quarta-feira, 25 de junho de 2014

QUEDA DE IDOSOS SÃO SUBNOTIFICADAS

As quedas sofridas por idosos são cada vez mais comuns e graves problemas de saúde pública, no entanto são subnotificadas, conforme destaca a geriatra Raquel Pessoa. 

Muitos casos não chegam aos hospitais. Isso porque não é raro que essas pessoas escondam de familiares e dos médicos esse tipo de ocorrência ou mesmo acreditem não ser necessário um atendimento por um profissional.

Em Fortaleza, por exemplo, o Instituto Doutor José Frota (IJF) registrou, neste ano (até junho), 3.599 atendimentos da chamada queda da própria altura vivenciada, na maioria dos casos, por pessoas acima de 65 anos. Em 2013, o hospital recebeu, entre maio e dezembro, 9.397 pacientes que caíram, de uma maneira geral, sem ser somente da própria altura.

A demanda é até maior do que a unidade suporta, segundo a enfermeira do núcleo interno de regulação do IJF, Rejane Melo. Muitos vêm do Interior para serem operados na Capital.

Para tentar assistir aos pacientes, o IJF trabalha com protocolos de atendimentos com o objetivo de distinguir indivíduos que podem realizar cirurgia dos que não podem. Os cardiopatas, por exemplo, não são operados, mas recebem acompanhamento, mesmo sem estarem internados.

A fim de alertar para os riscos, foi criado o Dia Mundial de Prevenção de Quedas de Idosos, data celebrada ontem. O intuito é conscientizar a população sobre a importância da prevenção por meio de medidas ambientais.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, um em cada três indivíduos com mais de 65 anos sofrem quedas todos os anos. Nos hospitais públicos, são três internações por hora em decorrência do problema. A maior parte acontece com mulheres.

O principal impacto provocado pelos acidentes, geralmente domésticos, é a perda da funcionalidade. "Uma queda pode ser um divisor de águas na vida de uma pessoa com mais de 65 anos", comenta Raquel. E as consequências são fraturas do fêmur - a mais perigosa e que responde por 50% dos casos em pessoas com mais de 75 anos -, de costela e do braço e traumatismos cranianos. Fora os hematomas e as confusões mentais.

As quedas costumam acontecer quando o idoso precisa ir ao banheiro à noite com a casa escura, ao se levantar e sentar da cadeira e da cama, e quando tropeçam em objetos no chão.

Raquel Pessoa enumera cuidados para evitar os acidentes. Um deles é adaptar as residências, além de recolher objetos do caminho, ampliar a passagem e deixar um ponto de luz quando for dormir. Outro cuidado necessário é com os calçados. Precisam ser fechados no calcanhar.

O controle das patologias, como pressão alta e diabetes, também é uma medida necessária para impedir as quedas. O aumento da massa muscular é outro procedimento essencial, já que aumenta a resistência.

Espaço exclusivo

A base da assistência é a humanização na emergência. "Até 2011, os idosos ficavam com outros pacientes sujeitos à superlotação. Então, nos engajamos para criar um local exclusivo. Assim, surgiu o Espaço do Idoso no IJF", conta Rejane.

O local é dividido em duas enfermarias, cada uma com nove leitos. A estrutura é completa com suporte para oxigênio, posto para o idoso e atendimento por enfermeiros e médicos.

O Espaço do Idoso recebe pacientes acima de 60 anos que precisam ficar internados no IJF para cirurgias. A unidade tem convênio, por meio do programa SOS Emergência, com o Hospital da Mulher, que oferece 30 leitos para mulheres idosas.

AUTOR: DN

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IMPORTANTE

Todos os comentários postados neste Blog passam por moderação. Por este critério, os comentários podem ser liberados, bloqueados ou excluídos.

O TIANGUÁ AGORA descartará automaticamente os textos recebidos que contenham ataques pessoais, difamação, calúnia, ameaça, discriminação e demais crimes previstos em lei. GUGU