sexta-feira, 26 de junho de 2015

ATENTADOS TERRORISTAS EM 3 PAÍSES MATAM DEZENAS DE PESSOAS

Atentados terroristas realizados em três países de três continentes diferentes deixaram dezenas de mortos nesta sexta-feira (26). França, Tunísia e Kuwait foram alvos de terroristas, sendo que no Kuwait o ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
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Na França, pelo menos uma pessoa invadiu de carro uma usina de gás em uma área industrial perto de Lyon, causando uma explosão. Duas pessoas ficaram feridas, e um corpo decapitado foi encontrado no local. Três pessoas suspeitas de envolvimento foram presas.

Na Tunísia, pelo menos 28 pessoas morreram no ataque a um hotel na cidade de Sousse. Tiros foram ouvidos no local, e o atirador teria morrido.

No Kuwait, pelo menos 25 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas após uma explosão em uma mesquita xiita durante as orações de sexta-feira. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

Ainda não há informações sobre qualquer relação entre os casos.

Itamaraty
O ministério das Relações Exteriores emitiu uma nota condenando os ataques desta sexta: "O Governo brasileiro deplora o incremento dos atentados terroristas que continuam a ceifar vidas inocentes em diferentes partes do mundo, e que hoje provocaram novas vítimas em Sousse, na Tunísia, no Kuwait e na cidade francesa de Saint-Quentin-Fallavier, Isère.

Trata-se de atos criminosos, perpetrados por extremistas em nome de ideias incompatíveis com as regras mais elementares de convívio e respeito aos direitos humanos.

A intolerância religiosa e o recurso à violência indiscriminada, praticados sob qualquer pretexto, merecem o mais veemente repúdio da sociedade e do Governo brasileiro.

Nesse momento de luto e tristeza, o Governo brasileiro estende suas condolências e sua solidariedade às famílias das vítimas e aos povos e Governos da Tunísia, do Kuwait e da França."
Investigadores e policiais trabalham em uma usina de gás onde pelo menos duas pessoas ficaram feridas após um atentado em Saint-Quentin-Fallavier, na França. A cabeça de um homem decapitado, com inscrições em árabe, foi encontrada próxima ao local (Foto: Emmanuel Foudrot/Reuters)

França
O atentado na França foi classificado como terrorista pelo presidente francês, François Hollande. "É de natureza terrorista, já que foi encontrado um cadáver decapitado com inscrições" no local do crime. "A intenção era, sem dúvida, causar uma explosão. Foi um ataque terrorista", declarou Hollande, que aumentou o alerta de segurança no local do ataque para o mais alto existente.
O presidente explicou que o ataque foi lançado por meio de "um veículo conduzido por uma pessoa, talvez acompanhada de outra, e que a grande velocidade, e com cilindros de gás, se lançou sobre este centro, considerado sensível". "Não há dúvidas quanto à intenção, que é provocar uma explosão", acrescentou.

Três pessoas foram detidas – entre elas o principal suspeito do crime, identificado como Yassim Salhi, de 35 anos e original de Saint-Priest, na periferia de Lyon, segundo o governo francês.

De acordo com o Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, o preso foi acompanhado pelas autoridades entre 2006 e 2008 por supostas atividades radicais, mas a partir desta data deixou de ser visto como uma ameaça. Nesse tempo, o suspeito teve vínculo com movimentos salafistas (grupos ultraconservadores), mas "não foi identificado que participasse de atividades de caráter terrorista", disse.

Uma segunda pessoa foi detida horas depois. "Um veículo foi visto dando voltas suspeitas nos arredores do complexo, o número da placa foi investigado e seu proprietário identificado. Ele foi detido na localidade de Saint-Quentin-Fallavier", afirmou uma fonte ligada ao caso.

A esposa do suposto autor do ataque foi a terceira pessoa detida, segundo uma fonte judicial.

O homem decapitado no ataque à fábrica de gás seria o empregador do suposto autor do atentado, de acordo com uma fonte próxima ao caso.
O veículo com o qual o suposto terrorista atacou a fábrica era autorizado para entrar na empresa, por isso, não levantou suspeitas, informou o prefeito de Isère, Jean-Paul Bonnetain.

Em declarações a um grupo de jornalistas, o prefeito explicou que o veículo "não precisou entrar de surpresa" na fábrica, já que contava com a permissão necessária para fazê-lo nesta instalação classificada de "baixo risco industrial".

Fora da usina atacada foi encontrada uma bandeira com inscrições em árabe, disseram as autoridades. Elas ainda são analisadas.
O hotel Imperial Marhaba em Sousse, na Tunísia (Foto: Reprodução/Pinterest/Riu Hotels and Resorts)

Tunísia
Na Tunísia, o ataque ocorreu em um hotel em Sousse. Uma fonte de segurança disse que o corpo do atirador, armado com um fuzil Kalashnikov, estava no local onde a polícia o matou. Não se sabe se havia outro atirador.

Segundo o Ministério do Interior, ao menos 28 pessoas morreram – a maioria turistas. A polícia restringiu o acesso ao hotel Imperial Marhaba. Ao menos seis pessoas ficaram feridas.
Sousse é um dos mais conhecidos balneários do norte da África, atraindo turistas da Europa e de países vizinhos. A Tunísia tem estado sob forte alerta de segurança desde março, quando militantes em aliança com o grupo Estado Islâmico atacaram o museu do Bardo, em Tunis, matando um grupo de 20 turistas estrangeiros em um dos piores ataques do tipo no país africano.
Forças de segurança e de emergência são vistas do lado de fora da mesquita xiita Al-Imam al-Sadeq após um ataque ao local nesta sexta-feira (26) (Foto: Yasser Al-Zayyat/AFP)

Kuwait
O ataque no Kuwait foi direcionado a uma mesquita xiita, no momento da tradicional oração das sextas-feiras, que atrai muitos fiéis. A explosão aconteceu na mesquita de Al Imam al Sadeq da cidade de Kuwait.

O grupo jihadista sunita Estado Islâmico reivindicou este atentado, assim como outros que já ocorreram em mesquitas xiitas na Arábia Saudita e no Iêmen.

No final de maio, o emir do Kuwait pediu aos países muçulmanos que intensifiquem a luta contra o extremismo, durante uma conferência pan-islâmica dedicada a coordenar os esforços contra os grupos jihadistas.
Nota do Brasil
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse que o governo brasileiro “deplora o incremento dos atentados terroristas que continuam a ceifar vidas inocentes em diferentes partes do mundo”.

“Trata-se de atos criminosos, perpetrados por extremistas em nome de ideias incompatíveis com as regras mais elementares de convívio e respeito aos direitos humanos. A intolerância religiosa e o recurso à violência indiscriminada, praticados sob qualquer pretexto, merecem o mais veemente repúdio da sociedade e do Governo brasileiro.”

AUTOR: G1/SP

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