.

Morte encomendada
Segundo a Polícia Civil, a morte da jovem teria sido encomendada pelo comerciante de 35 anos. Ele teria pago R$ 1 mil para que a jovem fosse morta pelo casal que a abordou e a sequestrou na rodoviária da cidade. Segundo o delegado Valdemar Lídio Gomes Pinto, o motivo teria sido passional. A polícia agora investiga a possibilidade do namorado de Larissa ter sido o mentor do crime.
Corpo foi encontrado em local na Serra do Lopo, ponto turístico de Extrema (Foto: Régis Melo)

O delegado afirmou ainda que o caso foi resolvido após o aparecimento da testemunha que ajudou a chegar até o corpo na Serra do Lopo. A jovem foi reconhecida pelos acessórios que utilizava. Logo em seguida, o comerciante, suspeito de ser o mandante do crime, foi preso. Ele confessou o envolvimento na morte da jovem.

A polícia também afirmou que o crime foi cometido devido ao ciúmes que o comerciante sentia do namorado de Larissa, que era modelo da loja dele. Conforme o delegado, uma testemunha teria provado à polícia que os dois teriam um relacionamento. O comerciante foi levado para o Presídio de Pouso Alegre (MG).

Revolta dos moradores
Após o anúncio de que o corpo foi encontrado e o suspeito foi preso, moradores revoltados saíram às ruas da cidade e cercaram a loja de roupas que pertence ao suspeito de ser o mandante do crime. A Polícia Militar chegou a isolar a área, mas o grupo de cerca de 500 pessoas passou pelo bloqueio e ateou fogo ao local, que ficou destruído.

Loja de suspeito ficou destruída após revolta de moradores em Extrema (Foto: Régis Melo/G1)

A morte da universitária também causou revolta nas redes sociais, onde amigos de Larissa e da família deixaram depoimentos, alguns usando os marcadores #lutopelalarissa, #lutolarissa e #patrulheirosdobem.

"Sinto muito pelos familiares... notícia muito triste!!! Que Deus ajude a amenizar tanta dor", escreveu uma internauta. "Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém. (...). Aos familiares, meus sentimentos. Sei o quanto Larissa era amada e querida. Sei que estão sofrendo muito. (...) A luta da espera acabou aqui, mas agora a luta vai continuar. Continuamos com vocês", declarou uma amiga da família.
Jovem foi abordada e levada por casal na rodoviária de Extrema (Foto: Reprodução Facebook)

Os indícios de uma morte possivelmente violenta provocaram comoção entre os moradores. "Indignada! Que Deus tenha misericórdia e conforte o coração dos familiares e que não venha ficar barato. Eu creio na justiça divina e da terra", escreveu uma mulher. "Que maldade! Só Deus para ter piedade desses monstros", manifestou outra.

O corpo da jovem foi velado ainda durante a noite de terça-feira e enterrado na madrugada desta quarta-feira no Cemitério Municipal de Extrema. Centenas de pessoas acompanharam o velório e o sepultamento.

Desaparecimento
Segundo a Polícia Militar, Larissa foi vista pela última vez próximo à rodoviária da cidade. Ela estaria dentro do veículo dela, quando foi abordada por um homem com uma tatuagem no rosto e uma mulher loira.

Ainda conforme a polícia, testemunhas disseram que o homem teria simulado estar armado e teria mandado a jovem para o banco de trás do veículo, assumindo a direção. O veículo foi encontrado abandonado pouco depois próximo a um ponto de ônibus. A chave do carro foi encontrada na ignição e não havia sinais de violência no veículo.

Os livros da jovem, que estudava biomedicina na Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP), também sumiram. A polícia investigava o caso e uma possível hipótese de sequestro não estava descartada.

AUTOR: G1/MG

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